O Coronel João Dantas de Oliveira nasceu no município de Patu no ano de 1814, filho de Manoel Dantas de Farias, o nome da mãe não se tem conhecimento até o momento. Ainda jovem ele foi residir na Vila de Pombal, sertão da Paraíba, importante centro da colonização Portuguesa. João Dantas de Oliveira, iniciava assim a sua vida profissional, depois de certo tempo, casou-se com a Senhora Maria Severiana Dantas da Rocha, filha do Português Bernardino José da Rocha, que segundo artigo do historiador José Tavares de Araújo Neto, publicado no Blog Liberdade PB, foi construtor do antigo mercado público da cidade de Pombal. O português Bernardino José da Rocha tinha também um filho que era construtor, Bernardino José da Rocha Formiga, que foi o construtor da cadeia pública de Pombal-PB, era padre, com atuação no município de Catolé do Rocha-PB.João Dantas de Oliveira ao longo dos anos, foi ocupando espaço no cotidiano de Pombal e na Região. O mesmo ingressou no Partido Conservador, partido que dava apoio ao governo imperial, exercendo a cadeira de deputado provincial pela Parayba nos anos de 1856 e 1857. João Dantas ingressou também na Força Nacional, se tornando Coronel da Guarda Nacional do Império, um homem importante e poderoso que surgia naquela região. Os anos se passavam e o Coronel João Dantas de Oliveira ocupava e conquistava mais espaço e poder na política Pombalense e na Província da Parayba. No Partido Conservador ele ia ocupando espaço e poder, ao mesmo tempo que ia contraindo desavenças com pessoas contrárias às suas ideias. O Coronel João Dantas de Oliveira ia batendo de frente ou mesmo atropelando quem estivesse pela frente causando algum tipo de obstáculo para o seu intento. Homem de temperamento forte, não admitia ser contrariado em hipótese alguma em suas proposições e ideias, sendo que mais cedo ou mais tarde o mesmo ia encontrar resistência para as suas investidas. O partido conservador continuava a sua rotina, até que um dia os interesses do Coronel João Dantas de Oliveira bateram de frente com a importante e tradicional família de Pombal, os chamados “Costas”, principalmente, as pessoas do tenente-coronel Vicente José da Costa, do capitão Gonçalo José da Costa Pacote e do advogado e jornalista Juvêncio José da Costa Wupis Alba. O Coronel João Dantas de Oliveira, em sua forma de fazer política fazia críticas severas aos membros da família Costa ou Pacote como também eram conhecidos. As críticas e ofensas eram pulicadas nos Jornais da Paryaba. Os episódios iam se acumulando, até que o jornalista Juvêncio José da Costa Wulpis Alba publicou uma carta no jornal da Paraýba, evidenciando a todos quem era verdadeiramente o Coronel João Dantas de Oliveira. Segue a carta publicada pelo jornalista Volpis Alba.
A Carta a seguir pertence ao acervo do historiador José Tavares de Araújo Neto – Pombal-PB. “Resposta que dá o capitão Juvêncio José da Costa Wulpis Alba, por si e seu presados e amigos à provocação do Sr. Coronel João Dantas de Oliveira, inserta no “Jornal da Parahyba!” nº 1010. Estava resoluto a não romper o silêncio a que me tenho reservado a tanto tempo, se não fosse tão de propósito acometido pelo mais ingrato, desleal e desapiedado ente da raça humana, vomitando a mim e aos meus prezados tios, o tenente-coronel Vicente José da Costa e o capitão Gonçalo José da Costa Pacote e meu parente e amigo Alferes Silvestre Honório Rodrigues de Souza, os maiores impropérios, que só podem conter no seio de uma víbora, que a todos deturpa com o seu cruel veneno. Pretendia levar a vida obscuramente, prestando meus fracos, porém leais, serviços aos correligionários no mesmo credo político, que adoto, se não me visse tão provocado com todos os membros pacíficos e cordatos de minha humilde família já assás conhecida no mundo político pela conduta e norma de proceder, firme e inabalável que tem procedido manter, guardando a bandeira do partido que lhe foi legada por seus antepassados. Mas, sou forçado, a bem do direito dos meus caros tios e parentes, defendê-los do alto da imprensa, para que a imprensa, o País e os altos poderes do Estado, reconheçam que a causa dos males e tropelias de que se ressente a terra do Cruzeiro abençoado pelos céus, nascem da confiança que depositam em maus cidadãos, revestindo-os dos cargos públicos, concedendo-lhe um pérfido jogo com a justiça em detrimento do nosso sistema de governo. A