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quinta-feira, 29 de junho de 2023

Especial João Silva.



Infelizmente os compositores são pessoas, quase, invisíveis, não recebendo o devido reconhecimento como deveriam. Luiz Gonzaga, gravou desse senhor mais de 100 músicas. A música "Danado de Bom", por exemplo, Luiz Gonzaga vendeu mais de um milhão de discos em apenas seis meses, um estrondoso sucesso do Rei do Baião. O nome dele é João Silva, nasceu em Arcoverde PE no dia 16/08/1935 e faleceu em 06/12/2013. O trio Nordestino e Jackson do Pandeiro gravaram dezenas músicas consagradas. Segue alguns sucessos compostos por João Silva.

Pagode Russo,

Nem se Despediu de Mim,

Uma pra mim,

Deixe a Tanga Voar,

Forró de Cabo a Rabo, 

Dezessete e Setecentos,

Sanfoninha Choradeira, 

Chililic,

Apague o Candeeiro, 

De Fiá Paví,

Xote Machucador,

Chuchu Beleza,

Estou roendo sim e tantos outros sucessos.

A Folha Patuense.

Biografia

Nascido em Arcoverde, a 259 quilômetros do Recife, João Silva foi agraciado com o título de Cidadão do Recife e inscrito na história da cultura pernambucana como um dos grandes compositores de forró. Autor de mais de duas mil composições, tem sua biografia publicada pelo escritor José Maria de Almeida Marques.

O livro Mestre João Silva, pra não morrer de tristeza registra sua importante participação na criação de Danado de Bom, o primeiro disco de ouro - 1,6 milhão de cópias vendidas - da carreira de Luiz Gonzaga. Em 2009, recebeu homenagens, inclusive do canal Sons de Pernambuco, do portal Pernambuco.com, que inseriu três músicas do álbum João Silva Canta Mais Gonzaga no streaming do portal.

João Silva se preocupava com a preservação do baião. “O problema do forró de hoje é que, a cada quinze músicas gravadas, catorze são xotes e uma é baião”, declarou em entrevista ao Diario, quando preparava o álbum de inéditas Sertão Puro, atuando também como arranjador e produtor. “Só baião é forró puro.”

Marcaram sua história sucessos como Adeus a Januário (com Pedro Maranguape), homenagem ao pai de Luiz Gonzaga; dentre outras como A Mulher do Sanfoneiro, A Puxada, Pagode Russo e Sequei os Olhos, sobre a seca que assolou o Nordeste entre 1979 e 1983 (com Luiz Gonzaga); Amei à Toa (com Joquinha Gonzaga); Aí Tem e Amigo Velho Tocador (com Zé Mocó), afora parcerias com João do Vale, Onildo Almeida, Rosil Cavalcante, Severino Ramos, Bastinho Calixto, Pedro Maranguape, Pedro Cruz e Dominguinhos, dentre outros.

João Silva foi encontrado morto no dia 06 de agosto de 2913 em seu no quarto do apartamento onde morava em Boa Viagem- Recife Pe. Ele deixou cinco filhos e uma vasta herança artística com mais de 2 mil composições, como Adeus a Januário (com Pedro Maranguape) e A Mulher do Sanfoneiro

fonte: https://www.em.com.br/app/noticia/nacional/2013/12/08/interna_nacional,477263/joao-silva-compositor-parceiro-de-luiz-gonzaga-e-sepultado-em-recife.shtml.


5° Expoeste Caraúbas terá R$ 75 mil em premiações e deve movimentar R$ 5 milhões em negócios

 


Está sendo preparada a realização da quinta edição da Exposição Agropecuária de Caraúbas (5ª Expoeste), que acontecerá de 29 de junho a 02 de julho, no Saia Rodada Park Show, Alto São Severino. Para este ano, a premiação será de R$ 75 mil e uma expectativa de 1.200 famílias beneficiadas com geração de emprego direta e indiretamente.

Na manhã desta terça-feira, 30/05, a equipe do prefeito Juninho Alves, que trata da organização da Expoeste, se reuniu para aprimorar as ações da Feira.  

O evento realizado pela Prefeitura de Caraúbas, em parceria com o Governo do Estado do Rio Grande do Norte e com a Associação do Criadores de Ovinos e Caprinos (Ancoc), estima também que durante o evento, aproximadamente R$ 5 milhões serão movimentados em volume de negócios e comércios da cidade. 

“Para a edição desse ano da Expoeste, a expectativa é que teremos um grande evento com geração de emprego e renda para as famílias do nosso município, em todas as instâncias comerciais. É um período de crescimento para pousadas, hotéis, restaurantes, bares, ambulantes, dentre outros”, destacou o secretário de Planejamento, Miguel Araruna.

Para o secretário de Políticas do Campo, Elionaldo Benevides, a estrutura do Saia Rodada Park Show teve de ser ampliada para comportar o evento. “Devido o crescimento da Expoeste, uma das maiores exposições do Nordeste, tivemos que ampliar a estrutura para comportar os participantes expositores e visitantes”, destacou o secretário Elionaldo Benevides.

Para o prefeito Juninho Alves, a 5ª Expoeste é uma das principais feiras de negócios agropecuárias do Rio Grande do Norte, que tem atraído participantes de vários Estados do Brasil, além elevar o comércio, cultura e geração de emprego.

