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quarta-feira, 17 de novembro de 2021

História: Antiga Residência do Coronel João Dantas em Patu pode ter sido construída pelo Padre Bernardino José da Rocha Formiga.

 


O Coronel João Dantas de Oliveira nasceu no ano de 1814, provavelmente no município de Patu. Depois de muitos anos foi residir na Vila de Pombal, sertão da Paraíba, onde ingressou na Força Nacional, se tornando um homem importante e poderoso naquela região. Ele casou com a Senhora Maria Severiana Dantas da Rocha, segundo consta esta informação no registro de óbito da Igreja Matriz de Nossa Senhora das Dores, datada de 22 de Agosto de 1882. Dona Maria Severiana, esposa do Coronel João Dantas, era filha do Português Bernardino José da Rocha, que segundo artigo de José Tavares de Araújo Neto, publicado no Blog Liberdade PB, foi  construtor do antigo mercado público da cidade de Pombal. O português tinha também um filho que era construtor, Bernardino José da Rocha Formiga, que foi o construtor da cadeia pública de Pombal-PB e que também era padre, com atuação no município de Catolé do Rocha-PB. 

Há evidências que, devido vários problemas políticos e de justiça, o Coronel João Dantas de Oliveira tenha voltado a residir em Patu e construiu uma residência no Sítio Patu de Fora, alguns chamam de Fortaleza do Coronel João Dantas. 



É bastante provável  que a chamada fortaleza do Coronel João Dantas de Oliveira tenha sido construída pelo padre Bernardino José da Rocha Formiga, cunhado do Coronel João Dantas de Oliveira. Os motivos que se faz acreditar nesta hipótese são de que, o Coronel tinha seu cunhado como construtor e que o mesmo tinha construído a cadeia Pública de Pombal, bem como a semelhança da arquitetura da época, se comparando as duas construções, onde as mesmas possuem formatos e acabamentos semelhantes.

A residência do Coronel João Dantas de Oliveira encontra-se em ruínas, onde apenas algumas paredes estão de pé. 

Portanto, é muito provável que a fortaleza do Coronel João Dantas de Oliveira, tenha sido construída pelo Padre Bernardino José da Rocha Formiga, filho do Português Bernardino José da Rocha, sogro do Coronel João Dantas de Oliveira.


Reportagem:  Aluisio Dutra de Oliveira.

Blog A Folha Patuense.

Fonte das Informações:  José Tavares de Araújo Neto.

Fonte: Liberdade PB.

Publicado em: 29/03/2021 por Alysson Pereira


História: Registro de Óbito do Coronel João Dantas é de 22 de Agosto de 1882.



O coronel João Dantas de Oliveira, segundo livro História de Patu do historiador Petronilo Hemetério Filho, foi amigo e depois inimigo do cangaceiro Jesuíno Brilhante, faleceu em Patu em 1.882.

Veja o registro de óbito.

TRANSCRIÇÃO PALEOGRÁFICA feita por Fábio Nogueira (de Firmino), a partir de pesquisa para a sua genealogia, DO REGISTRO DE ÓBITO DO CORONEL JOÃO DANTAS DE OLIVEIRA, CONSTANTE NA FOLHA 96, DO LIVRO 1 DE ÓBITOS DA PARÓQUIA DE PATU RN.

Aos vinte e dois de agosto de mil oitocentos e oitenta e dois, em uma catacumba, neste cemitério de Patu, em cuja regência parochial me acho, sepultou-se o cadáver do Coronel João Dantas de Oliveira, casado com Dona Maria Severiana Dantas da Rocha nesta mesma freguesia. Faleceu de mortes normais, tendo recebido os sacramentos, e contando sessenta e oito annos de idade, e seu corpo (?vestiu? a respectiva farda), foi depois por mim encomendado; do que para constar, faço este termo, que assigno.

Vigário Pedro Soares de Freitas.


O coronel da Força Nacional do Brasil, João Dantas de Oliveira, segundo registro no livro do Historiador Raimundo Nonato, Jesuíno Brilhante - O Cangaceiro Romântico - se envolveu com o dito cangaceiro no episódio do assalto a cadeia pública de Pombal PB, onde Jesuíno Brilhante arquitetou a fuga do seu irmão Lucas.  O Coronel João Dantas foi acusado de facilitar a fuga, ido a julgamento duas vezes, sendo inocentado nas duas vezes.

O coronel João Dantas possuía uma residência (fortaleza) no sítio Patu de Fora, sendo o atual proprietário o senhor Alfredo Leite, já falecido.

Segundo o registro de óbito da igreja de Nossa Senhora das Dores, João Dantas de Oliveira, faleceu em 22/08/1882, sendo sepultado no antigo cemitério de Patu.

Residência do Coronel João Dantas no Sítio Patu de Fora.

Antigo Cemitério de Patu RN




Registro: Patuense Lança Livro Sobre Álgebra Linear.

O Patuense Lenimar Nunes de Andrade, filho do senhor Valdemar Solano de Andrade, lançou recentemente o livro: Introdução a Álgebra Linear. Ele detém o título de Bacharel em Matemática pela Universidade Federal da Paraíba, Mestre em Matemática pela Universidade Federal de Pernambuco e Doutor em Engenharia Elétrica pela UNICAM. Lenival é professor titular da Universidade Federal da Paraíba. Segundo o autor, o estudo da álgebra Linear é indispensável para alunos e professores das áreas de Ciências Exatas e Aplicadas.




Registro: Doutora Ana-Nére Almeida Rezende de Moura, aprovada em tese de Doutorado.

Foi realizada no último dia (04/11/2021) a defesa da tese de Doutorado da doutora Ana-Nére Almeida Rezende de Moura, natural de Catolé do Rocha PB. A defesa da tese foi pela Universidade do Minho de Portugal tendo como título: Currículo e cultura de projetos: uma investigação na prática cotidiana do professor, sendo aprovada com distinção. 

A doutora Ana-Nére é esposa do professor doutor Patuense, João Batista de Moura, conhecido por João de Chico de André. Sua esposa Ana-Nére  é assessora pedagógica da Secretaria Municipal de Educação da cidade de Natal e trabalha com formação de professores.

Nossos Parabéns pela grande conquista.

Universidade do Minho
Portugal




Aguardem!!! Patuense fará lançamento de Livro de Auto Ajuda.


O estudante do Curso de Letras da UERN - Campus de Patu , Willian Andrade, em breve fará lançamento do livro de Auto Ajuda - Ainda Haverá Esperança nesse Caminhar. 

Editora: Frutificando Livros.





História: ATENTADO NA FAZENDA VÁRZEA COMPRIDA: A QUESTÃO ENTRE O COMANDANTE JOÃO DANTAS DE OLIVEIRA E O CAPITÃO FRANCISCO DE OLIVEIRA FREITAS.



