O município de Patu em um passado não muito distante chegou a possuir várias instituições financeiras, como podemos citar: BANDERN – Banco do Estado do Rio Grande do Norte, Banco Econômico, BNB – Banco do Nordeste do Brasil e APERN – Associação de Poupança e Empréstimos do Rio Grande do Norte.
A primeira instituição financeira e bancária a ser instalada em Patu foi o BANDERN – Banco do Estado do Rio Grande do Norte, inaugurada em 17 de janeiro de 1970, em solenidade que contou a presença do governador do Rio Grande Norte, Monsenhor Walfredo Gurgel, do prefeito de Patu, Lourival Rocha e outras autoridades do município e do estado. Na época o diretor-presidente do BANDERN no RN era o senhor José Daniel Diniz. A agência do BANDERN em Patu atendia aos seguintes municípios: Almino Afonso, Frutuoso Gomes, Antônio Martins, Alexandria, Pilões, Tenente Ananias, Coronel João Pessoa, João Dias, Marcelino Vieira, Messias Targino, Janduís, Caraúbas, Olho D`água do Borges, Rafael Godeiro, Umarizal e Viçosa.
A agência do BANDERN tinha como fonte de arrecadação: INPS (hoje INSS), FUNRURAL (aposentadorias dos trabalhadores rurais), Imposto de Renda, Contribuição Sindical, Seguros diversos, F.G.T.S, Rede Ferroviária, FURRN (Campus Avançado de Patu), Prefeitura Municipal, água, luz, telefone e outras fontes de recursos.
Na época a agência possuía cerca de 1.572 clientes e efetuava pagamentos de aposentadorias a 4.500 idosos da previdência social, com cerca de 450 atendimentos por dia. A diretoria da BANDERN em Patu era assim constituída: Diretor-presidente: José Dantas de Araújo, Diretor de Operações: José Vale Melo, Diretor Administrativo: Ivanaldo do Rosado Fernandes. O quadro de funcionários da agência era o seguinte: Gerente: Edson Alves de França, Sub-gerente: Felipe Bandeira de Moura. Funcionários: Jurema Gomes de França, Moacir Fernandes Filho, Francisco Tertuliano Neto, Maria da Neves Medeiros Silva, Belarmino Godeiro Neto, José Soares do Nascimento, Narcísio de Oliveira Mendonça e Francisco César Ferreira Saraiva.
A agência do BANDERN, durante a sua permanência em Patu, foi destaque em desempenho de suas atividades, sendo classifica em segunda classe, ou seja, entre as dez melhores em desempenho no Estado do Rio Grande do Norte e tempo depois ficou entre as cinco melhores, no que se refere a depósitos captados dos clientes. No final dos anos 70 agência do BANDERN de Patu tinha como gerente o senhor Clécio Antônio Ferreira dos Santos e sub-gerente: Moacir Fernandes Filho. No início dos anos 90 o BANDERN sofreu uma intervenção do Banco Central que posteriormente desencadeou na liquidação do mesmo. Muitos funcionários foram demitidos e outros colocados a disposição de outros órgãos estaduais. O fechamento do BANDERN trouxe sérios prejuízos para o Estado do Rio Grande do Norte.
Outra instituição financeira instalada em Patu no final dos anos 70 foi o Banco Econômico. A solenidade de inauguração aconteceu em 06 de julho de 1979, sendo instalado um posto avançado de Crédito Rural no município. A solenidade contou com a presença de diversas autoridades do município e da região, entre elas a do gerente da Agência do Banco Econômico da cidade de Umarizal, senhor Edmilson Paiva que na oportunidade fez uma explanação dos objetivos e atuação do posto avançado da instituição financeira no município. No ato de inauguração, a fita simbólica foi cortada pelo primeiro cliente, senhor Cícero Gabriel Rodrigues Neto. A benção do novo empreendimento foi feita pelo pároco local, padre Silvano Schoemberger. O chefe do posto avançado de crédito do Banco Econômico em Patu era o senhor Ivan Luiz de Medeiros e o extensionista de crédito rural, José Martins de Oliveira Filho.
Outra instituição financeira que operou em Patu nos anos 80 e início dos anos 90 foi o BNB – Banco do Nordeste do Brasil. A agência do BNB inicialmente funcionou na praça João Carlos, hoje prédio abandonado que pertence ao Estado do Rio Grande do Norte. Depois a agência foi transferida para um prédio que fica localizado defronte a atual agência do Banco do Brasil. Em virtude de poucas operações e a crise vivenciada no país nos anos 90, a agência foi desativada no município.
