Por Francisco do PT
A Covid-19 não é uma gripezinha. Os depoimentos dos sobreviventes da doença são aterrorizantes e nos últimos 15 dias dobraram as mortes no Brasil. No Rio Grande do Norte, apesar de todos os esforços, aumentam os casos e se espalham por todas as regiões e faixas etárias.
Muitos casos começam a ter nomes e rostos conhecidos. No meio de uma pandemia sem precedentes, governantes das esferas estadual e municipal têm assumido decisões e atitudes com impactos em todas as áreas, seja, na saúde, economia, educação, cultura e social.
Como se não bastasse enfrentar o desafio de combater a crise imposta pelo coronavírus, o Presidente Bolsonaro, reiteradamente nega a ciência, desarticula o trabalho dos governadores e prefeitos e contamina a sociedade brasileira com um segundo vírus, o da discórdia, criando ele mesmo repetidas crises políticas dentro do seu governo sem nenhuma preocupação com as vidas brasileiras.
Ficamos nós potiguares somente com o que pode ser feito por nós, sem qualquer apoio do governo federal. O número de contaminados em todo estado se aproxima de mil e passa de quarenta mortes. Na sequência, a Ciência e especialistas asseguram que o pior ainda está por vir quando acontecer o pico da pandemia com a massificação do vírus nas camadas populares da periferia de Natal e explodir no interior do Estado.
Oportuno reafirmar, que a manutenção do isolamento social, neste instante, se constitui no mais eficaz mecanismo de proteção à vida. Dessa forma, o impedimento das atividades econômicas, sociais e educacionais são medidas necessárias, até o instante de superação dessa crise sanitária.
Potiguares dos 167 municípios do Estado podem e devem fazer sua parte para reduzir os danos desta catástrofe que tende a exterminar muitas vidas. No caso das pessoas mais simples, no máximo cabe cumprir as medidas protetivas de distanciamento e isolamento social. Aquele segmento social que pode desenvolver um trabalho voluntário que o faça com a maior urgência. Quem tem condições de contribuir financeiramente exerça sua solidariedade. Os profissionais dos serviços essenciais, já estão tocando suas atividades e neste contexto merecem destaque os servidores da saúde.
Tudo isso é muito importante, mas não é suficiente se não houver a participação dos ocupantes de cargos políticos, sejam eles e elas vereadores/as, prefeitos/as, vices, deputados/as, senadores/as, a Governadora do Estado e o Presidente da República. É daí que saem as leis e as definições orçamentárias de maior vulto para o funcionamento dos hospitais, a proteção das pessoas vulneráveis e a recuperação da economia.
Neste elo quem está em dívida com o povo potiguar é o presidente Bolsonaro. As prefeituras e câmaras estão em ação, a Governadora Fátima Bezerra tem feito um esforço hercúleo e direcionado todo seu governo para a proteção das vidas; os parlamentares federais, salvo raras exceções, destinaram suas emendas e atuações; e nós, deputados e deputadas da Assembleia Legislativa do RN temos acompanhado de perto o trabalho do executivo contribuindo com direcionamento de 100% das emendas parlamentares que foram liberadas para o apoio à saúde e a mudança de praticamente toda a agenda para essa tríplice tarefa presente na crise que é: em primeiro lugar cuidar da saúde das pessoas, bem como, proteger a economia e dá cobertura com o devido apoio às pessoas em situação de vulnerabilidade.
São muitas as iniciativas em forma de leis importantes que a Assembleia Legislativa tem apresentado e vem contribuindo para amenizar o sofrimento do povo do Rio Grande do Norte, como por exemplo, a lei que institui medidas para evitar o aumento abusivo de preços e o desabastecimento de produtos e equipamentos essenciais para a proteção das pessoas que atuam contra o coronavírus; mudanças orçamentárias que deram fôlego para a Governadora realizar investimentos na saúde, o requerimento de linhas de crédito especiais da AGN para as microempresas e tantas outras.
Em especial, o requerimento de nossa autoria que propôs ao Governo do Estado que as máscaras de proteção, Equipamentos de Proteção Individual e enxovais hospitalares fossem confeccionados pelas dezenas de oficinas de costuras que formam o polo têxtil, o que resultou num investimento na ordem de R$ 3,5 milhões com a colaboração do setor empresarial e a garantia de aproximadamente 4 mil empregos localizados nas regiões Oeste, Seridó e outras. A proposta uniu duas medidas que são indissociáveis na proteção da vida: em primeiro lugar as medidas protetivas da saúde das pessoas e junto com estas o apoio à economia.
Tudo isso sendo feito com a certeza que depois desta pandemia não seremos mais os mesmos. Mas poderemos ser o que quisermos ou pudermos desde que estejamos vivos porque só será costurada a roupa da saída desta crise se as costureiras estiverem vivas. Neste caso as costureiras somos todos/as nós potiguares.