O capitão Francisco de Oliveira Freitas, influente fazendeiro do município de Pombal, integrante do Partido Liberal, tinha com os irmãos Pedro e coronel João Dantas de Oliveira, do Partido Conservador, divergências que iam muito além da mera concepção ideológica. Aliás, a disputa pelo poder foi desde sempre o principal estopim que desencadeou grandes conflitos familiares nos sertões nordestinos.

No início da década de 1860, o capitão Francisco Freitas, na condição de delegado da cidade, formou uma milícia e implementou uma implacável perseguição a fim de recrutar compulsoriamente pessoas para Guerra do Paraguai, como ficou conhecido o conflito em que, por interesses políticos e econômicos, o Brasil se juntou a Argentina e ao Uruguai para promoverem um dos maiores genocídios da história contra o povo daquele promissor País.

Em regra, os filhos de pequenos agricultores e negros, foragidos ou alforriados, eram os potenciais alvos dessas perseguições, vistos que os poderosos, além de ofertar seus escravizados em idade útil, também faziam donativos financeiros ao governo, em troca de que o império dispensasse do dever cívico os seus filhos, familiares mais próximos e protegidos.

Diante da eminência de ser preso e enviado ao front da guerra que não lhe pertencia, Julião Ferreira de Sousa, alforriado, ex-escravizado de uma tia do capitão Francisco Freitas, decide se refugiar na vizinha comarca de Catolé do Rocha, fora da jurisdição do intrépido delegado de Pombal. Entretanto, o plano de Julião não obteve o êxito esperado. Avisado de sua presença, o delegado de Catolé do Rocha prendeu-o, encaminhou-o à cadeia de Pombal, de onde ele foi recolhido pela escolta da Guarda Nacional.

A relação entre o capitão Francisco Freitas e o coronel João Dantas de Oliveira, que nunca foi nenhum pouco amistosa, teve maior acirramento após o capitão invadir a propriedade do coronel. O fato se deu por conta de que o capitão era contra o namoro de uma de suas filhas com um jovem pertencente a uma família que tinha estreitas ligações políticas com o seu adversário e inimigo.

Diante desta dissenção, o jovem “roubou” a namorada e a deixou na fazenda São Benedito, propriedade do seu padrinho João Dantas de Oliveira, para que este providenciasse a celebração do matrimônio. Naquela época, essa era uma prática muito comum quando os pais, por algum motivo particular, insurgiam-se contra o desejo de união do casal enamorado. Ao tomar conhecimento do paradeiro da filha, o capitão Francisco Freitas, à frente de um grupo de homens fortemente armados, dirigiu-se até a fazenda São Benedito, resgatando sua filha, que, mesmo contra a vontade, teve que ceder a exigência do enfurecido pai.

O comandante João Dantas de Oliveira, que na ocasião da invasão não se encontrava na fazenda, ficou indignado quando soube que seu inimigo havia invadido sua propriedade, classificando aquela atitude como uma afronta imperdoável. Todos que conheciam o comandante sabia que a partir daquele momento o capitão Francisco Freitas tinha registrado, em caráter definitivo e irrevogável, o seu nome na caderneta de vingança do arrogante e prepotente comandante da Guarda Nacional.

Outro episódio envolvendo a autoridade do capitão Francisco Freitas, então delegado da cidade, foi protagonizado pelo irmão de João Dantas, o suplente de juiz municipal Pedro Dantas de Oliveira. O fato ocorreu em 1865, precisamente no dia 31 de maio, quando o juiz de direito, Dr. Manoel Tertuliano Thomaz Henrique, determinou que o delegado Francisco Freitas encaminhasse à sua casa o detento Manoel José do Nascimento, protegido de Pedro Dantas, que se encontrava recolhido a cadeia de Pombal, que assim como Julião Ferreira, havia sido preso “para recrutamento” e que, segundo o delegado, contra quem também havia culpa formada por ter ferido um soldado na ocasião de sua prisão.

O delegado encarregou a missão ao subdelegado, com a recomendação de que trouxesse o preso de volta a qualquer preço. Ao chegar ao local combinado, o subdelegado foi surpreendido com um habeas corpus do juiz, que se encontrava acompanhado do suplente Pedro Dantas, concedendo liberdade ao preso Manoel José do Nascimento. O subdelegado contestou, alegando que além da prisão por recrutamento, havia um termo de culpa formada contra o detento por agressão a autoridade, quando da sua prisão. O Juiz disse que tinha competência para tomar tal decisão.

O subdelegado mais uma vez contestou, alegando que iria levar o preso de volta a cadeia e qualquer maneira, conforme havia determinado o seu superior imediato. Foi então que Pedro Dantas, armado de cacete, disse em tom ameaçador que dali o recruta não saía de forma nenhuma. Sem melhor alternativa, o subdelegado voltou para a delegacia de mãos abanando e Pedro Dantas levou o preso Manoel José para a residência do coronel Candido José de Assis, que se encontrava ocupando inteiramente o cargo de comandante superior da Guarda Nacional, cuja titularidade era do seu irmão João Dantas de Oliveira, que se encontrava afastado, respondendo processo por atitudes não compatíveis com a função.

Pouco meses depois de ser conduzido pela escolta recrutadora, Julião Ferreira reaparece em Pombal, surpreendendo todos os que acreditavam que ele estivesse lutando, ou provavelmente morto, na Guerra do Paraguai. Conduzia o ex-escravizado um salvo-conduto da Guarda Nacional, no qual constava que ele havia sido dispensado por problema de saúde que o tornava inservível para o serviço militar. “Apesar de ter me livrado da guerra, eu nunca vou esquecer de quem me entregou a escolta. Só quem não tem como me pagar, a mim não deve nada”. Mais do que uma ameaça, as palavras de Julião, sobrecarregadas de mágoas, representavam uma premonição de que no contexto daquela história algo ainda estava para acontecer.

Julião foi em busca da proteção na casa do histórico inimigo capital do capitão Francisco de Oliveira, que desde sua prisão havia se tornado também seu grande inimigo. O comandante João Dantas de Oliveira viu na coragem e determinação de Julião a oportunidade de juntar a fome com a vontade de comer. “A vingança é um prato que se come frio”. O comandante não só deu guarida a Julião em sua fazenda São Benedito, como também ainda lhe presenteou com um imponente bacamarte e farta munição, para qualquer necessidade iminente, seja de defesa ou de ataque.

Em torno de 7 horas da noite do dia 23 de novembro de 1869, o capitão Francisco Freitas conversava descontraidamente com seu irmão no alpendre de sua casa na Fazenda Várzea Comprida, quando repentinamente o diálogo foi interrompido por um estampido de uma arma de fogo. Ouviu-se em seguida o barulho de passos apressados, depois o galope de um cavalo, que fugia com seu cavalheiro em meio a escuridão da noite.