“A Expoeste Caraúbas é uma realidade que foi construída com muita seriedade e organização. Hoje é uma das principais festas do nosso município, em todos os aspectos. Se Deus quiser esse ano vai superar todas as expectativas de emprego, renda e de volume de negócios. Venha participar conosco desse grande evento”, concluiu Juninho Alves.

Estrutura

– R$ 75 mil de premiação; 

– 200 currais para ovinos e caprinos;

– 100 currais para bovinos;

– 40 estandes;

– 10 tendas de alimentação;

– 10 trailer;

 – Pista de julgamento.


Fonte: Portal Diário Político.

Especial: Danças Culturais do Brasil.

 


Baião: Dança de pares em pequenos círculos com pares solistas ao centro. É dança caracteristicamente ligeira, com movimentos improvisados e ágeis, sapateados, palmas, giros, requebros, além do volteado e da "roda do galo"; às vezes há umbigada simulada. A música é feita com rabeca ou viola, pandeiro, triângulo. A temática do baião é o cotidiano dos nordestinos e as dificuldades da vida. O baião recebeu, na sua origem, influências das modas de viola, música caipira, samba, conga (estilo musical cubano de origem africana) e também de danças indígenas.

Forró: O forró é dançado em pares em posição de abraço fechado, com os parceiros de frente um para o outro, usando contato corporal total ou parcial. É um tipo de música popular que expressa a arte genuína da região nordestina. A palavra forró pode fazer referência, por exemplo, a um ritmo de musicalidade, a um estilo de dança ou até mesmo às músicas de festa junina. 

Xaxado: O Xaxado é uma dança típica nordestina, sua origem foi ligada diretamente ao Cangaço, onde os cangaceiros batiam o pé no chão e o fuzil na mão. A expressão Xaxado surgiu de uma atividade do sertanejo, que é "xaxar" (pisar) no feijão depois da colheita na roça.

Xote: Dança de pares enlaçados que se movimentam sincronicamente em ritmo um pouco mais lento, em geral em compasso binário. O "xote" (Schotinch) tem sua origem na mais famosa dança folclórica da Escócia que conquistou a Europa. Trazida para o Brasil e principalmente para o Nordeste através da colonização portuguesa.


Rancheira: A Rancheira é um estilo musical brasileiro que originou-se no meio rural. A mais importante delas, a rancheira gaúcha. A cultura da dança Rancheira é bastante executada na Argentina. 


Marujada: A Marujada é caracterizada pela dança, normalmente o retumbão, todos dançam descalços. Com alegria, dança e confraternização, dão graças, e ao final, todos de mãos dadas em volta da Igreja de São Benedito,  para um abraço. A marujada, também conhecida como fandango, é uma dança típica das regiões Nordeste e Norte do Brasil, mas também é encontrada em outras regiões do país, assumindo, em cada qual uma feição própria da cultura local. Constitui importante manifestação cultural, de caráter popular, do folclore brasileiro. 

Arrasta pé: O forró surgiu no século passado, em pistas de dança de barro batido que, quando alguém passava, levantava pó. Daí, as pessoas começaram a dançar arrastando os pés pra evitar que a poeira subisse e, com isso, o forró ficou conhecido também como arrasta-pé. O termo significa “arrastar os pés”.

Maracatu: É um movimento da cultura popular que envolve música, dança e história - além de figurinos extravagantes, que remetem à cultura africana, indígena e portuguesa. Os maracatus dançam ao som dos seguintes instrumentos musicais: tarol, chocalho, zabumba, tambores, gonguê e ganzás. As danças são marcadas por coreografias específicas, parecidas com danças do candomblé. Os participantes representam personagens históricos (reis, embaixadores, rainhas).


Araruna: Araruna é uma dança de salão, é oriunda das danças aristocráticas de salão, de origem europeia, misturada com a valsa, polca, xote, mazurca e estilo popular de caráter folclórico. Dança de pares formando círculos concêntricos e executando passos laterais. No estribilho, dão meia-volta em torno de si mesmos, batem os ombros, terminando com forte batida de pé. 

Pastoril: O Pastoril, bailado que integra o ciclo das festas natalinas do Nordeste, teve início na Idade Média e era clássico em Portugal onde recebia a denominação de Auto do Presépio. Tinha, contudo, um sentido apologético, de ensino e defesa da verdade religiosa e da encarnação da divindade. É um folguedo (festa popular tradicional) que nasceu na Europa, que conta por meio da música, a viagem das pastorinhas à Belém - cidade onde nasceu o menino Jesus. No Brasil, chegou com os colonizadores, que através do teatro ensinado pelos jesuítas, catequizavam os povos indígenas. Na dança do Pastoril existem dois cordões, o azul e o encarnado (vermelho).

Coco de Roda: É canto-dança típico das regiões do Agreste e Sertão e nas antigas áreas de cana-de-açúcar. Possivelmente, durante o século XVI, o coco começou a se estruturar, oriundo das danças de umbigadas dos batuques africanos. Nas últimas décadas do século XX, a manifestação ganha espaço nas áreas urbanas das regiões litorâneas.