No final dos anos 80 e início dos anos 90, em Patu foi instalada uma instituição financeira para poupadores, se tratava da APERN órgão de responsabilidade da Companhia Hipotecária Brasileira (CHB), fundada em dezembro de 1968 em Natal, capital do RN, com a denominação de Associação de Poupança e Empréstimo do Rio Grande do Norte (APERN), chegando a financiar no estado a construção de mais de 6 mil habitações e ter mais de 120 mil clientes na caderneta de poupança. Em Patu a APERN foi instalada na Rua Francisco Dutra, no centro da cidade, em um prédio que hoje pertence ao senhor Luiz Nunes “Luiz do Foto”, atualmente está instalada a sede do Ministério Público Estadual. Com o fechamento do BANDERN, a APERN também foi desativada e assim mais uma instituição financeira deixando de operar no município.
No início dos anos 80, surgia em Patu a possibilidade da instalação de uma agência do Banco do Brasil vir a funcionar no município. Vários locais foram pensados para a instalação da mesma, fato esse que foi concretizado no centro da cidade, em terreno pertencente a paróquia de Nossa Senhora das Dores.
Sobre a instalação da agência no terreno da paróquia, o pároco da época, Pe. Silvano Schoemberger relata o seguinte: “No início da atuação como Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Dores em Patu, estando pela manhã atendendo pessoas na Casa Paroquial, vieram as senhoras, Lainha e a secretária paroquial Maria das Mercês Solano, preocupadas em avisar que alguém está a cavar um buraco em terreno da igreja, próximo ao monumento em homenagem ao Sagrado Coração de Jesus. Fui imediatamente em direção ao trabalhador perguntando-lhe a respeito do significado daquela ação. Ele respondeu que um buraco bem grande e bastante fundo serviria para a colocação do cofre forte do Banco do Brasil que ali seria construído e que ele recebera ordens da Prefeitura Municipal para realizar este trabalho. Quando lhe foi explicado que o terreno pertencia à Igreja e que deveria haver um mal entendido, o homem imediatamente largou a picareta e a pá e foi às pressas em direção à Prefeitura. Não tardou a aparecerem representantes oficiais, entre eles Sebastião Tavares, que explicou que havia planos de construir a sede do banco num terreno nas proximidades do hospital da APAMI, mas que por questões políticas sobrou apenas a possibilidade de ser realizada a obra neste local e que não haviam se dado conta que o terreno era da propriedade da paróquia. E o mais grave é que se não for encontrado um local adequado e aprovado pela presidência, haveria o risco de Patu perder a oportunidade de possuir uma agência do Banco do Brasil e isso não seria bom para a população local, disse o representante da prefeitura municipal. Então expliquei a ele não poder autorizar tal construção e por isso o prefeito José Tavares de Holanda, Epitácio Andrade e Sebastião Tavares, imediatamente se dirigiram a Mossoró e houve a reunião com o Bispo Diocesano Dom Gentil Diniz Barreto, o qual à tarde telefonou para paróquia explicando que com ele estiveram algumas pessoas de Patu entre elas o prefeito Zequinha Tavares. Dom Gentil entendeu que se for a bem da comunidade não ficaria bem a paróquia se negar à construção do Banco, ainda mais que já houve tentativas em outros locais. E ainda foi lhe explicado que o banco seria construído em pré-moldados e por tempo limitado, de tal forma que mais tarde a diretoria do Banco veria outros locais e possibilidades. E concluindo, o Bispo acrescentou que, em troca pedisse algo a bem da igreja, por exemplo, o pagamento da energia elétrica. Eu acrescentei: ótimo, energia e água. À noite aconteceu uma reunião na Câmara dos Vereadores em que foi explicado pela comitiva que esteve em Mossoró, a importância do Banco do Brasil para o desenvolvimento de Patu e que o bispo não via problema na instalação da agência bancária em terreno da igreja ainda mais por ser construído em pré-moldados, de forma provisória, o que facilitaria posterior remoção. Perguntado a mim, disse, que concordaria contanto que durante a estadia do Banco, a Igreja Matriz recebesse gratuitamente energia elétrica e água, sem incluir o telefone. Foi lhe respondido que isso seria sempre pago pela prefeitura municipal. Ato contínuo foi elaborado um documento e ata assinados por quem de direito. Acontece que, com o passar do tempo, o pagamento da energia e água foi cortada pela gestão seguinte da prefeitura municipal, descumprindo o acordo.