Em sua preguiçosa, o capitão esbaldado em sangue pedia socorro, sem entender o que estava acontecendo. Em pouco tempo a residência foi enchendo de pessoas, primeiramente e sua filha acompanhada do genro, que moravam a pouca distância, vizinhos e amigos.

Durante toda a noite e madrugada adentro, foi intensa a movimentação da estrada que liga a cidade a Várzea Comprida, um percurso que corresponde a cerca de 7 léguas. O padre Álvaro Ferreira, pároco de Pombal, foi o primeiro chegar, avisado que foi por um emissário da filha do capitão, consternada pela gravidade dos ferimentos sofridos pelo pai, aguardava que líder espiritual chegasse a tempo de conceder-lhe a extrema-unção.

O Padre Álvaro Ferreira, apesar de primo das esposas dos irmãos Dantas, as irmãs Maria Severiana Barbara da Rocha e Joaquina Severiana Barbara da Rocha, tinha excelente relação com a família Oliveira Freitas. Ligado ao Partido Conservador, o mesmo dos Dantas, o padre foi eleito deputado provincial no biênio 1854/55, porém, após cumprir o mandato abandonou a política, insatisfeito com o rumo que o partido havia tomado, sob o controle dos coronéis João Dantas de Oliveira e Cândido José de Assis, ambos seus parentes por afinidade.

O genro do capitão foi incumbido de fazer ciente do sucedido ao juiz de direito da comarca, Dr. Joaquim Pires Gonçalves da Silva, que de pronto encaminhou ao local a força policial, sob o comando do sargento Leopoldino Alpiniano Virgulino Urtiga.

Os primeiros socorros indicavam que os ferimentos do capitão não tinham a gravidade que se imaginava inicialmente. Por milagre, sorte do capitão ou por inexperiência do criminoso, segundo dizia-se, o assassino havia carregado a arma com pouca pólvora, muito chumbo e uma bala. Nos ferimentos foram constatados, entre o baixo ventre e a cabeça, cerca de 65 caroços de chumbo, inclusive um que muito incomodava e mais inspirava cuidados, que se encontrava alojado abaixo do peito esquerdo. A bala e mais 31 caroços de chumbo milagrosamente desviaram-se e ficaram cravados na parede da casa.

Depois de confabular com a vítima e seus parentes, o sargento Leopoldino Urtiga juntou a força e se dirigiu à Fazenda São Benedito, onde após o cerco a casa do morador, deu ordem de prisão a Julião Ferreira, que atendeu sem nenhuma reação. Inicialmente, Julião negou qualquer participação no atentado. Porém, durante a revista da casa foi encontrada a arma do crime escondida em uma parede cuidadosamente condicionada com folhas de oiticica. Diante das evidencias o criminoso foi levada a cadeia da cidade.

Réu confesso, Julião Ferreira sempre negou a participação do comandante João Dantas no atentado contra o capitão Francisco Freitas. Foi a julgamento, condenado a 20 anos de cadeia por tentativa de homicídio, mas a prisão não o preocupava, pois tinha a garantia do todo poderoso coronel João Dantas de Oliveira que sua estadia na cadeia de Pombal seria breve, era só uma questão de oportunidade.

Seguramente por ter culpa no cartório e temer uma delação, o fato é que o comandante João Dantas de Oliveira, conforme havia prometido, usou de todos os recursos disponíveis para libertar o seu cúmplice Julião Ferreira. Na primeira tentativa, colocou uma pessoa para assumir a responsabilidade e inocentar Julião do crime; depois escreveu uma carta ao imperador D. Pedro II; e, por último, engendrou um dos fatos mais épicos da história do cangaço, que foi o ousado assalto à cadeia de Pombal feito por um grupo de cangaceiros sob o comando de Jesuíno Brilhante, na madrugado de 19 de fevereiro de 1874.

Mas aí é outra história que iremos contar em outra oportunidade.


José Tavares de Araújo Neto.

Fonte: Liberdade PB.

Publicado em: 29/03/2021 por Alysson Pereira.


HISTÓRIA: PADRE BERNARDINO JOSÉ DA ROCHA FORMIGA, O CONSTRUTOR DA CADEIA DE POMBAL

 


Em 15 de novembro de 1842, Pedro Rodrigues Fernandes Chaves, então governador da Província da Paraíba, em mensagem encaminhada ao Poder Legislativo, chamava a atenção quanto a urgência que se fazia para construção de uma nova cadeia na Vila de Pombal, o mais importante aglomerado urbano do sertão daquela província.

A cadeia existente em Pombal, inaugurada em 04 de maio de 1772, por ocasião de sua elevação a categoria de vila, já não atendia a atual demanda. Ela havia sido projetada para atender as necessidades mais prementes, devendo ser utilizada como um dos equipamentos de repreensão e castigo impostos principalmente aos escravizados e indígenas por cometimento de pequenos delitos. Ao longo do tempo de mais de meio século, a velha cadeia já havia se tornado completamente obsoleta, devido a intensificação de ocorrências de crimes de maiores gravidades, notadamente contra a vida e o patrimônio, inclusive com o surgimento de grupos criminosos organizados.

Em seu Relatório, o Governador da Província anunciava que já havia iniciado a construção da nova cadeia através de execução pela administração direta. Entretanto, devido aos obstáculos encontrados, principalmente pela falta de operários e de materiais no lugar, teve que suspender os serviços e abrir um processo licitatório para que fosse possibilitados a sua execução através da administração indireta.

Aberto o processo, apenas uma pessoa se habilitou para a essa importante e complexa construção: O sr. Bernardino José da Rocha Formiga.

Mas afinal, quem foi Bernardino José da Rocha Formiga?

Bernardino José da Rocha Formiga, de tradicional família pombalense, filho do casal Bernardino José da Rocha e Maria Joaquina Benedicta Nobre (Mariinha Formiga); ele, português construtor do primeiro Mercado de Pombal; ela, filha de José Ferreira de Sousa Formiga (Capitão Zé da Formiga) e Maria Nobre da Conceição (Dona Rosa Formiga), influentes fazendeiros, proprietários da Fazenda Formiga, localizada nas cercanias da Vila.

Bernardino Formiga era Padre e exercia o cargo de pároco na vizinha cidade de Catolé do Rocha (1846 a 1875). Sobrinho do Padre José Ferreira Nobre, herói da Revolução Pernambucana, citado no hino de Pombal. Além de Bernardino, outros sobrinhos do Padre Nobre também seguiram o sacerdócio, a exemplo de Padre Álvaro Ferreira de Sousa (Pároco de Pombal-PB) e seu irmão Padre José Ferreira de Sousa (Vigário do povoado de Jericó, termo de Catolé do Rocha-PB), Padre Félix Aurélio Arnaud Formiga (Pároco de Missão Velha-CE) e Padre Joaquim Jusselino Viriato Formiga (Pároco em Picos-PI, sendo assassinado em 1867, quando exercia o cargo de coadjutor no povoado de Conceição, Termo de Misericórdia, província da Paraíba).