Ciranda: Sua origem é portuguesa, que consistia numa dança de roda infantil. No Brasil, é dançada por pessoas de todas as idades, podendo ser encontrada tanto no litoral como na Zona da Mata Norte. As suas cantigas são o resultado de muitas influências (lusitana, espanhola, francesa, ameríndia e africana).

Reisado: O Reisado, também chamado de Folia de Reis, é uma manifestação popular que celebra o nascimento do menino Jesus e rememora a visita do três reis magos a Belém. Em Santa Maria da Boa Vista, no sertão pernambucano, um grupo realiza esse festejo há várias décadas. Há uma grande variedade de passos nas danças do Reisado, entre os quais pode-se destacar: do Gingá, onde os figurantes de cócoras se balançam e gingam; da Maquila, um pulo pequeno com as pernas cruzadas e balanços alternados do corpo para os lados, passo também exibido pelos caboclinhos; Corrupio, movimento de pião com ...

Fandango: O Fandango é uma dança de origem espanhola e que chegou ao Brasil com os portugueses. O fandango do Nordeste é considerado uma homenagem aos marujos durante os dias que antecedem o Natal. Por este motivo, este gênero de fandango também é conhecido por marujada.

Frevo: O frevo caracteriza-se por ser uma marchinha acelerada ao som de uma banda que segue o estilo dos blocos de carnaval. Ele incorpora elementos de outras danças, é uma dança folclórica típica de Pernambuco. Suas características mais marcantes são as roupas e a pequena sombrinha usada na dança, sempre muito coloridas. O frevo é uma manifestação folclórica brasileira típica do estado de Pernambuco, sendo uma das principais manifestações culturais do estado.

Quadrilha Junina: A nossa quadrilha junina tem origem nos bailes franceses, no século XVIII, que por sua vez veio de uma dança inglesa. Essa tradição camponesa foi trazida para o Brasil pelos portugueses. Por aqui a festividade se espalhou bastante e hoje é comemorada em todos os estados, cada um à sua maneira!

Catira: A catira ou cateretê é uma dança folclórica presente em vários estados brasileiros. Há controvérsias em relação à sua origem, entretanto, acredita-se que ela contém influências indígena, africana, espanhola e portuguesa. A catira apresenta muitos elementos ligados à cultura caipira caracterizada pelo figurino dos dançarinos acompanhados ao som das violas.

Fonte: 

forró fonte imagem: https://br.pinterest.com/pin/438608451213788467/

https://www.todamateria.com.br/dancas-folcloricas/

https://mundoeducacao.uol.com.br/folclore/dancas-folcloricas-no-brasil.htm

terça-feira, 27 de junho de 2023

Especial: Poeta Zé Marcolino.



Nasceu em Sumé, na Paraíba, berço da poesia do Pajeú e do Cariri nordestinos. Veio à luz no dia 28 de junho de 1930. Em 1961 conhece Luiz Gonzaga (do Exu/PE) em Sumé, na Paraíba. Foi o início de uma grande e frutífera parceria. Cantou No Piancó, Pássaro Carão e Serrote Agudo. Gonzagão tratou de leva-lo para o Rio de Janeiro. Na temporada, o Velho Lua gravou o disco Véio Macho, com seis músicas de Marcolino, que toca gonguê nesse disco gravado pela RCA. No LP A Triste Partida, Luiz Gonzaga gravou Cacimba Nova, Maribondo, Numa Sala de Reboco e Cantiga de Vem-vem.

Zé Marcolino retorna para a Paraíba, onde fica no município de Prata até 1973. Foi para Juazeiro da Bahia e ficou até 1976, quando foi para Serra Talhada de vez. Inteligente, bem-humorado, observador, Marcolino tinha os versos nas veias como a caatinga do Sertão. Não fazia por dinheiro ou reconhecimento, mas porque aquilo revelava o que sua alma podia transformar em arte, em poesia.

Pai cearense e mãe paraibana, Zé Marcolino casou com Maria do Carmo Alves no dia 30 de janeiro de 1951 com quem teve os filhos Maria de Fátima, José Anastácio, Maria Lúcia, José Ubirajara, José Walter, José Paulo e José Itagiba. Sete ao todo. Mais de 50 músicas de sua autoria foram gravadas por Luiz Gonzaga e diversos outros cantores. Sua simplicidade era peculiar.

Indagado numa entrevista no Rio de Janeiro “se pretendia ser apenas compositor”, Zé Marcolino comentou tímido: “Seu Luiz Gonzaga, na vinda aqui para o Rio, apresentou-me como cantor em Paulo Afonso (BA). Quer que eu cante aqui também. Vou ver se tenho coragem para isso”. José Marcolino, com sua linguagem simples, falou sobre suas atividades em Sumé (PB), como vaqueiro, pedreiro, barbeiro e compositor.

– Das suas profissões, qual a que rende mais ? – pergunta o repórter ao Poeta. “Acho que é a de vaqueiro. Vender gado é um bom negócio”, atestou. Ele contou das cartas que enviava para o mestre Luiz Gonzaga. Ainda tentou encontrar Seu Lua em Floresta dos Navios, mas abordou o Rei do Baião em Sumé mesmo e terminou acompanhando-o para uma turnê no Rio. A saudade do Sertão o fez voltar para o pé de serra onde deixou ficar seu coração. Até hoje, intelectuais, magistrados, promotores, advogados, jornalistas, músicos e literatas reverenciam José Marcolino Alves.