Quando Pe. Pedro Pinto assumiu a Paróquia, foi comigo falar com o gerente do banco, lhe explicando a respeito do contrato inicial assumido pela prefeitura e ele se dispôs a fazer um projeto ao Banco Central e que segundo ele seria quase certo um repasse mensal bem acima daquilo que a igreja gasta em energia e água. O pároco Pedro Pinto saiu muito confiante e alegre do banco, mas o decepcionante foi que dentro de alguns dias Pe. Pedro e eu fomos chamados e comunicados que infelizmente o Banco não poderia ajudar em nada, pois o terreno já a bom tempo foi desapropriado. O susto foi grande, pois a paróquia nunca foi notificada e essa desapropriação é a coisa mais estranha possível, tanto assim que o gerente disse que qualquer advogado poderia levar a questão adiante e derrubar essa desapropriação. Mas até agora nada foi feito.
A agência do Banco do Brasil funciona no mesmo local até hoje e por ela já passaram diversos gerentes, podemos citar: Antônio de Pádua, Mário, Arenaldo Caminha Lustoja, Abenildo Mariano da Cruz, Gilvan Ferreira, Carlos Alberto Batista Pereira (in memorian), Eduardo Félix de Oliveira, Pedro Vicente de Paiva (in memorian), Juraci de Albuquerque Nobre Júnior, Henrique Neto Gomes de Holanda, César Gameleira do Rego, Pedro Fernandes Bezerra, Marcos da Costa Araújo, Antonimar Fernandes de Queiroz, Marcos de Sousa, Jamilson Farias, Márcia Cristina, Rodrigo Firmino, Bismark Medeiros e Adalberto Azevedo do Nascimento (atual gerente).
Durante a existência da Agência do Banco de Brasil em Patu ela passou por algumas turbulências como por exemplo, a ameaça de ser fechada. A primeira, na época da gestão de Arenaldo Caminha Lustoza, por volta do ano de 1989. A outra ameaça de fechamento aconteceu na gestão de César Gameleira do Rego.
A agência do Banco do Brasil de Patu possui um clube social, denominado de Associação Atlética Banco do Brasil AABB, clube social que hoje se encontra desativado por falta de gestão, mas que, no passado foi palco de muitas atrações e festas realizadas na cidade. Destacamos aqui que na gestão do gerente Marcos da Costa Araújo o clube teve um ótimo investimento, em que os associados investiram no projeto apresentado pela direção do clube que instalou um parque aquático, atraindo dezenas de novos associados bem como disponibilizando um serviço de bar e lazer a altura de um clube social de gabarito.
Hoje o município de Patu possui apenas uma agência bancária, Agência do Banco do Brasil, operando com certas limitações, principalmente depois que a mesma sofreu assaltos em que provocaram a suspensão de suas atividades durante alguns meses, hoje, vem funcionando aos trancos e barrancos para não ser fechada, fato que se acontecer provoca um imenso prejuízo a Patu e cidades da região que dependem dessa agência.
Outras instituições financeiras privadas operam no município de Patu, como o por exemplo Bradesco, Banco Postal etc, em parcerias com a iniciativa privada. Durante um certo período o Bradesco operou em parceria com a ECT – Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos.
Em junho de 2006 a gerência do Banco do Brasil de Patu promoveu concurso de redação em parceria com a AABB e FENAB. O gerente da agência na época, Antonimar Fernandes, esteve presente no clube e entregou a premiação aos alunos vencedores do concurso. Os três primeiros colocados no concurso foram os seguintes alunos:
Categoria: Alunos até o 8º Ano do Ensino Fundamental: 1º Lugar: Silvaneide Fernandes dos Santos - Escola Estadual Dr. Xavier Fernandes - Prêmio: R$ 250,00; 2º Lugar: Klícia de Moura Dantas - Escola Estadual Dr. Xavier Fernandes - Prêmio: R$ 100,00 e 3º Lugar: Fransnarly Alves Cavalcante - Ginásio Comercial- Prêmio: R$ 50,00.
Aqui contamos um pouco da história das instituições financeiras que no passado eram diversas e hoje resta apenas uma, prestando um relevante serviço a economia de Patu e cidades de nossa região.
Reportagem de Aluísio Dutra de Oliveira.
Fonte: Revista Roteiros de Patu – Miguel Câmara Rocha.
Professor e ex-pároco de Patu: Silvano Schoemberger.
Apoio: Ronildo Timóteo.
Atendimento na agência do BANDERN - Patu-RN
Atendimento na agência do BANDERN - Patu-RN
Atendimento no posto Avançado do Banco Econômico - Patu-RN
Prédio da Antiga caderneta de Poupança APERN
Local do Posto Avançado do Banco Econômico Patu RN
Agência BANDERN Patu RN, Hoje Câmara Municipal
AABB Patu RN
AABB Patu RN
AABB Patu RN
Concurso de Redação realizado pela Agência do BB e AABB Patu RN.
Concurso de Redação realizado pela Agência do BB e AABB Patu RN.