Em 1862, afastado da função por problema de saúde, padre Bernardino candidatou-se ao cargo eletivo de vereador, em detrimento do Aviso Imperial nº 74, de 9 de junho de 1850, que vedava o acúmulo do exercício de Pároco e Vereador. A eleição do padre expôs uma suposta lacuna jurídica, já que no Aviso Imperial não havia previsão para a hipótese do pároco está afastado da função paroquial. Desta forma, a Câmara de Vereadores da Vila do Catolé do Rocha entendeu que a posse do Padre não encontrava nenhum óbice no ordenamento jurídico. Entretanto, decidiu levar ao caso a apreciação do Presidente da Província, que por sua vez encaminhou a questão ao Ministério dos Negócios do Império.

Em 7 de abril de 1862, ao Ministério dos Negócios do Império fez o despacho nos seguintes termos:

“O Governo Imperial não pode aprovar semelhante decisão, por ser ela oposta à Lei e contraditória: porquanto, tendo V. Excia. reconhecido que o exercício das funções paroquiais não deve ser acumulado ao de Vereador, não podia o dito Pároco, pelo fato de estar impedido por moléstias para as funções paroquiais, dar-se por desimpedido para as de Vereador. A dispensa de residência dos Párocos não pode ser concedida, segundo os cânones da Igreja, senão por moléstia que impossibilite absolutamente; e, portanto, logo que o referido Pároco se deu por habilitado para funções civis, devia ser chamado aos seus primeiros deveres, que são os da sua Igreja”.

Segundo o historiador Celso Mariz, o Padre Bernardino Formiga teve grande importância política na Vila de Catolé. Foi um dos responsáveis pela implantação do processo de instrução naquela Vila, como também pela vinda do missionário Padre Ibiapina à região, onde realizou missões e incentivou a construção de diversas obras religiosas e sociais, a exemplo do cemitério do povoado de Jericó.

A propósito: A nova cadeia só foi concluída e inaugurada sete anos depois, precisamente em dezembro de 1849. Mas esta é outra história que contaremos em outra oportunidade.

José Tavares de Araújo Neto.

Fonte: Liberdade PB.

Publicado em: 29/03/2021 por Alysson Pereira

Foto: Blog Cariri Cangaço.


Artigo: Ataque ideológico às provas do Enem e Lei Escola Democrática



Há oito dias da aplicação da prova de Enem continua repercutindo na imprensa brasileira práticas do governo federal de natureza desrespeitosa e intervencionista, de censura ideológica no conteúdo a ser ministrado nas provas do Enem.

Registre-se, repreensão em questões que envolvem cenários   contemporâneos vivenciados na política, na economia e nas relações sociais da sociedade brasileira. Os servidores alegam fragilidade técnica e administrativa contra a atual gestão do órgão, e entre outras arbitrariedades, comentam: 1) a quebra de protocolo da segurança, exemplificada na entrada de profissional não integrante da lista de profissionais regularmente cadastrados; 2) apresentação   pela direção do INEP de uma lista com 22 novos nomes com acesso ao conteúdo do Enem; a intimidação continua, ainda que a argumentação da atual equipe técnica impediu alterar a composição, mas a direção do INEP respondeu às ponderações fazendo diminuição da equipe, mesmo diante de um número de participantes já reduzido, certamente impondo sobrecarga de trabalho, muito acima de uma capacidade normal; 3) interferência nos conteúdos de mais de duas dezenas de questões (arbitradas pela equipe que a direção impusera acesso e revisão), e sobre forte censura da direção geral do INEP, foram refeitas três vezes.

Francisco do PT - Deputado Estadual.


sexta-feira, 10 de setembro de 2021

Cantor Potiguar Neto Andrade faz Lançamento Hoje (10/09) de Versão em Xote do Grande Sucesso de Ana Carolina e Seu Jorge.




Uma das músicas de maior sucesso da carreira de Ana Carolina e Seu Jorge está de cara nova. "É isso aí" ganhou uma repaginada do cantor Neto Andrade, que adaptou a canção para o ritmo de xote. A novidade será lançada, de forma independente, Hoje, 10 de setembro, nas principais plataformas de streaming. 

A ideia do cantor Neto Andrade é divulgar o forró para todo o país, por meio de uma música popularmente conhecida. E a canção escolhida, segundo ele, combina muito bem com o estilo nordestino. 

Por isso, quando o projeto foi aprovado pela editora Warner Chappel Music Brasil, Neto comemorou. "Quero ir além do cenário nordestino com essa música e, claro, mostrar toda minha capacidade vocal para quem ainda não me conhece", disse ele. 

A canção original foi escrita pelo músico irlandês Damien Rice e ganhou uma versão brasileira dos cantores Seu Jorge e Ana Carolina. 

O single será disponibilizada nas principais plataformas, como Spotify, Deezer, iTunes e no canal do Youtube/cantornetoandrade. 

Clipe - A versão mais nova de "É Isso aí" ainda ganhou um clipe oficial que poderá ser acessado, também a partir do dia 10, no canal do artista no Youtube. O vídeo foi gravado em meio a uma natureza exuberante e remete o público a um lugar tranquilo.  "Comparo a letra dessa música como uma oração, transmite paz, passa uma linda mensagem e agrada muita gente que curte a boa musica", avaliou Neto.

Por: Ayslane Dantas 

Instagram: @cantornetoandrade



segunda-feira, 30 de agosto de 2021

Tenente Coronel Eduardo Leão é Promovido a Coronel da PM do Rio Grande do Norte.

A Governadora Fátima Bezerra, realizou recentemente solenidade de promoção de centenas de oficiais da PM do Rio Grande do Norte.  O Diário Oficial do Estado do Rio Grande do Norte, no último sábado 28/08/2021, publicou as  promoções, entre eles a promoção do agora Coronel Eduardo Leão, filho de Patu, do casal José de Arimatéia e Lourdes Leão. Nossos sinceros parabéns e muito sucesso.






Veja a Matéria Completa.

O governo do Rio Grande do Norte publicou na edição deste sábado (28) do Diário Oficial do Estado um decreto em que promove 466 agentes da segurança pública. O documento é para a promoção de 399 praças e 44 oficiais da Polícia Militar e 23 oficiais e praças do Corpo de Bombeiros.

As promoções dos praças foram de sargento a subtenente, entre homens e mulheres. Entre os oficiais, houve a inclusão de sete mulheres nos quadros de combatente e também médico.

“Foi promovida uma coronel, o último posto da polícia militar, e as demais oficiais também são oficiais superiores, que é o posto mais alto da corporação. Então a governadora valorizou a lei que enviou para a Assembleia, unificando e universalizando a entrada das mulheres nos quadros da Polícia Militar”, disse o coronel Francisco Araújo, secretário de Estado da Segurança Pública (Sesed).