No dia 19 de setembro de 1987, José Marcolino sofreu um grave acidente de carro, em Carnaíba-PE, uma vaca saiu de dentro do mato e atravessou a estrada provocando um acidente muito grave, no dia seguinte o poeta Zé Marcolino veio a falecer.

Em 20 de setembro de 1987 a obra de José Marcolino Alves (Zé Marcolino) era imortalizada com o luto de três dias decretado pelo prefeito de Serra Talhada, Sebastião Andrada Oliveira, por ocasião da morte do poeta que escolhera aquele município da região do Pajeú pernambucano para viver seus dias até aquele fatídico acidente. Estátuas, praças e outros logradouros públicos foram erguidos em sua homenagem, no coração de Serra Talhada. Coisas importantes para um homem simples como era Marcolino. Já tinha sido carpinteiro, dono de casa de peça de automóvel, etc.

O poeta Zé Marcolino fez a composição de dezenas de sucessos, gravados por vários artistas, principalmente Luiz Gonzaga.

Cacimba Nova, toada (José Marcolino)(1964)

Numa Sala De Reboco, xote (José Marcolino/Luiz Gonzaga)(1964)

Cantiga do Vem-Vem, baião (José Marcolino/Panta)(1964)

Fogo sem Fuzil, polquinha (Luiz Gonzaga/José Marcolino)(1965)

Quero Chá, polquinha (José Marcolino/Luiz Gonzaga)(1965)

Sertão de aço, xote (José Marcolino/Luiz Gonzaga)(1962)

Serrote Agudo, toada-baião (José Marcolino/Luiz Gonzaga)(1962)

Pássaro Carão, baião (José Marcolino/Luiz Gonzaga)(1962)

Matuto Aperriado, baião (José Marcolino/Luiz Gonzaga)(1962)

A Dança de Nicodemos, xote (José Marcolino/Luiz Gonzaga)(1962)

No Piancó, xote (José Marcolino/Luiz Gonzaga)(1962)

Pedido a São João, baião (José Marcolino)(1963)

Caboclo Nordestino, baião (José Marcolino)(1963)

De Olho no Candeeiro (João Silva/Zé Marcolino)(1987)

Boca de Caieira (Zé Marcolino/Zé Mocó)(1986)

Eu e Meu Fole (Zé Marcolino)(1986)

Projeto Asa Branca (José Marcolino/Luiz Gonzaga)(1983)

Bota Severina Pra Moer (Zé Marcolino e Zé Mocó) (****)

Obrigado meu Deus (José Marcolino) (****).

O Poeta e Repentista Ivanildo Vila Nova escreveu o poema, "Tributo a Zé Marcolino em parceria com o cantor Tom Oliveira.

Seu ofício era a arte de cantar

Catedrático nas aulas da natura

Cinturinha de abelha era a cintura

Das morenas nas noites de luar

Afiou-se na pedra de amolar

Mas a pedra da morte é afiada

Ficou o barro batido da latada

Sem as marcas dos pés do dançarino

Uma vaca matou Zé Marcolino

E eu não dava José numa boiada


Bira e Fátima não param de gemer

O serrote é agudo e está de prova

Com o tempo secou cacimba nova

Nunca mais o seu dono vai encher

Quem botou Severina pra moer

Foi moído na última caminhada

E a limpeza da sala rebocada

É a cara do povo nordestino

Uma vaca matou Zé Marcolino

E eu não dava José numa boiada


Foi parceiro de Lula e gravou disco

Suas músicas passeiam por aí

Triste pássaro, carão do Cariri

Que voou procurando o São Francisco

Um vem-vem voejando tão arisco

Quando achou Pernambuco, fez morada

Outro mito pisou Serra Talhada

E fez-se pó junto ao pó de Virgulino

Uma vaca matou Zé Marcolino

E eu não dava José numa boiada


Foi a vaca o motivo desse choro

Sem querer nos causou tanta saudade

Um poeta tem mais utilidade

Do que carne de vaca, leite e couro

Era filho de Prata e valeu ouro

Criatura telúrica e inspirada

Escreveu um poema pra estrada

E sucumbiu nas estradas do destino

Uma vaca matou Zé Marcolino

E eu não dava José numa boiada.


Fonte: Musixmatch

Fonte: Poetas, Serra Talhada, ZÉ MARCOLINO

http://cultura.serratalhada.pe.gov.br/personagens-da-historia-ze-marcolino/


segunda-feira, 26 de junho de 2023

Especial: Chiquinho do Acordeon.



Romeo Seibel, mais conhecido como Chiquinho do Acordeon, nasceu na cidade gaúcha de Santa Cruz do Sul, em 7 de novembro de 1928 e faleceu no Rio de Janeiro em 13 de fevereiro de 1993. Chiquinho, que foi um bebê grande para a idade - aos 8 meses já pesava 12 kg - ganhou esse apelido por causa de um comediante da época chamado Chico Bóia. Mais tarde, já no Rio de Janeiro, quando começou a trabalhar na Rádio Nacional, incorporou o "do Acordeon". Era bisneto de alemães, o que explica a influência musical de valsas vienenses e polcas desde a infância. Em sua casa aconteciam frequentemente saraus, quando seu pai, João Walter Seibel tocava bandoleon e clarinete, acompanhado de sua esposa Julieta Seibel que tocava cítara. 

