Capítulo 11
Silvano Schoenberger
Ano de 1927. Pe. Francisco Scholz se dedicou a construir um abrigo para os romeiros. No dia 11 de junho correu a notícia, de que Lampião e seu bando, viriam ao Lima. Na realidade, o grupo entrando no RN por Luís Gomes, passando por Pau dos Ferros, Boa Esperança (Antonio Martins) e Mombaça (Frutuoso Gomes), mataram em Lucrecia três homens. O bando continuou por Gavião (Umarizal), seguindo a Mossoró, onde foi derrotado. Pe. Geraldo Van de Geld, assombrado com os rumores trazidos pelo povo, enterrou uma boa porção de litros de vinho canônico, usado para a celebração da missa, temendo cair nas mãos dos bandidos. Passado um tempo, ao desenterrar os litros, qual não foi sua surpresa quando percebeu que a maioria estava vazia. As formigas, depois de haverem carcomido as rolhas de cortiça, fizeram o vinho ser bebido pela terra. No mesmo ano foi concluída a construção da grande e bonita residência dos padres. Na sua visão apostólica, Dom José, bispo de Natal, sugeriu a criação das dioceses de Mossoró e Caicó. Dom José foi transferido para Niterói e substituído por Dom Marcolino Esmeraldo Dantas, sagrado bispo aos 19 de maio de 1929. Em 28 de julho de 1934 pela Bula “Eclesiarum Omnium” de Pio XI foi criada a Diocese de Mossoró, porém o primeiro bispo, Dom Jaime de Barros Câmara, vindo de Santa Catarina, apenas tomou posse no dia 26 de abril de 1936. Em 1928 veio ao Lima o Pe. João Wagner. No seu espírito criativo, dizia estar apenas plenamente satisfeito, no dia em que tivesse um planador que lhe possibilitasse voar do Lima a Patu e arredores. Ainda bem que essa idéia, hoje já é uma realidade e sendo motivo de turismo. Em 1° de janeiro de 1929, Pe. Francisco Scholz benzeu e inaugurou a Capela de Almino Afonso. Ainda merece destaque um acontecimento bastante comentado na região. Dona Elisa Maia, mulher decidida e temida por alguns, tinha uma filha que fugiu com um rapaz para casar no Lima. Dona Eliza veio com um grupo de vaqueiros. Subiram a vereda a cavalo e cercaram a Capela para impedir o casamento. Mas, Pe. Francisco, Igreja trancada, apenas com os noivos e testemunhas, já estava finalizando a cerimônia. Depois disso, só houve um jeito: a conformação. Observação: De acordo com a explicação de Dona Carmelita de Morais Rocha, da Fazenda Lajes, Dona Eliza Maia morava no Prado, entre Catolé do Rocha e Almino Afonso. A filha se chamava Virgínia e o rapaz Seledon, do Junco [Messias Targino], vulgo “doutorzinho”, irmão de Joaquim de Oliveira Rocha. Mais tarde, o casal foi morar em São Paulo. Tiveram um filho, Paulo, hoje engenheiro.

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