A lei a qual o secretário se refere é a Lei Complementar Nº 683, de 28 de julho de 2021, que assegura a igualdade de acesso às vagas, entre homens e mulheres, nos próximos concursos da PM RN.

“A Lei reajustou todos os nossos quadros já existentes, distribuindo melhor nosso efetivo dentro do território no estado. Ou seja, melhora a gestão e o trabalho da segurança pública, vez que melhora o desdobramento da tropa no terreno, interiorizando a segurança e atingindo as pessoas mais distantes da capital”, disse o comandante da Polícia Militar, coronel Alarico Azevedo.

Segundo o Poder Executivo, ao todo são 8.090 promoções desde o início da gestão da governadora Fátima Bezerra, em 2019, sendo 500 no Corpo de Bombeiros.

“Isso é incentivo, tanto do ponto de vista salarial, como do profissional. Eu fico feliz porque nós temos feito todo o esforço para dar à Segurança Pública a prioridade que ela merece. E não é com discurso, é com atos concretos como esses. Valorização e respeito pelo papel tão importante dos agentes de segurança”, disse a governadora Fátima.

Fonte: G1.com.

segunda-feira, 23 de agosto de 2021

Especial: Raimundo Crente - 90 Anos de Vida!!!


 

Raimundo Miguel da Silva, filho de Cícero Miguel da Silva e Rosa da Conceição, nascido em 17/08/1931 no Sítio Canto na Serra do Lima, Patu RN, o segundo filho de sete irmãos de um casal pobre, analfabeto, mas, nasceu com uma inteligência extraordinária, estudou apenas uma cartilha de ABC no Lima por apenas seis meses. Aos 15 anos ele vai a Mossoró e vê um banco de carpinteiro o qual, traz na sua memória, chagando a Patu, na Serra do Lima, tira madeira e faz igual, utilizando serrote, plaina e uma grosa. A partir daí passa a desenvolver a arte da carpintaria. Em 17/07/1947, durante um culto realizado na residência do senhor João Pedro Nogueira, na comunidade rural Gameleira, aceitou Jesus e passou a ser evangélico, com a idade de 16 anos, iniciando a sua trajetória cristã, tendo como companheiros: Rossival Sabóia, Mafaldo e José Severino. Durante os cultos realizados na comunidade Gameleira, iniciou namoro com a jovem Rita Alves Nogueira, filha do senhor João Pedro Nogueira e Maria Alves Nogueira.

No ano de 1950, ainda solteiro, constrói uma casa de alvenaria na sua comunidade. Em 1951 casaram-se e foram residir na casa que construiu, residindo por quatro anos. Ali, trabalhava durante a semana e no sábado à noite subia a serra com a feira em um lombo de um jumento, descendo na segunda feira pela madrugada, e assim era a sua rotina.

Raimundo Crente possuía uma oficina de móveis, sendo a primeira movelaria da cidade de Patu, começando a enfrentar grandes desafios, morando em casa de aluguel até o ano de 1958, quando chega uma seca severa e resolve vender tudo e viaja a Fortaleza-CE e compra uma passagem de navio para estado do Pará, a fim de trabalhar na extração de borracha, mas infelizmente não conseguiu, ficou aguardando chamado que nunca veio. Decidiu ir a Patos na Paraíba no ano seguinte comprar um motor e novamente montou a sua oficina de móveis com muita dificuldade, mas, sempre com fé, enfrentando os desafios.

No ano de 1960 ele comprou uma gleba de terra no Sítio Manuê e começa a construir a sua residência. No ano de 1962, o proprietário do prédio da sua oficina de móveis pede ao mesmo e seu local para trabalhar, ele juntou tudo e levou para o Manuê, que na chuva e no sol os equipamentos se deterioraram e vendeu-os para o ferro velho. A partir do ano de 1963, seu Raimundo Crente passa a desenvolver a profissão de pedreiro, carpinteiro ambulante, sem nunca abandonar a agricultura. No ano de 1969, em meio a grandes dificuldades chega a sua residência, o padre Henrique Sptz e convidou-o para trabalhar como carpinteiro na construção do Santuário do Lima, permanecendo por nove anos na responsabilidade da carpintaria da obra. Durante esse período ficou no comando da agricultura, sua esposa Rita Nogueira e filhos, pois o mesmo havia arrendado por dois anos, no ano de 1972, o sítio Vertentes, do proprietário, Josa Baiano.

No ano de 1974, Raimundo Crente recebeu convite da sua tia Brasilina Félix, para tomar conta do sítio Cafarnaum, a mesma era solteira e de idade avançada, não tendo condições de cuidar, então, mesmo trabalhando no Santuário do Lima, sua família passou a desbravar o pé da serra do Cafarnaum.

No ano de 1978, termina a jornada de trabalho no Santuário do Lima, passando então a dar mais ênfase à agricultura, mesmo assim, continuou como pedreiro, trabalhando com o senhor João Cardoso, com o mesmo fez várias construções em Patu e em outros lugares. Apesar das intempéries da vida, sempre com muita perseverança, coragem, fé e com a ajuda incansável e sábia de sua mui digna esposa, Rita Alves Nogueira. Com ela teve 21 filhos, criaram 15, são eles: Adamastor, Otoniel (in memoriam), Eudes, (in memoriam), Uziel, Edna, Eudina, Rafael, Manacés, Edneide, Eudilene, Eurani, Eleni, Elineide, Rita Filha e Raimundo Júnior. Formando assim uma prole de 15 filhos, 42 netos, 46 bisnetos e 8 tataranetos.

No ano de 2010, primeiro de abril, falece a sua querida esposa que juntos viveram 58 anos, 6 meses e 16 dias. Após um ano e seis meses, em meio à solidão e seu trabalho duro, o mesmo foi acometido de uma cegueira irreversível, mesmo assim, por 3 anos fica em Patu na companhia de sua filha Eurani. Em 22/03/2016 ele resolveu ir morar com sua filha Elenilde, no Sítio Cacimbinhas, município de Rafael Godeiro, permanecendo até os dias atuais. 

Aos 88 anos de idade permanece lúcido, um arquivo vivo, um contador de histórias, como das personalidades históricas: Almino Álvares Afonso, Tiradentes, Juscelino Kubitschek, entre outras histórias.

Seu Raimundo Crente foi um colaborador na obra do senhor Jesus Cristo. No ano de 1949, com apenas 18 anos de idade, vai à Serra do Cafarnaum tirar madeira, lavra e traz para Patu e fez as portas e janelas do primeiro templo da Igreja Assembleia de Deus, como também sua cobertura, cuja inauguração aconteceu em 26 de outubro de 1952. A sua profissão de carpinteiro ocasionou convites para fazer a cobertura de outros templos na região, até mesmo em Natal, a convite do Pastor João Gomes da Silva (in memoriam). Apesar de ser um semianalfabeto, aprendeu a ler e memorizar tanto a Bíblia Sagrada como vários livros com muito conhecimento vindo da parte de Deus, mas, a sua maior dedicação era a escatologia bíblica, o Apocalipse.