Chiquinho começou a estudar acordeon em sua cidade natal em 1937, pois aos 8 anos, no Natal de 1936, seu pai lhe dera de presente seu primeiro acordeon, um "Alfred Arnold" importado da Alemanha. Um amigo de seu pai aconselhou-o que o menino estudasse com a professora Marieta Heuser, que muito o incentivou. Compôs sua primeira "polquinha" "Caixinha de Música". Ainda menino, formou seu primeiro conjunto, o Jazz Ideal. Fundou e trabalhou na Rádio local, a ZYE-8. Quando chegou ao Rio em 1949, aos 21 anos, Chiquinho foi trabalhar na boate Chez Aimée (que depois veio a ser a famosa Cantina Sorriento) levado por Paulo Tapajós. Depois trabalhou na boate Monte Carlo de Carlos Machado, o "Rei da Noite". Em 1951, gravou seu primeiro disco com o Regional Claudionor Cruz no estúdio Star. Foi um 78 rotações com dois choros: "Casca Grossa", de Guio Moraes e "Sereno", de José Menezes e Luiz Bittencourt. Trabalhou no programa "Música em surdina", na Rádio Nacional ao lado de Garoto e Fafá Lemos, do qual nasceu em 1952, o "TRIO SURDINA",composto pelos três. Gravaram 2 LPs de 10 polegadas na Musidisc a convite de Nilo Sérgio. O primeiro LP do Trio, lançado em 1953, chamou-se "Trio Surdina" e trazia músicas de Garoto como "Duas Contas " e "O Relógio da Vovó" de Chiquinho e Fafá Lemos.

 Esta última tornou-se um grande sucesso e marcou definitivamente a autonomia artística do conjunto. Ainda em 1953, o grande maestro Radamés Gnatalli convidou-o a fazer parte da Grande Orquestra Brasileira da Rádio Nacional, incorporando-se assim oficialmente ao "elenco" da emissora. Nesse mesmo ano, Chiquinho fundou seu próprio conjunto, o "Chiquinho e seu Conjunto" que tocou em clubes como o Tijuca Tênis Clube e o Bola Preta, entre outros, e em muitos bailes de Formatura. Em 1954, Chiquinho passou a integrar o Sexteto de Radamés Gnatalli. Chiquinho gravou cerca de 10 discos como SOLISTA. Como COMPOSITOR, entre muitas polcas, o destaque foi a música "São Paulo Quatrocentão"(1953) para as comemorações do IV Centenário da fundação da cidade de São Paulo. Composta em parceria com o amigo violonista Garoto e com letra de Avaré, ficou um ano em primeiro lugar nas paradas de sucessos, tendo vendido mais de 700 mil cópias. Entre outras músicas de sua autoria destacam-se: "Esquina da Saudade" (com Radamés e Alberto Ribeiro), gravada por Jamelão, "Relógio da Vovó" (com Fafá Lemos e Garoto), "Dobrado 27 de Fevereiro" (com Radamés), "Um baile em Santa Cruz", "Sinimbu", "Polquinha Gaúcha", "Estrela". 

Compôs também arranjos para "jingles", para vários músicos e cantores. Participou da gravação de trilhas sonoras para cinema, com diversos maestros além de Radamés Ghatalli, tais como Lírio Panicali, Edino Krieger, Remo Usai, Guerra-Peixe e outros. Em 1960, excursionou pela Europa apresentando-se em Portugal, França, Inglaterra, Itália e Alemanha com o Sexteto de Radamés, na III Caravana Oficial de Música Popular Brasileira. Foi diretor musical da TV-Excelsior de 1963 a 1967. Um dos mais solicitados acordeonistas para gravações em estúdio, Chiquinho acompanhou, entre outros, Elisete Cardoso, Araci de Almeida, Carmélia Alves, Carlos Lira, Maria Creusa, Marinês, Fagner, MPB-4, Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Altamiro Carrilho, Sivuca e outros músicos e cantores da MPB. Em 1977, Radamés compôs especialmente para Chiquinho o primeiro "Concerto para Acordeon e Orquestra", apresentado em 1978, na estréia, na Sala Cecília Meireles e reapresentado no Teatro Municipal. Em 1984 gravou com Sivuca o LP "Sivuca e Chiquinho do Acordeon", pela Barclay no qual estão presentes duas composições da dupla "Acalanto para Juliana" e "Rabo de fita". 

No início de sua carreira no Rio de Janeiro, contou Chiquinho que pensava assim, a respeito de tantos músicos maravilhosos que passou a conhecer pessoalmente: "Para entrar "nessa turma", ou me faço músico, ou vou morrer de fome!" Convenhamos: era pura modéstia do Chiquinho, considerado por todos eles como excelente instrumentista, de uma honestidade e coerência musical enormes e um grande amigo, conforme afirmou Sivuca ao entregar-lhe o troféu Cândido Mendes do Projeto Meio-Dia de Música Instrumental em 1986. Além desse, Chiquinho recebeu muitos prêmios e títulos, destacando-se a medalha de "Melhor Instrumentista de 1963", aos 35 anos de idade, concedida pelo Governo do Estado; três prêmios Sharp, sendo dois em 1989, como melhor arranjador e melhor disco na categoria instrumental e um em 1990 como melhor música instrumental. Romeo Seibel atuou com quase todos os intérpretes e instrumentistas deste país e alguns do Exterior, como Astor Piazzolla, tendo acumulado mais de 50 mil horas de estúdio "em gravações que exigissem o som magistral do seu amado acordeon".

