Por Aluísio Dutra de Oliveira.
O padre Antônio Brilhante de Alencar é Cearense nascido no ano de 1873, filho de Firmino Brilhante de Alencar, casado com a senhora Benvinda Alves Feitosa, seu pai faleceu em 09 de Novembro de 1906 no município de Assú-RN. O pai de Antônio Brilhante de Alencar, Firmino Brilhante, é filho do cangaceiro José Brilhante de Alencar conhecido como Cabé. Segundo Gustavo Barroso no livro Heróis e Bandidos, nascido no município de Pombal-PB no ano de 1824. Em 1837, José Brilhante, aos 13 anos, comete o primeiro crime por causa de uma discussão com um rapaz que teria zombado dele em relação à sua família, e fugiu para o Inhamuns, no sertão Cearense, onde casou com uma prima. Faleceu no município Pão de Açúcar-AL, às margens do Rio São Francisco no Sertão Alagoano, em 1873. Segundo Câmara Cascudo, em seu livro, Flor de Romances Trágicos, o pai de José Brilhante, Alferes Manuel Joaquim de Souza, casado com Maria José de Jesus, lutou ao lado de Pinto Madeira na Revolução de 1831. Segundo Luiz da Câmara Cascudo, José Brilhante casou-se com Gertrudes Francelina de Azevedo, da família Feitosa do Ceará. Há registros de que o cangaceiro José Brilhante de Alencar, avô do Padre Antônio Brilhante de Alencar, era parente do grande escritor Cearense José de Alencar.
O temido cangaceiro José Brilhante é irmão da mãe do Cangaceiro Jesuíno Alves de Melo Calado, o Jesuíno Brilhante, dona Alexandrina Brilhante de Alencar, seu nome podendo ser também, Alexandrina do Amor Divino, conforme termo de casamento de João Alves e Alexandrina, assinado pelo Padre Antônio Alves Pimentel, citado no livro Jesuíno Brilhante - O Cangaceiro Romântico do escritor Raimundo Nonato.
O Padre Antônio Brilhante de Alencar é neto do Cangaceiro José Brilhante e primo de Jesuíno Brilhante. Quando ele falava do seu primo cangaceiro, dizia que o mesmo era tato e ambidestro, possuidor de boa pontaria.
Padre Brilhante em sua vocação religiosa teve passagens em várias paróquias de municípios potiguares. Em 1898, sob a orientação dele inicia-se e finda a construção da capela de São Francisco no município de São Vicente-RN. Em 1905 se instalou na paróquia de São João Batista - Assú-RN. Em 21 de abril de 1910 estando ele na Capela de São Vicente, na Região do Seridó, realizou o batizado de José Adelino Dantas, nascido em 17 de março de 1910, às 11 horas, sendo os seus padrinhos Antônio Ernesto da Costa e Procília Sobrinha Pereira, filho de Antônio Adelino Dantas e Jovelina de Oliveira Dantas, descendentes dos Azevedos Dantas, que se fixaram nos sertões da Paraíba e Rio Grande do Norte, a partir do século XVIII. O casal Antônio e Jovelina gerou 16 filhos, dos quais se criaram 12. José Adelino Dantas ordenou-se Padre em 1934 e foi nomeado pelo Papa Pio XII segundo Bispo de Diocese de Santana em Caicó-RN, no ano de 1952. Na paróquia de Jucurutu-RN desempenhou suas funções sacerdotais no período de 1910 a 1912. Na Paróquia de Nossa Senhora do Ó em Serra Negra-RN em 1912. Paróquia de Currais Novos, 1922. Na paróquia de Taipu e Poço Branco 1925. Jardim de Angicos-RN em 1928. Paróquia de Lajes-RN, de 1929 a 1931.
Na cidade de Assú-RN, em que o Padre Brilhante teve atuação, onde também residiram seus pais, existe a denominação de uma rua com o seu nome, no Bairro Frutilândia.
Em Patu o senhor Raimundo Miguel da Silva, conhecido como Raimundo Crente, que trabalhou na construção do Santuário do Lima nos 60, ouvia dos padres do Lima falar que o Padre Antônio Brilhante teve passagem pela Serra do Lima, como padre auxiliar, que possuía terras na região do Sítio Cajueiro e depois vendeu, indo para as bandas do sertão do Seridó. Outros relatos populares dão conta, que o Padre Brilhante atuava na Serra do Lima apenas como padre auxiliar porque as beatas sabiam que ele era da família de Cangaceiros e não pegava bem para a imagem do Lima.
Uma irmã do Padre Brilhante, Firmina Brilhante de Alencar, casou com Belarmino Godeiro da Silva, onde tiveram dois filhos, Adonias Godeiro da Silva e Zélia Godeiro Brilhante de Alencar.
No ano de 2012 um projeto de Lei nº 324/212, foi aprovado na Câmara Municipal de Patu, na administração da prefeita Evilásia Gildênia de Oliveira, dando nome ao Museu Municipal, Padre Antônio Brilhante de Alencar, localizado na estação Ferroviária de Patu, Praça José Pereira de Queiroz.
O Padre Antônio Brilhante de Alencar faleceu no ano de 1942.
Fonte das Informações.
Livro Jesuíno Brilhante - O Cangaceiro Romântico - Raimundo Nonato.
Tok de História - Prof. Adalto Guerra.
Site: Prefeitura Municipal de Patu.
Biografia Dom Adelino Dantas.
Site: Cariri Cangaço.