Mais
um carnaval está chegando, essa festa nos proporciona muita alegria,
diversão e harmonia entre amigos bem como oportunidades de se
conhecer novas pessoas, novas amizades, até novos relacionamentos.
Carnaval é festa popular onde nos traz ótimas recordações. Patu,
como cidade festiva, já foi palco de grandes carnavais, atraindo
foliões de diversas cidades da região, até mesmo de outros
Estados. Nos anos 60 o bloco de elite "As Andorinhas"
reunia nos carnavais muitas famílias que brincavam os dias de momo
em clubes com muita alegria, ao som de marchas inesquecíveis como "A jardineira, Mamãe eu quero, Abre alas, As águas vão rolar,
Cabeleira do Zezé e tantas outras.
Nos anos 70 surgiu em Patu o
grupo folclórico O Boi de João de Artur que foi idealizado por João
de Artur com o apoio do promotor multicultural Miguel Câmara Rocha,
onde o grupo animava o carnaval de rua fazendo um carnaval para os
mais carentes, pois percorria com o Boi e Cavalinho a ruas de Patu ao
som de muito frevo e marchas, fazendo a alegria de todos. Nos anos 80
até os anos 90 surgiram muitos blocos tradicionais em Patu como:
Ki-Sarro, Inflamáveis, Lança Chamas, Haja Pau, Raça Unida, Enxame de
Bêbados e tantos outros. Muitos desses blocos possuíam mais de 100
componentes, reunindo foliões que moravam em Patu bem como os
patuenses ausentes.
Um fator importante era que os blocos durante o
dia saiam para brincar o carnaval em outros locais onde possuíam
balneários, por exemplo, e no final da tarde e início de noite todos
se encontravam na cidade para participar e prestigiar o carnaval
local, geralmente realizado na Boite Pântano, que era o quartel
general da folia. Destacamos aqui também os memoráveis carnavais realizados na quadra de Van da Antártica, na quadra descoberta do módulo esportivo Miguel Câmara Rocha, no Balneário Paraíso e na AABB. Naquela época se anunciava cada bloco que ia
chegando ao clube, todos de mãos dadas, mostrando união e muita
alegria para provocar, no bom sentido, os demais blocos, pois todos queriam saber qual a fantasia era mais bonita e qual o bloco mais animado. O bloco Ki-sarro era considerado o de maior participantes,
geralmente entrava por último no clube, todos de mãos dadas dando
voltas dentro da quadra mostrando a sua pujança. Naquela época
existia uma rivalidade entre os blocos, mas, de forma sadia. O bloco Inflamáveis não
podia chegar perto do Lança Chamas senão pegava fogo. O bloco Raça
Unida era composto por membros da família Moura, o bloco Haja Pau era patrocinado pela madeireira de Danilson Forte e assim por diante,
ou seja, uma alegria só, todos brincando de forma harmoniosa na sua
própria cidade, que de certa forma gerava uma sensação de conforto para
os pais, pois sabiam que seus filhos estavam brincando perto de casa.
No inicio dos anos 2.000 muitos carnavais de rua foram realizados em
Patu através do apoio do poder público. Podemos citar
alguns carnavais realizados na praça Oliveira Rocha, outro na rua
Rafael Godeiro, em frente a madeireira Serrana.
Os clubes já não
tinham tanta força para realizar os carnavais, o máximo que faziam
era algumas matinês para as crianças. Nessa época alguns blocos ficavam em Patu mas, a maioria saía para brincar o
carnaval fora, fato esse que começou a provocar a decadência do
carnaval de Patu. Ha vários anos o carnaval de Patu tenta ressurgir e se firmar com a realização da chamada prévia carnavalesca, idealizada pela blogueira Novanês Oliveira, que acontece
sempre na sexta feira de carnaval, reunindo boas atrações, como
podemos citar Roberto, ex-banda Terríveis, sendo ele ainda sucesso
aqui na cidade de Patu. A partir do sábado, os atuais
blocos da cidade partem para outros carnavais como: Frutuoso Gomes,
Almino Afonso, Apodi, Catolé do Rocha, Caicó e outros centros de
folia. Mas aqui quero deixar uma previsão de que a forma de se
brincar o carnaval em sua própria cidade e em clubes, não vai
demorar a voltar, em virtude do aumento da violência desenfreada, fato esse
que vai provocar os foliões e blocos a brincar o carnaval em clubes
fechados e com bastante segurança, principalmente nas pequenas
cidades.
Reportagem de Aluísio Dutra de Oliveira.
Fotos: Google Imagens.
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