Fonte: http://chiquinhodoacordeon.inf.puc-rio.br/biografia.htm


O Encontro da Zabumba e o Triângulo com a Sanfona de Luíz Gonzaga.

Luiz Gonzaga começou a se apresentar tocando somente com a sua Sanfona. Depois ele viu que precisava de uma batucada, um tambor de sonoridade grave para acompanhar a sanfona, o bumbo ou zabumba, mas teria que ter couro de algum animal, bode ou boi por exemplo (algo do sertão), nas extremidades do instrumento. O mesmo não ficando  satisfeito, viu que não estava completo, estava desigual, era como se estivesse faltando alguma coisa. Andando pelas ruas do Recife, Luiz Gonzaga viu um garoto vendendo "Cavaco Chinês", comida bastante conhecida no interior do Nordeste, e o garoto para chamar a atenção, batia em um triângulo de ferro, de uma forma cadenciada. "Pronto, achei o marido da zabumba", disse Gonzaga, E assim ficou formado os três componentes básicos do forró. Sanfona, Zabumba e Triângulo.

Fonte: Luíz Gonzaga do Nascimento.

quarta-feira, 21 de junho de 2023

Comitê Gestor Territorial da Bovinocultura de Leite, na reunião realizada em Janduís-RN, encaminhou importantes decisões.



Foi realizada na última segunda feira (19/06/2023) na cidade de Janduís-RN, importante reunião do Comitê Gestor Territorial da Bovinocultura de Leite. A reunião aconteceu no auditório da Prefeitura Municipal. Participaram da reunião as seguintes instituições e representantes: Emater, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte- Campus Avançado de Patu, Sindicatos Rurais, Conselho Municipal de Desenvolvimento  Rural Sustentável, Secretários Municipais, Prefeito Municipal de Janduís, Salomão Gurgel e Banco do Nordeste do Brasil, através do servidor João Cavalcante.

A pauta e as decisões tomadas foram as seguintes:

*I - Avaliação e monitoramento das Ações do PAT no trimestre Abr/Jun/23  conforme arquivo e cópias das Ações concluídas, Ações em andamento e Ações a realizar, distribuídas com os participantes.

*II - Fechamento do PAT atual e abertura de um novo PAT para a mesma atividade e dar continuidade as ações não realizadas,  com base na nova Metodologia a ser aplicada, sendo que para os trabalhos do ´PRODETER não terão  doravante as reuniões com os CGM.s- Comitês Gestores Municipais e os  referidos trabalhos  passarão a ser diretamente conduzidos pelo C.G.T – Comitê Gestor Territorial, ficando a critério e decisão  de cada município continuar ou não fazendo suas reuniões dos Comitês Gestores Municipais (CGM), mas sem a   obrigatoriedade da presença do BNB;

*II -  Definição dos Municípios com PRODETER para o Novo PAT, sendo: Apodi, Campo Grande, Caraúbas, Janduís, Messias Targino, e Rafael Godeiro, os quais manifestaram interesse em continuar no PRODETER, apenas o município de  Apodi estava ausente mas se comunicou por mensagem sobre o assunto. Portanto,  a composição dos trabalhos do PRODETER fica um total de 06 ( seis) municípios, considerando que não podemos assumir o compromisso de colocar no grupo de trabalho municípios que não  firmaram a continuidade e permanência no mencionado Programa.

*IV -  Foi criado e instalado o novo Comitê Gestor  Territorial (C.G.T.) e o grupo Diretivo para o novo PAT da Bovinocultura de leite com seus respectivos representantes, observado que nessa  nova metodologia de trabalho a nomenclatura de Presidente e Vice Presidente  do C.G.T passa a ser Coordenador e Sub Coordenador, e ficou assim constituído: 

Coordenador: Dário Arruda, Produtor Rural e Técnico Agrícola do  Município de Janduís; Sub Coordenador –   José Maria Júnior – Sindicato dos Trabalhadores Rurais e Produtor Rural do Município de Caraúbas; Secretária –  Dilcinéia Brito – Sindicato dos Trabalhadores Rurais e Produtora Rural do Município de Campo Grande;

Câmaras Temáticas:

1 – Marketing e Mídias Sociais:  Aluísio Dutra de Oliveira – Prof. UERN Campus Avançado de Patu – Parceiro Territorial.

2 – Inovação e Tecnologia :    Lecy Gadelha -  SEBRAE – Parceiro Territorial.

3 – Gestão de Dados e Informações:  Genésio Francisco Pinto "Pôla Pinto" - Secretário Municipal de Agricultura – Município de Messias Targino. 

4 – Compras Coletivas : Unilson Filho – Secretário Municipal de Agricultura do Município de Rafael Godeiro.