Fonte: Manacés Silveira e Elenilde.

Livro: Patu a História da Sua Gente.

Autor: Prof. Aluísio Dutra de Oliveira.


sexta-feira, 20 de agosto de 2021

A História de "Beto Sambola".



Francisco das Chagas de Oliveira, popularmente conhecido por "Beto Sambola" nasceu em Patu no dia 13 de Janeiro de 1967. Filho de José Paulino da Costa de Oliveira, conhecido por "Zé Sambola", e de dona Raimunda Jorge de Oliveira, conhecida por Raimunda Maria do Patu de Fora. O apelido "Sambola" veio do seu avô Severino Sambola e do seu pai Zé Sambola. Seus irmãos são: Valdenice Paulino de Oliveira "Vanda"; Dalvanice Paulino de Oliveira "Dalva"; Marlene Paulino de Oliveira e Francisco de Assis de Oliveira, "Nim".

Beto Sambola, quando nasceu, residiu um período no Bairro da Capela de Santa Teresinha, próximo a residência de João de Artur. Durante a sua infância ele constantemente apresentava problemas de saúde, era uma criança doente, fato que prejudicou muito a sua vida. Estudou suas primeiras séries na Escola Municipal Raimundo Nonato, na época localizada no Bairro do Quartel. Devido problemas em casa e os  seus problemas de saúde, que muitas vezes deixa o mesmo nervoso e de comportamento alterado, resolveu sair de casa e morar sozinho. Beto Sambola conseguiu uma casa, doada na época na gestão do prefeito Possidônio Queiroga, no Conjunto Nova Patu, bairro hoje denominado de José Godeiro da Silva,  onde o mesmo  agradece muito pelo gesto do ex-prefeito. Beto Sambola teve que vender a sua casa, segundo ele, por questões financeiras, tendo que comprar remédios e alimentação. Ele disse que sua vida sempre foi difícil, incompreendido por algumas pessoas, que segundo ele, "desaqueta o mesmo" ou seja, tira o seu sossego, "aperreia", mexe com ele, chegando algumas vezes a jogar pedras e ser ameaçado. Beto Sambola relata também que sofreu um acidente de carro no trecho Almino Afonso a Pau dos Ferros e que Deus deu o livramento ao mesmo. Beto Sambola, que também recebe o nome artístico de Elizabeth,  disse que atualmente reside em Caraúbas e também em Patu, continuando vivendo sozinho, com a renda do  seu benefício previdenciário.

Beto Sambola é um personagem do folclore de Patu, anda prá cima e prá baixo em sua bicicleta, falando, cantando, reclamando, denunciando alguma coisa, é o jeito dele. No período das campanhas políticas, ele participa de todas as carreatas, passeatas, motociatas de qualquer candidato. Seja qual for a cor do candidato, vermelho, verde, azul ou amarelo, ele está pronto, todo ornamentado com sua bicicleta para ser o "abre alas" na avenida  Lauro  Maia. O difícil mesmo é alguém saber quem ele realmente votou no dia da eleição, porque ele promete votar em todos, isso já faz parte da sua cultura. Pedimos aqui a compreensão das pessoas que entendam a pessoa de Beto Sambola, respeite a vida dele, não o perturbe. Se ele é agressivo, o motivo são as provocações. 

Beto Sambola é um personagem popular, conhecido por todos, ficou muito feliz em saber  que muito agira irão conhecer a sua história. Ele merece fazer parte da história de Patu. Sua história fará parte do livro Patu: A História da Sua Gente. - Volume 2 -  do professor Aluisio Dutra de Oliveira, que será lançado no ano de 2022.


Fonte das Informações.

Francisco das Chagas de Oliveira "Beto Sambola".

Marlene Paulino de Oliveira.

segunda-feira, 16 de agosto de 2021

Faleceu neste domingo (15/08/2021) o senhor Celso Francelino de Ameida, "Celso de Chicão", vítima da Covid19.


Nos anos 90, seu Celso de Chicão era proprietário da Banda Contato Musical, onde a mesma deu oportunidade a vários artistas da cidade de Patu. Me recordo de um episódio que aconteceu no ano de 1999.  O empresário Petrônio, filho de seu Petrus, promoveu uma vaquejada no pátio do clube Chamego no Bairro da Capela de Santa Terezinha. A rádio Serrana FM, na primeira noite da vaquejada, promoveu uma festa no circo que foi armado para as apresentações musicais, com Nilson Viana, com a estrutura da Banda Contato Musical. Nessa noite caiu uma chuva de mais de 100 milímetros, quase que a estrutura da festa ia abaixo. Passada a chuva, seu Celso com muita calma e ajuda do gordo que controlava o som, limpou todos os equipamentos e depois a festa foi realizada. Outro momento histórico que tive contato com seu Celso, foi quando eu estava pesquisando sobre a história da vinda do Rei do Baião a Patu. O senhor Celso recordou bem esse dia pois o mesmo disse que, no dia se arrumou para ir assistir ao Show de Luís Gonzaga, mas infelizmente não pode ir pois a sua esposa estava internada no hospital de Patu, pois tinha dado a luz ao seu filho Celso Francelino de Almeida Filho, in memoriam. Luiz Gonzaga esteve pela segunda vez em Patu, na praça João Carlos, no ano de 1973.

Nossos sentimentos aos familiares e amigos e saudades do senhor Celso Francelino de Almeida, Celso de Chicão.

domingo, 15 de agosto de 2021

Registro Especial: A História do Senhor José Elias de Melo.

 

José Elias de Melo nasceu em 15 de agosto de 1937, na comunidade Pedra Lisa, município de Brejo do Cruz-PB. Filho de João de Melo da Silva e Leonila Leontina de Lima, onde tiveram dois filhos: Pedro e José Elias. Seu pai João Elias de Melo faleceu no ano de 1939, deixando José Elias com apenas dois anos. Sua mãe teve um segundo casamento, com o senhor Elias Pereira da Silva, onde tiveram quatro filhos: João, Luzia, Maria e Antônia, todos com sobrenome Elias de Lima.

José Elias a partir dos sete anos, já  ajudava aos pais na agricultura. No ano de 1959, chegava à cidade de Patu para ajudar ao seu padrasto Elias Pereira da Silva, que trabalhava na fazenda Palmeira a convite do Sr. Zequinha Tavares, nessa época residia no sítio João Pereira. Durante os anos de 1960 e 1961, José Elias ajudou o padrasto na agricultura.