política, confiada a aventureiros, traz por via de regra, a desmoralização dos partidos. É assim que o partido conservador, vivendo sempre da melhor harmonia de todos os seus membros, vê-se hoje fracionado por toda parte, devido isso a flibusteiros, que a tudo se arriscam, porque nada tem a perder. O Sr. Coronel João Dantas de Oliveira, como influência política oficial, trata de embair o público sensato como conservador e bom cidadão, quando tem sido e será, enquanto viver, a desgraça e vergonha deste partido; e, se não, ajuíze o público quem é e foi este vulto memo-andum do alto sertão de minha infeliz terra natal; sua origem, seus princípios e sua vida, por demais conhecida por seus negros crimes! João Dantas de Oliveira, é natural de Patu de Dentro da província do Rio Grande do Norte; veio fatalmente para esta cidade no ano de 1835, segundo parece-me, a casar com uma filha de um português chamado Bernardino José da Rocha, que havia esposado uma moça da família Formiga. A sua profissão era de caçador de veado. Existiam, a essa época, duas cores políticas conhecidas pela denominação de “Baêta” e “Rasgado”; achava-se à frente os distintos cidadãos, meus tios, Alexandre Xavier de Azevedo, Tenente-coronel Vicente Carvalho de Azevedo, Major Trajano José da Costa Pacote, Capitão Gonçalo José da Costa Pacote, Major Antônio Rodrigues de Souza, Tenente-Coronel Vicente José da Costa, Vicente Carvalho de Azevedo Júnior, meu falecido sogro o comandante superior, Salviano José da Costa, meu falecido pai, de saudosa memória, o major Bento José da Costa, e o Reverendíssimo Sr. Vigário Álvaro Ferreira de Sousa, todos parentes e amigos. Na parte da política Rasgada, achava-se o Major Felix Rodrigues dos Santos, Major Manoel Ferreira de Sousa Formigueiro, Tenente-coronel José de Sousa e o português Bernardino, sogro de João Dantas, que já antes havia acompanhado, em política, ao capitão-mor Gonçalo José da Costa, meu avô. Achava-se unido aos rasgados, e por conseguinte, ao major Félix Rodrigues, que era o chefe a quem João Dantas também seguiu, obtendo por isso uma patente de alferes. Depois casa-se uma cunhada de João Dantas com um seu irmão chamado Pedro Dantas, para cujo banquete foram convidados muitos indivíduos e até de fora, da comarca de Piancó, o Tenente-coronel Hypólito, que diziam ser criminoso naquele tempo. Sabendo o Major Félix Rodrigues que Hypólito estava no banquete do português Bernardino, reuniu uma força e cercou a casa onde se achavam todos aqueles membros de minha família. Nessa ocasião, João Dantas quis mostrar suas habilidades, lançando mão do cangaço, veio fora com alguns irmãos que com eles aí se achavam; porém aqueles membros de minha família (que tanto mal fizeram) juntamente com outros que chegaram logo, amigos e correligionários do coronel Hypólito, conseguiram acalmar os ânimos sem se derramar sangue, tornando-se de nenhum efeito o cerco e prisão que se pretendia efetuar. Desprezou por esse fato, Bernardino e João Dantas, ao Major Félix Rodrigues, e uniram-se aos Pacotes, cognome antigo de minha família, e pelo que ficou sendo Baêtas outra vez, e transfugas por duas da política – Formiga – e do Major Félix, acompanhando minha família e merecendo sua confiança que caridosamente lhe dispensaram alguma consideração, obtendo ele a patente de Tenente, por ela solicitada. Era, então, Tenente-coronel e comandante do Batalhão de Guardas Nacionais meu prezado tio por afinidade Vicente Carvalho de Azevedo, que mais adiante foi reformado neste posto, quando já era comandante superior o finado meu sogro e tio Salviano José da Costa. Que apresentou antes de terminar a existência o ingrato, desleal e traiçoeiro João Dantas ao governo geral para ocupar o lugar do tenente-coronel comandante daquele batalhão, malgrado de outros membros mais elevados de minha família, que ficaram preteridos por tamanha generosidade, sendo depois ele por este fato nomeado coronel comandante das duas infelizes comarcas – Pombal e Teixeira - tudo devido a proteção de minha família. Entretanto, este ingrato hoje desconhece tão vilmente estes benefícios! É sempre assim: Quem bem faz, mal recebe em troca de seus sacrifícios. Começou a botar as unhas de fora em 1834 ou 1833, quando disputavam uma eleição geral os Drs. José Paulino de Figueiredo e Olynto José Meira. Esposou minha família a causa do Sr. Dr. José Paulino, como tendo serviços