Edmílson
Vieira da Silva, conhecido popularmente como Tatá, nasceu em Patu
em 14/04/1963, filho de Etelvina Bezerra da Silva (falecida) e Manoel
Pedro da Silva (falecido), conhecido como Mané Sapato, onde o casal
teve onze filhos: Damiana, Gilvanete, Doraci, Geneci, Maria de
Fátima, José Pedro, Cosmo Pedro, Francisco Pedro, Eudes Pedro,
Genival Pedro e Edmilson Viera. Tatá foi membro e fundador do Grêmio
Estudantil Hélio Alves da Silva, da Escola Estadual Dr. Edino Jales
em 14 de abril de 1987, sendo presidente no ano 1.990 o qual presidiu
por 4 anos.
Tatá participou da fundação do bloco Ki-Sarro o qual
foi assíduo folião e coreógrafo das fantasias da época. Fundou
também o bloco Sarra-Ki, cujo símbolo era um coelho, pois ele dizia
que o coelho representava a fertilidade masculina, Ao lado de dona
Lourdinha Holanda e outros amigos idealizaram a Feira da Cultura de
Patu. Ele também participava ativamente na organização de quadrilhas juninas matutas, como por exemplo, a quadrilha do averso da avenida Lauro Maia. Ele trabalhou na Revendedora de Bebidas de Van da Antártica.
Tatá conclui seus estudos na Escola Estadual Dr. Edino Jales,
trabalhou no Hospital da APAMI como técnico em enfermagem e no
Hospital Municipal Dr. Henderson Josino Bandeira de Moura como
técnico de raios-x. Tatá foi um homem que construiu muitas amizades
em Patu e na região, ele conseguia juntar uma roda de amigos nas
esquinas para ouvir suas histórias, muitas vezes exageradas, até
altas horas da noite, cotidianamente, não faltavam assuntos para
tantas conversas.
O exagero nas conversas era uma marca dele. Tatá
dizia que adversário teria que ser tratado com dureza, sem da espaço
algum, mas por outro lado era considerado uma pessoa que gostava de
servir e ajudar aos outros. Foi candidato a vereador por duas vezes,
ficando na suplência. No ano 2000 foi candidato a vereador pelo PPS
e no ano de 2004 candidato pelo PT do B. A campanha política em
Patu sem a participação de Tatá nos bastidores não tinha graça.
Era amado pelos correligionários e odiado pelos adversários. Para o
seu sobrinho Ricardo Vieira, Tatá sempre foi o seu segundo pai e um
irmão que ele não teve, foram inúmeras as passagens que teve ao
lado dele, mas, a que marcou o seu sobrinho Dr. Ricardo Vieira foi no
dia que eu ele disse que iria morar na casa do estudante em Natal,
sendo que sua mãe, irmã de Tatá, se negava a deixá-lo por não
ter condições financeiras e por ser tão novo para sair de casa
para estudar na capital. Tatá disse: Ele vai sim estudar em Natal,
não se preocupe pois vou ajudar, e realmente ajudou na sua
permanência nos estudos em Natal. Dr. Ricardo Veira se formou em
medicina veterinária e agradece muito a Tatá pelo apoio
incondicional que recebeu, ficando grato até o resto de sua vida.
Atimar Godeiro conta que teve oportunidade de conviver com Tatá
durante muito tempo, desde sua adolescência, ele sempre procurou
envolver-se com os problemas das pessoas e da cidade. Tinha vocação
para ajudar as pessoas e gostava da militância política. Muito cedo
ele já participava dos movimentos estudantis em Patu e na região.
Tatá era muito esforçado no que se propunha a fazer e falava o que
pensava, independente de agradar ou não as pessoas. Atimar teve a
oportunidade de junto com Tatá militar na política partidária, ele
ajudava bastante no desenvolvimento das atividades políticas. Atimar
conta ainda que teve afastado dele politicamente em um período, mas
sempre respeitando um a ao outro, sentia um carinho especial por ele,
não guardando nenhuma mágoa das desavenças políticas do passado.
Para o professor Aguinaldo Gomes, Tatá era um homem paradoxal, em
suas teses, oscilava do 9 para o 900 em fração de segundos. Era ao
mesmo tempo radical e flexível. Gostava de falar que os seus amigos
não tinham defeitos, os inimigos se não tivessem ele botava. No
tocante à vida sexual, foi um dos primeiros a assumir com autonomia
e liberdade, no entanto, não faltou coragem e determinação em não
ter assumido a doença e ter continuado o tratamento. Segundo o
professor Aguinaldo, a língua de Tatá era uma metralhadora. Ele
perdeu o seu primeiro emprego público por não ter poupado nem mesmo
o prefeito da época. Já doente, preferiu o ostracismo, eu fui o
único amigo a visitá -lo antes de ir para Natal, disse Aguinaldo,
disse também que, na última semana em Patu, ele todos os dias
ligava pra mim na hora do meu programa para convidar para almoçar
com ele. Ainda lembro de uma vez que ele me falou com a voz embargada
"você sempre foi meu amigo, que pena que não tive tempo de
aproveitar" finalizou Aguinaldo Gomes. Tatá faleceu em
17/04/2007 na capital do estado, Natal-RN, local onde foi sepultado.
Aqui está uma parte da história de um jovem amigo, ao mesmo tempo
polêmico, que servia aos outros e ao mesmo tempo era crítico e
implacável, idealista, mas, radical em seus posicionamentos, muitas
vezes cômico, sarcástico e ao mesmo tempo sério e profissional
como deve ser. Mas com esse perfil conquistou muitos amigos e o
respeito dos adversários pois todos sabiam que era o seu jeito de
ser e desta forma a população não esquece, pois Edmílson Vieira,
o irreverente Tatá de Mané Sapato deixou o seu registro na história
de Patu.
Reportagem: Aluísio Dutra de Oliveira.
Apoio: Dr. Ricardo Vieira, Atimar Godeiro, Aguinaldo Gomes, Francisco Pedro (Sapatinho).
Fotos Cedidas pela família.
Tatá nas quadrilhas juninas matutas
Participava e apoiava os eventos esportivos na época das Jornadas Universitária promovidas pela ACUP
Casamento Matuto
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