Integrarão o CGT,  representantes de todos os 06 municípios já mencionados e também outras Instituições de desenvolvimento no Território, tais como: I F R N , EMATER,  EMPARN, UERN, organizações Associativas e  Elaboradores de Projetos .

*V -  Pesquisa de Campo com os produtores de leite do PAT que está sendo fechado:  conforme conversado e cópias distribuídas na reunião.

*Agenda de Compromissos:*

*01 - Os Secretários municipais e os sindicatos Rurais dos municípios do PAT organizar e levar caravanas de produtores de leite para participarem das  palestras, capacitação e negócios, na Expoeste em Caraubas, dias 29 de junho a 03 de julho;

*02 – O CGT levar as ações descritas no PAT para incluir nas discussões do PPA -  Plano Plurianual do Território Sertão do Apodi,  ( Ação do Governo Estadual do RN), reunião próximo dia 27 de junho e assim facilitar a integração das ações das políticas públicas;

*03 - O CGT articular com os prefeitos dos municípios participantes  do PAT visando a integração e apoio para a cadeia da atividade priorizada;

*04 – O Agente de Desenvolvimento do BNB, articular com as Instituições de desenvolvimento do Território Sertão do Apodi,  buscar integra-las no novo CGT e  apresentar na próxima reunião a formação completa do CGT , nominalmente.

*05 - O CGT juntamente com o BNB realizar próximo mês de Julho reunião para início dos trabalhos do novo PAT.





terça-feira, 20 de junho de 2023

Comitê Gestor Territorial da Bovinocultura de Leite realizou encontro em Janduís RN.


 

Foi realizada ontem (19/06) na cidade de Janduís-RN, reunião do Comitê Gestor Territorial da Bovinocultura de Leite. A reunião contou com a participação de representantes do comitê dos seguintes municípios: Janduís, Messias Targino, Campo  Grande, Patu, Rafael Godeiro e Caraúbas, bem como a participação das instituições Banco do Nordeste e EMATER - regional de Mossoró. O prefeito de Janduís, Salomão Gurgel, deu as boas vindas a todos e se colocou a disposição para ajudar cada vez mais ao comitê gestor dessa importante cadeia produtiva leiteira de nossa região, sendo o seu município Janduís um importante pólo produtivo de leite. Durante a reunião foram avaliadas e discutidas as ações desenvolvidas pelo comitê e planejamento de novas ações e atividades. 




 

 


quarta-feira, 14 de junho de 2023

Especial: O Coronelismo

Por Rainer Sousa

Graduado em História"

Foto: Cariri Cangaço


 "O coronelismo foi uma experiência típica dos primeiros anos da república brasileira. De fato, essa experiência faz parte de um processo de longa duração que envolve aspectos culturais, econômicos, políticos e sociais do Brasil. A construção de uma sociedade vinculada com bases na produção agrícola latifundiária, desde os tempos da colônia, poderia contar como um dos fatos históricos responsáveis pelo aparecimento do chamado “coronel”.

No período regencial, a incidência de levantes e revoltas contra a nova ordem política instituída concedeu uma ampliação de poderes nas mãos dos proprietários de terra. A criação da Guarda Nacional buscou reformular os quadros militares do país através da exclusão de soldados e oficiais que não fossem fiéis ao império. Os grandes proprietários recebiam a patente de coronel para assim recrutarem pessoas que fossem alinhadas ao interesse do governo e das elites.

Com o fim da República da Espada, as oligarquias agro-exportadoras do Brasil ganharam mais espaço nas instituições políticas da nação. Dessa maneira, o jogo de interesses envolvendo os grandes proprietários e a manutenção da ordem social ganhava maior relevância. Os pilares da exclusão política e o controle dos grandes espaços de representação política sustentavam-se na ação dos coronéis."

"Na esfera local, os coronéis utilizavam das forças policias para a manutenção da ordem. Além disso, essas mesmas milícias atendiam aos seus interesses particulares. Em uma sociedade em que o espaço rural era o grande palco das decisões políticas, o controle das polícias fazia do coronel uma autoridade quase inquestionável. Durantes as eleições, os favores e ameaças tornavam-se instrumentos de retaliação da democracia no país.

Qualquer pessoa que se negasse a votar no candidato indicado pelo coronel era vítima de violência física ou perseguição pessoal. Essa medida garantia que os mesmos grupos políticos se consolidassem no poder. Com isso, os processos eleitorais no início da era republicana eram sinônimos de corrupção e conflito. O controle do processo eleitoral por meio de tais práticas ficou conhecido como “voto de cabresto”.

Essa falta de autonomia política integrava uns processos onde deputados, governadores e presidentes se perpetuavam em seus cargos. Os hábitos políticos dessa época como a chamada “política dos governadores” e a política do “café-com-leite” só poderiam ser possíveis por meio da ação coronelista. Mesmo agindo de forma hegemônica na República Oligárquica, o coronelismo tornou-se um traço da cultura política que perdeu espaço com a modernização dos espaços urbanos e a ascensão de novos grupos sociais, na década de 1920 e 1930.