prestados pelo alto sertão, e pronunciou-se o Sr. Coronel João Dantas pelo Sr. Dr. Olynto Meira; abriu discórdia no seio do partido, com tanto que favorece-se a um aspirante desconhecido entre seus correligionários. Procurou iludir o povo ignorante, avassalou-o e saiu triunfante, por ter a si as posições oficiais; porém a discórdia ficou até o presente e continuará, porque a influência oficial em coisa alguma se equipara a influência da população. Tem sabido o Sr. João Dantas, por meio de suas artimanhas, captar a atenção de todos os governos, mas hoje nem os seus próprios protetores poderão dar jeito a seus males inveterados e achaques provenientes de seus desmandos e atrocidades sob pena de sua maior desmoralização. É sabido por toda província, que por influência de alguns amigos salientes da capital, no intuito de fazer política, ele tange à vara e à remo, o barco conservador, pelos rios secos e arenosos do sertão, encachando aqui, ali e acolá, esperando pelas enchentes que lhe tragam algum peixe no anzol, e de vez em quando vai pescando bem boas coisas com a desgraça de muitos indivíduos. Confia tanto em si, coitado! que em 1861, temendo oposição da parte de minha família, numa eleição geral e municipal, resolveu partilhar ambos com o finado Major Félix Rodrigues, chefe do partido Rasgado, e depois sabendo que esta nada queria, passou a fazer concessões, elegendo meu falecido pai, para presidente da Câmara, com quem se achou no último perigo da apuração geral das autênticas, por motivo de duplicatas, sem o que o Exmo. Conselheiro Henrique, que então se achava na administração da província de São Paulo não teria diploma. Não obstante tantos favores, procede, como a serpente da fábula; mas se Deus consente nos males, nunca será para sempre. Admiramos muito a ousadia de Sua Senhoria, Sr. Coronel, em dizer que tem prestado muitos e relevantes serviços ao Partido Conservador!!! Os fatos praticados e que se não praticados todos os dias é que atestam sua conduta, e lhe dão passaporte para neste ou outro mundo, que nós ficaremos cantando-lhe as exéquias. Passaremos agora a analisar alguns pontos de seu caviloso artigo, inserto no Jornal a face da Parahyba nº 1010, em que cospe descaradamente na face de público, levantando calúnias, próprias de uma alma pequenina e perdida, e na frase bíblica, que se abrasa nas penas infernais. Considera-me Sua Senhoria um professor célebre, e de achados extraordinários! Mas, que celebridade posso ter, quando não uso de suas façanhas tão manifestas no Despertador, que sendo Sua Senhoria honesto, pacífico e homem de bem a toda prova, já devia tê-lo contestado. E por que não o tem feito? Tem Sua Senhoria uma delicadeza, em dar aos outros, aquilo que só pode caber a si; entretanto, jacta-se em prestar tantos serviços ao Partido Conservador! Declaro-lhe desde já, que para mim mesmo eu o largaria de mão e desprezaria sua foice cega, mas, uma vez que também feriu a meus parentes e amigos, então sou forçado a prosseguir nesta tarefa, para mim bastante árdua. Não sei a razão porque Sua Senhoria brada, como um processo contra o Sr. Dr. Francisco José de Sousa, quando Juiz de Direito Interino, nesta comarca, querendo encucar que eu o dirigia. Não sou capaz de dizer que Sua Senhoria mentiu, porém com a verdadeira energia, digo-lhe que o faltou com os sentimentos caridosos da verdade; se Sua Senhoria fosse mais grato e reconhecido, não ofenderia a este moço distinto por suas belas qualidades e ainda não corrompido no lodaçal da política; sempre trabalhou pela boa distribuição da justiça, com todo critério e inteligência, que caracterizam-no. Mas não agrada ao senhor coronel!! Tenho observado que Sua Senhoria é fértil em epítetos infamantes, não sabendo aplicá-los a si e a seus iguais, diz que meu parente, o Alferes Silvestre Honório Rodrigues de Souza, é analfabeto, e exalta ao Sr. Viriato. Não desejava ofender a susceptibilidade deste, mas, pergunto: haverá paridade entre um e outro, donde possa Sua Senhoria tirar uma consequência absurda? Mais juízo, Sr, Coronel, dando a cada um, o que pé seu; não queira roubar aquilo, que só Deus pode tirar. É público e notório, que o Alferes Silvestre, estudou e tem atestado de habilitação, que muito o honra, do distinto comendador padre Inácio de Sousa Rolim. Mostre outro tanto do Sr. Viriato? Eu bem sei!... Se não fosse o conceito público e o que devo a