A
Serra de Patu possui 637 metros de altitude em relação ao nível
do mar. Nessa bela serra já aconteceram alguns acidentes que
mereceram destaques nos registros históricos e na imprensa. Segundo
o historiador Petronilo Hemetério Filho que relatou em seu Livro –
História do Município de Patu, o primeiro acidente foi no ano de
1919, ano de uma seca terrível. A vítima envolveu a pessoa de José
Lulu, residente no sítio Gameleira, zona rural do município. Seu
José Lulu estava tirando macambira e capim para escapar uma vaca onde escapuliu no lajedo liso da serra, para o lado do nascente e
alojou-se dentro de uma grota que tem umas árvores e alarmou com
gritos tão estridentes que pessoas do sítio Patu de Fora ouviram e
vieram ajudá-lo. As pessoas utilizaram cordas e um cassoar, conhecido com o
“Uru” feito de couro onde a vítima foi puxada dentro dele vindo
a resgatado.
O
segundo acidente, também registrado por Petronilo Hemetério Filho,
aconteceu em 10 de outubro de 1975, pelas 11 horas do dia, onde o
jovem João Bosco, natural de Campina Grande – PB, veio visitar a
sua noiva que era patuense. O casal resolveu fazer um piquenique na
serra, após um banho no Olho D'água do Pinga o jovem foi olhar a
cidade lá da beira do abismo e escorregou. Tentou se salvar
aguarrado-se em um pé de xique-xique, mas o espinheiro não
aguentou, ele desceu rolando do desfiladeiro até a mata do pé da
serra, onde foi encontrado pelas seguintes pessoas: Joaquim Coriolano
de Andrade e dois soldados da Polícia Militar, que retiraram o corpo
já sem vida. Foi um dia de grande alvoroço na cidade onde a
população ficou abalada com o ocorrido.
A
partir do ano 2000 Patu começou a ficar mais conhecida no Brasil e
no mundo porque descobriram que na serra existia um local excelente
para a prática de Voo Livre. A partir daí muitos pilotos do Brasil
e depois de outros países começaram a frequentar anualmente o
município para a prática do voo livre em parapentes e asa deltas. O
local ficou conhecido no mundo todo como a Rampa de Voo Livre de
Patu, hoje denominada de Rampa João Ismar de Moura, pois a mesma
fica localizada em um terreno de sua propriedade, sendo considerada a
segunda melhor rampa do Nordeste. Empresas de Paragliders enviavam
seus atletas para testes de voos livres em Patu, chegando-se a quebrar
recordes mundiais em distância.
Em
outubro de 2006, aconteceu o terceiro acidente na serra de Patu, o
piloto de parapente, André Fleury, da equipe de Paragliders Sol, que
já estava acostumado a vir a Patu foi traído pelos fortes ventos
onde em certo voo o seu parapente caiu em uma loca de pedra. André
Fleury ficou várias horas preso nessa loca de pedra de difícil
acesso, sendo achado por José Ernesto Ferreira conhecido popularmente por todos como “Zé Doido”, que na oportunidade
ficou com André Fleury horas segurando a sua coluna para que o
piloto não tivesse um dano maior de ficar paraplégico. Todas as
formas de tentar retirar o piloto foram pensadas, mas, a família do
piloto viabilizou a vinda de um helicóptero da FAB de Recife-PE, onde
foi possível fazer o resgate. Destacamos aqui o empenho de José
Ernesto Ferreira, guia turístico “Zé Doido” 65 anos considerado
pelo amigo, médico e pesquisador social Epitácio Andrade Filho,
como GPS humano, pois o mesmo conhece tudo da serra de Patu bem como
de outros locais do município.
Zé Doido também é considerado
pelos pilotos de voo livre como o “anjo da guarda” pois o mesmo
está presente em todos os momentos que os pilotos necessitam, ajudando de forma voluntária e com muito amor porque gosta do que
está fazendo. Zé Doido também diz que é um poliglota, pois já
aprendeu a falar, Inglês, Francês, Espanhol, Alemão, Italiano e
outras línguas para poder se comunicar com os pilotos do mundo todo
que anualmente frequentam Patu na temporada de voo livre. Zé Doido é
considerado um patrimônio vivo e histórico do município de Patu.
No ano de 2009, onde aconteceu um inverno muito forte, uma chuva caída em Patu com precipitação de 118 milímetros, no dia 06 de abril, provocou na madrugada um grande estrondo na serra, uma grande pedra foi deslocada, provocando um barulho estrondoso, muitos pensaram que era um terremoto. Quando amanheceu o dia os principais assuntos da cidade foram: a cheia do açude
Paulista, arrombamentos de açudes e a cratera provocada pela pedra que rolou na Serra de Patu.
Reportagem de Aluísio Dutra de Oliveira
Livro História do Município de Patu
Autor: Petronilo HemetérioFilho.
Fotos: Imagem Google.
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