No período da Seca de 1958, ele trabalhou como feitor nos trabalhos da emergência, estrada entre São José de Brejo do Cruz-PB (São José dos Cacetes) a Brejo do Cruz-PB. 

Em 1962, os comerciantes Misário Dantas e Angelita ofereceram trabalho como balconista na mercearia. No respectivo ano, José Elias de Melo casa-se com Maria Artemísia Praxedes. Do enlace matrimonial tiveram filhos oito filhos: Arnir (In memoriam), Arnilton (In memoriam), Arnilton, (nasceu outro filho e o casal colocou o mesmo nome do filho falecido, "Arnilton"), Arnirene, Adilene, Abilene, Adileuza e José Arnilson, todos com o sobrenome Praxedes de Melo. Em que pese, o Sr. Antônio Apolinário (freguês da mercearia) ofereceu uma casa para aluguel, localizada à Rua das Cajaranas - morando seis meses nesse local. Posteriormente, recebeu uma proposta do Sr. Elias Caboclo para comprar uma casa na Avenida Lauro Maia, sendo essa a residência atual. 

Já no ano de 1963 começou a trabalhar por conta própria, vendendo queijos, mercadorias diversas em mercearia na sua própria residência e realizando viagens para outras cidades. Durante essa fase, desenvolveu outras funções: taxista, marchante e vendedor ambulante. Como taxista, fazia viagens para pessoas e entidades, como por exemplo, para a Polícia Militar, chegando a transportar detentos para a cidade de Natal.  

Com o desejo de continuar os estudos, o mesmo ingressou no Ginásio Comercial de Patu, onde concluiu o curso técnico de contabilista, logo exercendo a função. No período de 1972 a 1973 foi para Mossoró com toda a família buscar concluir o ensino médio, trabalhando durante o dia, e a noite estudava no Centro Educacional Eliseu Viana.

José Elias retornou a cidade de Patu no ano de 1974, porém, continuou a viagem para Mossoró, tendo em vista a continuidade dos estudos. Após a conclusão do ensino médico, foi aprovado no curso de Letras - Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - UERN, no ano de 1981, na época FURRN. A busca em cursar o ensino superior não era fácil, todos os dias, durante quatro anos, ele se deslocava em seu táxi, corcel laranja, até a cidade de Caraúbas e lá pegava o ônibus dos estudantes para Mossoró. No seu táxi iam vários estudantes universitários de Patu que estudavam em Mossoró, entre eles, Luiz Gonzaga de Oliveira "In memoriam" e Lindalva Batista de Lima. Quando os estudantes não iam, o seu filho Arnilton Praxedes, conduzia o mesmo de motocicleta até Caraúbas, para de lá pegar o transporte escolar até Mossoró.    

José Elias concluiu curso de Letras na antiga FURRN no ano de 1984. Com o diploma em mãos, buscou oportunidades, e no mesmo ano entrou no quadro de funcionários do Estado do Rio Grande do Norte, trabalhando, inicialmente, na Escola Estadual João Godeiro, depois na Escola Estadual Dr. Edino Jales - lecionando a disciplina Inglês, onde ficou até completar a idade de setenta anos, culminando com a sua aposentadoria.

Seu José Elias é evangélico da Igreja Assembleia de Deus de Patu, criou os seus filhos na fé cristã, ensinando os bons costumes, como amor, respeito e gratidão. Existe uma frase que ele gosta muito: "Gratidão é o sentimento que mais aproxima o ser humano da presença de Deus".

Fonte das Informações.

José Elias de Melo e Arnilton Praxedes de Melo.






José Elias de Melo
José Elias de Melo e sua família.
Formatura de José Elias de Melo - Curso Letras FURRN, hoje UERN.
Formatura de José Elias de Melo - Curso Letras FURRN, hoje UERN.



sábado, 14 de agosto de 2021

João de Artur é Destaque no Portal Oeste em Pauta.





O Prosa Artista conversou com um dos maiores símbolos vivo da cultura popular do interior do Rio Grande do Norte. Com 84 anos de idade, João Artur ainda mantém viva em sua cidade natal, Patu, no Médio Oeste Potiguar, a tradição do Boi de Reis, uma das mais autênticas representações da cultura popular nordestina. João Artur é casado com dona Rita Alves onde tiveram nove filhos, cinco homens e quatro mulheres. Durante muitos anos ele exerceu a função de capoteiro onde tirava o sustento de sua família.

Seu interesse pelo folclore despertou na década de 70 lendo uma revista, que trazia uma reportagem que dizia que a “Diversão era Necessária”. Frase que despertou sua atenção em promover alegria e diversão na pacata cidade de Patu.



Segundo conta o próprio João, foi a partir desse momento que ele despertou nele a ideia de criar um Boi de Reis para promover a alegria em eventos culturais da cidade e da região como, por exemplo: Carnavais, festa da padroeira ou quando fosse convidado para participar de comemorações especiais ou nas vitórias de candidatos eleitos. Independente de quem vencesse a eleição, o Boi era convidado para comemorar a vitória e promover a alegria dos eleitos.

Mesmo com seus 84 anos, João de Artur ainda procura manter viva a cultura de sair às ruas vestindo boi de reis e bonecos gigantes. Mesmo com a falta de interesse das novas gerações em conhecer um pouco da história de sua gente e suas tradições.

Vivendo de modo simples e das lembranças que guarda através de fotografias desgastadas pelo tempo, ele lembra com saudosismo dos tempos em que era convidado por políticos de todo o RN, para ministrar palestras e aplicar o que ele chama de “elixir” da alegria, que consistia em sua apresentação de gala com bois de reis e os bonecos gigantes representando a imagem de Câmara Cascudo e Gabriela, dois dos principais personagens que saem as ruas seguindo o cortejo do Boi de Reis.



Seguindo o exemplo da Academia Patuense de Letras e Artes (APLA), que em 2017 prestou homenagem ao Folclorista João de Artur concedendo ao mesmo o título Honorífico de reconhecimento pelos relevantes serviços prestados à cultura do município de Patu e ao Estado do Rio Grande do Norte e manter via a história de seu João de Artur, nós do portal Oeste em Pauta, através desse espaço tivemos uma prosa com João de Artur, que dividimos agora com nossos leitores.



Prosa de Artista: Conte-nos um pouco sobre suas origens. Diga-nos onde nasceram, seus pais, irmãos, casamento, esposa filhos.


JA: Nasci no Sítio Patu de Fora, município de Patu-RN, filho de Artur João da Silva e Alexandrina Esmeraldina de Souza. Meus irmãos são: Maria das Dores da Silva, conhecida como Maria de Artur (In memoriam), Júlia Maria da Silva, Helena Silva (In memoriam) e Paulo Artur da Silva (In memoriam). Sou casado com a patuense Rita Alves, onde tivemos nove filhos.

P.A.: Como foi sua infância e juventude aqui na região?