Apesar do desaparecimento dos coronéis, podemos constatar que algumas de suas práticas se fazem presentes na cultura política do nosso país. A troca de favores entre chefes de partido e a compra de votos são dois claros exemplos de como o poder econômico e político ainda impedem a consolidação de princípios morais definidos nos processos eleitorais e na ação dos nossos representantes políticos.



SOUSA, Rainer Gonçalves. "Coronelismo"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiab/coronelismo.htm. Acesso em 14 de junho de 2023.

quarta-feira, 7 de junho de 2023

Cavalgada Rota do Trem Sairá nesta Quinta Feira (08/06) de Mossoró-RN e Chegará no Sábado Patu-RN.

 

Tera início nesta quinta feira (08/06/2023) 4a Cavalgada Rota do Trem, que será realizada no período de 08 a 10 de junho de 2023. A cavalgada sairá de Mossoró e chegará a cidade de Patu neste sábado, 10/06, por volta das 18 horas. A concentração e saída deverá ter cobertura ao vivo da InterTV Cabugi e da TCM. Em Patu, a Rota do Trem, irá participar do cortejo de abertura do Arraiá Patu Dançá. Os cavaleiros e amazonas que participarão da Cavalgada Rota do Trem, desfilarão pela avenida Lauro Maia até o centro da cidade, abrindo o cortejo "A BOCA DA NOITE", promovido pelo poder público muunicipal de Patu, marcando o inicio das festividades juninas para este ano em Patu-RN.
Fonte: Com informações de Josemar Vieira.

Especial: Assalto do Bando de Sinhô Pereira a Fazenda Dois Riachos-PB




Um  dos episódios marcantes e definitivos para os destinos do Cangaço; notadamente tendo como principais protagonistas: Sinhô Pereira, Luís Padre,Virgulino Ferreira da Silva - Lampião e Zé Inácio; foi sem dúvidas o emblemático assalto de celerados, sob as bênçãos do mandatário maior do Barro, no Ceará, Major Zé Inácio "do Barro", à Fazenda Dois Riachos, em Catolé do Rocha, na Paraíba; propriedade do coronel da Guarda Nacional, Valdivino Lobo. 

O ousado acontecimento teve a frente Sinhô Pereira e Ulisses Liberato de Alencar, que comandaram o ataque à fazenda Dois Riachos de Valdivino Lobo; à frente de  cerca de vinte cabras e que tinha ainda o objetivo de invadir as  fazendas vizinhas, pertencentes a Adolfo Maia e a Rochael Maia. A primeira, fazenda de Adolfo Maia foi depredada por Sinhô Pereira e a segunda, a fazenda de Rochael Maia não chegou a ser invadida. O assalto ao alto sertão paraibano por Sinho Pereira e Ulisses Liberato teve imediata repercussão, provocando uma feroz perseguição por parte do Estado ao bando celerado e com forte repercussões para história do cangaço a partir dali. Ao ser preso o cangaceiro-jagunço Ulisses Liberato disse em depoimento à polícia, que todo o saque da empreitada, dinheiro e jóias haviam sido entregues ao Major Zé Inácio do Barro. 

Da Fazenda Dois Riachos foram subtraídos dois contos e oitocentos mil réis, além de 120 libras esterlinas. Valores integralmente entregues ao major Zé Inácio do Barro, que recompensou Ulisses com 200 mil réis pelo serviço. Depois do assalto, Ulisses ficou refugiado em Juazeiro por dois meses. No mesmo ano da invasão a sua fazenda, o coronel Valdivino viajou ao Rio de janeiro, capital federal do Brasil, para um encontro com o presidente Epitácio pessoa que fora seu contemporâneo no ciclo ginasial. Era o tempo da ¨Política das Salvações¨, que pretendia instituir uma nova ordem e defendia um combate ao coronelismo. A invasão à  Fazenda do coronel Valdivino teve grande repercussão na imprensa. O presidente depois de ouvir o relato do ex-colega articulou a integração de autoridades das províncias do nordeste para unir forças numa perseguição implacável ao major-coiteiro Zé Inácio do Barro e um combate sem tréguas ao cangaceirismo. No dia 11 de setembro de 1922, Ulisses Liberato, sem o bando, foi preso na comunidade de Alagoinha, em Lavras da Mangabeira, no Ceará e, em seguida, recambiado para a cadeia do Crato sendo minuciosamente interrogado no dia 24 de janeiro de 1923 pelo delegado major Raimundo de Mores Brito e recolhido à prisão, onde já se encontrava Chá Preto e Polvinha. Chá Preto teve a mão direita decepada à machadada. A pretexto de ser feita a sua barba foi chamado um barbeiro, que realizou um trabalho de um ofício medieval, o barbeiro-cirurgião. O major Zé Inácio não resistindo a implacável perseguição, resolveu emigrar para Goiás, aonde veio a ser assassinado, em São José do Duro (uma corruptela de São José do Ouro, hoje no estado de Tocantins).Em setembro de 1923, Ulisses Liberato, com 29 anos foi sumariamente fuzilado. Polvinha o acompanhou na linha de fuzilamento.

Fonte: Cariri Cangaço.

Blog Cosmogonia - Epitácio Andrade Filho.

Blog A Folha Patuense - Prof. Aluisio Dutra de Oliveira.







Epitácio Pessoa 









Major Zé Inacio, do Barro