A situação da Polícia Civil no Rio Grande do Norte é a pior possível. Foi a conclusão de todos que participaram da audiência pública realizada na última quinta-feira(10) na Assembléia Legislativa.
O evento teve como objetivo discutir a situação da Polícia Civil e a nomeação dos concursados. A iniciativa da audiência foi do deputado Fernando Mineiro, atendendo a uma solicitação da comissão representativa dos concursados da Polícia Civil.
Nesta quinta-feira completou um ano da conclusão do curso de formação dos concursados da Polícia Civil.
Até o momento o Governo do Estado não fez a convocação dos 500 concursados.
Segundo a vice-presidente do Sindicato dos Policiais Civis(Sinpol), Renata Pimenta, a situação da Polícia Civil no RN é de total precariedade. “Dos 167 municípios do Estado, apenas 44 possuem agentes da Polícia Civil. Na realidade, o Governo trata a Polícia Civil com total descaso”, disse Renata Pimenta.
E emendou: “O Governo Rosalba Ciarlini quer colocar a última pá de cal na Polícia Civil”.
A delegada Ana Cláudia Saraiva, presidente da Associação dos Delegados de Polícia Civil(Adepol) foi mais além.
Ana Cláudia frisou que a Polícia Civil está à beira de um colapso. Segundo a delegada, o problema se arrasta há 15 anos, quando ela ingressou na instituição. “Falta pessoal, planejamento estratégico e não são problemas que surgiram ontem, mas que já existem desde que entrei para a Polícia. Há quinze anos discutimos os mesmos problemas, como a presença dos presos nas delegacias”, bradou Ana Cláudia.
Para o representante dos concursados, Carlos Alberto, tendo em vista a escalada de violência em todo o Rio Grande do Norte, “é inadmissível a não convocação dos concursados”.
“Três quartos dos cargos de Polícia Civil no Rio Grande do Norte estão vagos. A Polícia Civil é fundamental para a segurança pública”, ressaltou ele. Carlos Alberto assinalou que mesmo com a contração dos 500 concursados a situação da Polícia Civil estará longe de ser resolvida.
Até o representante da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social, Fábio Rogério, titular da Degepol, reconheceu a situação difícil pela qual passa a Polícia Civil.
Segundo ele, há 15 anos que a estrutura da Polícia Civil no Estado é a mesma. “A Polícia Civil não é interiorizada. Nunca houve preocupação com a interiorização da Polícia Civil”, enfatizou o representante da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social.
Representando o Governo do Estado, a secretária de Administração, Suely Pimentel, declarou que o processo de convocação dos concursados se encontra em andamento e que todas as medidas estão sendo tomadas para que ocorra o mais breve possível.
A secretária, no entanto, não precisou data para a nomeação dos concursados. “O Governo não é indiferente à questão da segurança pública, mas infelizmente não podemos fixar uma data para a nomeação dos concursados da Polícia Civil”, disse Suely.
Além de Fernando Mineiro, estiveram presentes á audiência pública os deputados Toma Farias, Fábio Dantas, Márcia Maia e Larissa Rosado.
Todos criticaram o Governo pela não convocação dos concursados da Polícia Civil e pela falta de interesse do Governo em melhorar as condições da Polícia Civil no Rio Grande do Norte.
“O delegado de minha cidade, Santa Cruz, toma conta de mais 17 municípios. Isso é um absurdo”, afirmou Tomba.
Fonte: Blog do Oliveira
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