JA: A minha infância foi de criança pobre, ajudando aos pais na lida diária do campo como agricultor. Quando jovem, exerci a profissão de sapateiro, carpinteiro, marceneiro, capoteiro e pandeirista.

P.A.: O senhor frequentou a escola, ou como a maioria de sua época teve que ir logo trabalhar para ajudar os pais?

JA: Ajudava aos meus pais na agricultura. Meu pai Artur João era professor, ensinando aos filhos as primeiras letras. Quando criança frequentei as primeiras séries no grupo escolar da comunidade Patu de Fora.

P.A.: Quando surgiu seu interesse pela cultura popular e o folclore?

JA: Nos anos 70, lendo uma reportagem em uma revista que dizia que a diversão era necessária. A revista mostrava a foto de um Boi de Reis do Maranhão. Dizia também que o Boi era feito de Toqueira e Chita. Eu não sabia o que era Toqueira e resolvi perguntar a Miguel de Cidin (Miguel Câmara Rocha), que respondeu que toqueira era taboca, bambu. Eu fiquei com aquela imagem do Boi na cabeça e resolvi tentar fazer um e deu certo.

P.A.: Quem foram os grandes incentivadores para que o senhor iniciasse esse trabalho?

JA: Incialmente eu recebi a ajuda e inventivo de Miguel de Cidin (Miguel Câmara Rocha), ex-vereador e promotor da cultura e do esporte em Patu. Recebi também o apoio de Dr. Epitácio, ex-prefeito de Patu, do seu Filho Epitácio Filho, do ex-secretário de Cultura, Ricardo Veriano e atualmente do meu genro, professor Aluísio Dutra de Oliveira.

P.A.: O senhor já participou de grandes eventos e momentos com artistas de renome nacional como o cantor Lobão. Quais desses eventos o senhor destaca e quais os artistas com quem o senhor teve mais contato?

JA: A apresentação com o cantor Lobão foi em Caicó através da ajuda de Dr. Epitácio Filho e do Movimento Patu 2021. Participei em Caicó ao lado do grande Magão, de atividade carnavalesca no Bloco do Magão. Participei na praia de PIPA, do FLIPAUT – Festival Alternativo de Pipa com Epitácio Filho; e de carnavais em várias cidade do Rio Grande do Norte como: Caiçara do Norte, São Bento PB, Natal, Messias Targino e outras cidades. Em Patu participo todos os anos da Festa da Padroeira, Feira da Cultura e do carnaval de rua.

P.A.: O senhor acredita que a tradição do Boi de Reis será mantida depois que o senhor parar?

JA: Acredito que sim. Eu vejo o interesse do professor Aluísio Dutra de Oliveira, hoje uma espécie de diretor do Boi de João de Artur. Ele já disse que pretende dar continuidade a cultura do Boi, eu fico muito feliz em saber que a cultura do Boi vai continuar existindo.

P.A.: O professor e escritor Aluísio Dutra, assim como o escritor e pesquisador Social Epitácio Andrade Filho, tem sido seus grandes incentivadores e responsáveis pela divulgação do seu trabalho. O Senhor acredita que eles podem segurar essa bandeira de manter viva a tradição do Boi de Reis e do folclore popular em Patu?

JA: Acredito sim. Dr. Epitácio Filho é um grande amigo meu e da minha família, me ajudou muito e com certeza vai continuar ajudando. O professor Aluísio Dutra, que é meu genro, me ajuda muito na organização do Boi, ele divulga, já escreveu até livro retratando a cultura do Boi e a minha história. Acredito que ele vai dar continuidade a essa cultura tão importante para Patu e para o Rio Grande do Norte.

P.A.: O senhor ainda tem esperança de que após passar esse período da pandemia, o Boi de João de Artur possa voltar a promover seus cortejos pelas ruas de Patu e outras cidades do RN?

JA: Sim. Tenho esperança que tudo isso vai passar logo para que o Boi possa sair desfilando pelas ruas de Patu e da região, se Deus quiser.

P.A. O que o senhor pretende fazer para que a tradição do boi e do folclore seja mantida em Patu?

JA: Estou fazendo a minha parte, mantendo e conservando o meu Grupo Folclórico, enfrentando dificuldades, mesmo não sendo muito valorizado por certas pessoas. Antigamente muitas pessoas acompanhavam Boi e os demais bonecos pela diversão, brincadeira, hoje tem que se pagar um tal de cachê para conduzir os bonecos, isso me deixa triste.

P.A.: Que mensagem o senhor gostaria de deixar para os gestores públicos e as pessoas responsáveis pela cultura?

JA: Eu peço aos prefeitos, vereadores e demais pessoas da área de cultura que valorizem a cultura de nossa cidade, não é fácil manter uma tradição de 45 anos, foi muita luta para chegar até aqui. Estou com 86 anos e infelizmente não vejo a cultura como prioridade.

O Professor e Poeta José Bezerra de Assis escreveu a história do Boi em versos.


I

Autêntica expressão folclórica

Da cidade de Patu

Tem sido ao longo do tempo

O boi de João de Artur.

II

Criado há quarenta anos

O único da região

Que do carnaval de rua

Sempre fez animação.

III

João de Artur criou o boi  

Expressando a arte pura

Com o grande objetivo

Manter viva essa cultura.

IV

Quando o grupo sai às ruas 

Felicidade irradia

Isso João de Artur chama

Elixir da alegria.

V

Suas apresentações

De muito tempo já vem

Aqui e noutras cidades

E na Paraíba também.

VI

Na cidade Caicó

Já fez apresentação

Fazendo parte do bloco

De folia do “Magão”.

VII

No grupo além do boi

Tem a burrinha do João

Os dois bonecos gigantes

Gabriela e Cascudão.

VIII

Jaraguá também faz parte

E mais outros animais

Esse tipo de cultura

É pouca gente que faz.

IX

Em dois mil e dezenove

Cresce o Grupo de Seu João

Com um Urso que foi doado

Por seu amigo Magão.

X

O grupo do boi diverte

Crianças, jovens e coroas

Em si já chegou juntar

Até sessenta pessoas.

XI

Hoje João de Artur não vê

Ninguém prá lhe apoiar

Por isso, uma vez por ano

Sai às ruas do lugar.

XII

Ele lembra e tem saudade

Daquele tempo que foi

E diz enquanto viver

Faz tudo para manter

Essa cultura do Boi.


João de Artur e Dr. Epitácio Filho

                   João de Artur com o cantor Lobão e artistas Patuenses
João de Artur com o ex-presidente Lula

João de Artur com Miguel Câmara Rocha e Clemiche Câmara Rocha.

João de Artur e o Boi pelas ruas de Patu-RN



João de Artur e sua esposa Dona Rita Alves.

Prof. Aluísio Dutra de Oliveira, atual diretor do Boi de João de Artur e apoiadores.