Algo da História do Lima
Autor: Prof. Silvano Schoenberger
Capítulo I
Em todas as casas paroquiais, por recomendação da Igreja Católica, existe um livro chamado Tombo, onde os párocos registram regularmente os eventos principais, como seja, visitas do bispo, crisma e fundação de capelas ou comunidades religiosas, etc. Este tipo de crônicas, muitas vezes, ainda é o registro histórico mais confiável de muitas comunidades.
Em relação à Província Setentrional dos Missionários da Sagrada Família, com sede em Recife, Pe. Evaldo Bette, já falecido, fez um resgate a respeito da vida dos padres e suas residências com o objetivo de preservar datas históricas significativas. Escreveu as crônicas do Convento do Barro, em Recife, da Residência Canônica de Floresta em Pernambuco, de São Pedro em Natal, de Saboeiro no Ceará e do Lima em Patu.
É importante lembrar que os Missionários da Sagrada Família, que residiam no Lima desde 1921, atendiam a cavalo e com o auxílio do trem, as paróquias de Patu que compreendia Caeira [Almino Afonso], Olho D'Água do Borges, Várzea da Caatinga [Rafael Godeiro], Junco [Messias Targino], Martins, Portalegre e Alexandria com suas respectivas comunidades. A respeito da história do Santuário do Lima pouco se tem em mãos, pois os registros mais sistemáticos somente acontecem após a vinda dos Missionários a Patu.
Até aquela data, a respeito do Santuário o povo cultivava uma mistura de lendas e mitos, criados pelo inconsciente coletivo, à semelhança do sempre relembrado Bicho do Açude de Lucrécia, proveniente de um feto que teria sido lá jogado, transformando-se em algo assustador e já visto à noite por algum pescador. Esta estória as mães contavam para amedrontar as crianças a respeito dos perigos da água e para prevenir irresponsabilidades das meninas. Em relação ao Santuário do Lima, o aspecto fantasioso dos eventos relatados enaltece a intercessão da santa e traz um convite à visitação do lugar. Devido às dificuldades em colher dados em Patu, Pe. Evaldo recorreu aos escritos do historiador Câmara Cascudo. Não cita o livro em que se baseou apesar de pôr entre aspas o texto seguinte muito significativo para um entendimento mais profundo a respeito de Patu e do Santuário de Nossa Senhora dos Impossíveis: “As tradições locais pesquisadas por mim em 1935 pouco conservaram sobre a origem do caráter histórico da devoção a Nossa Senhora dos Impossíveis". Vimos que Nonato Motta sabia apenas dizer o Lima, quando se referia ao coronel Antônio de Lima Abreu Pereira.
Em Patu disseram-me que um caçador encontrara, onde está a Capela de Nossa Senhora dos Impossíveis, o vulto de uma santa e trouxera carinhosamente para a povoação que começava sua existência. Na manhã seguinte a Santa desaparecera. Nas buscas repetidas foi deparada no sítio primitivo no cimo da serra. Conduzida pela segunda vez à povoação de Patu, novamente fugiu e se foi colocar no sítio onde o caçador a viu pela primeira vez. Terceira condução da santa para Patu e terceira fuga apesar dos cuidados em conservá-la na iniciante capelinha bem fechada.
O historiador desembargador Luis Fernandez, de 1865 a 1935, nascido em Caraúbas, grande sabedor da região ainda pôde colher na então vila de Patu, as lendas que estavam mais vivas na memória do povo. Publicou em “A república” as lendas em vinte de dezembro de 1906 evocando a origem devocionária. Não somente encontrou a lenda do caçador como a do fundador da capela: Antônio de Lima. Os dois proprietários mais abastados daquelas terras eram Antônio de Lima e o capitão Geraldo Saraiva. Eram inimigos pessoais irreconciliáveis. Ambos disputavam lugares diversos para a construção de uma capela".
Digitação: Luma Nathály Dutra de Oliveira
OBS: Quarta Feira [26/10] não percam o 2º Capítulo.
Imagens da Missa em Ação de Graças pelos 90 Anos da Chegada dos Missionários da Sagrafa Família em Patu
Fotos: Patunews
Pe. Marconi, Dom Mariano Manzana, Pe. Domingos e Pe. George
Pregação de Dom Mariano Manzana
Pe. Domingos fez um breve relato da história dos Missionários da Sagrada Família em Patu
Participantes
Participantes
Pe. Marconi, Dom Mariano Manzana, Pe. Domingos e Pe. George, ao lado da foto do Pe. João Berthier, Fundador da congregação da Sagrada Família
Participação especial da Banda de Música da cidade de Almino Afonso
Urnas onde estão depositados restos mortais de vários Missionários estrangeiros
Bolo comemorativo dos 90 Anos
Pe. Domingos cortando o bolo
Fotos Históricas
Fotos cedidas
Pe. Henrique, ex-prefeito João Pereira e Tião Tavares
Construção do Santuário do Lima
Visita de romeiros e turistas
Igreja térrea do Santuário do Lima em construção
O LIMA EM VERSOS
ResponderExcluirDiziam os historiadores
Que há muitos séculos
O coronel Antonio Lima
Construiu uma Capela
Hoje chamada de Lima
Não existe documentos
Comprovando o porquê
Hoje, Santuário do Lima
Promessa de Antonio de Lima
Que um dia se perdeu nas matas
Sendo impossível voltar
Pediu à Santa do Lima
Prá sua memória aguçar
Que construía uma capela
Naquele mesmo lugar
E traria de Portugal
A imagem dos Impossíveis
Para no altar ficar
E todos a venerar
Os anos foram passando
E o povo acreditando
Visitando e orando
Pedindo a nossa senhora
Que o impossível mudasse
E o impossível mudou
Hoje essa capela
É muito mais visitada
Quem quiser ver como é lindo
O povo indo e vindo
A fé todos consumindo
Essa serra virou um hino
Que a todos vem embalar
Nesse indo e vindo
Uns, vêm pedir proteção
Outros, milagres deixar
Todos pedindo ajuda
À Santa que lá está
Essa Santa milagrosa
Que o impossível resolve
Curas são divulgadas
São inúmeras as estórias
De milagres alcançadas
Por intercessão da Santa
Pedidos são atendidos
Subindo lá nas alturas
Para cumprir com a jura
Sem medo, sem desventura
A serra da minha terra
Todos vão lá apreciar
A beleza natural
Que não tem noutro lugar
O céu é mais estrelado
A noite mais encantada
A lua que lá se vê
Não se vê noutro lugar
As aves que lá estão
Cantam para alegrar
O povo da minha terra
Gosta de lá passear
Rezar e até implorar
Por dias melhores vindos
E também apreciar
O pôr do sol a brilhar
E as noites de luar
Convite pra namorar.
Autora: Maria Helena Godeiro