minha família, não lhe concederia as honras de uma resposta a seus aleives. Já me ia esquecendo de que Sua Senhoria fere de um modo esquisito o meu tio capitão Gonçalo José da Costa Pacote, como jogador de faca de ponta, quando Sua Senhoria é mestre de esgrima, só desconhece o florete por ser moderno, seguindo a frase do Despertador. Vamos ao caso: Tendo falecido o Tenente Barros, ah! Sr. Coronel (tamanha infelicidade!) ciência de que dizia Sua Senhoria., foi ter-se com meu tio, o qual abriu o paletó proferindo estas palavras: certifique-se Sr. Tenente; ao que ele inclinou a cabeça, dizendo, desculpe-me senhor capitão, compreendo perfeitamente o referido. Quanto ao modo injusto e calunioso com que Sua Senhoria procurou ferir a reputação ilibada do meu presado tio, o Tenente-coronel Vicente José da Costa, emprestando-lhe a ideia perniciosa de protetor dos assassinos de tentativa de morte na pessoa de Francisco da Costa Barbosa, (julgando serem os Rodrigues) direi que neste negócio, Sua Senhoria e seu genro Dr. João Thomaz Arnaud, foram os únicos protetores de quem quer que se julgas e fonte de semelhante autoria: porque, achando-se seu genro na promotoria neste tempo, nenhuma intervenção mostrou tomar nesse negócio, tornando-se absolutamente indiferente, e deixando assim de cumprir o seu imperioso dever oficial; e meu tio, pelo contrário, fê-lo na qualidade de Delegado de Polícia, que então era, cientificar-se de tudo, convidou-o para prosseguir nos termo da Lei, e, como ainda não dominava a novíssima reforma judiciária, ele tratou de marchar oficialmente na prossecução do processo para descobrir quem o criminoso ou criminosos, deixando o processo na quarta testemunha sem que até aí se descobrisse coisa alguma, quando foi ele interrompido em sua marcha pela afluência de outros muitos e pesados serviços públicos, até que apareceu o domínio da nova reforma, que não tardou muito; assim pois pergunto, quem prestou a isso a mais notória proteção, foi seu genro, que tem magistratura a seguir, ou meu tio, que embora leigo, no entretanto mostrou compenetrar-se mais dos interesses da justiça pública? O público sensato, que avalie de suas arbitrariedades. Por que razão, sendo o Tenente Alvino Gomes de Sá e Albuquerque, nomeado 2º suplente do Juiz Municipal e de Órfãos deste termo, Sua Senhoria protestou embaraçar seu juramento, até que perdeu o lugar, caindo em lapso de tempo, e assim também o de Juiz de Paz? É óbvia de resposta, porque o Tenente Alvino, sendo um moço de bem, de caráter sério e sentimentos nobres, não se prestaria para seus arranjos. Sua Senhoria tem o dom de fada, advinha bem! Poderia proceder por detalhes sobre sua crônica, mas já tendo-se ocupado dela o Despertador, pouco adiantaria, visto como me acho tanto aquém de quem tanto escreveu, e muito bem. Portanto, para lá envio com toda sua hipocrisia de prestante cidadão e melhor político, e Deus favoreça com sua infinita misericórdia, e a terra lhe seja pouco pesada por toda eternidade.
Pombal, 1 de janeiro de 1874. Juvêncio José da Costa Wulpis Alba.
A carta publicada no início do mês de Janeiro de 1874, por Wulpis Alba mexeu nos brios do Coronel João Dantas de Oliveira, o caldeirão político fervia em Pombal, principalmente no ambiente interno do Partido Conservador. Na cadeia pública da cidade de Pombal estava preso, Lucas Alves de Melo Calado, irmão do Cangaceiro Jesuíno Brilhante.
O livro Jesuíno Brilhante – O Cangaceiro Romântico (1844 – 1879) - de autoria do professor e historiador Raimundo Nonato de Oliveira, no primeiro capítulo relata o Ataque à Cadeia de Pombal, episódio onde o Cangaceiro Patuense, Jesuíno Brilhante, planejou e executou atacar a cadeia pública de Pombal no intuito de soltar o seu irmão Lucas Alves. No relato do escritor Raimundo Nonato, dias antes, o temido cangaceiro, se passou por mendigo e entrou na cadeia e avisou ao irmão que ele e seu bando viriam resgatá-lo. Outro fato interessante relatado no livro foi o possível relaxamento da segurança da cadeia no dia do assalto, visto que dias antes o chefe da cadeia de Pombal, João Peixoto de Vasconcelos, recebeu do Alferes da Guarda Nacional, Eustáquio Toscano de Oliveira, ofício do Coronel Antônio Aranha Chacon, nomeando-o comandante do destacamento local, assumindo imediatamente a função.Em 19 de fevereiro de 1874 o fatídico assalto a cadeia de Pombal aconteceu, e mais de 40 presos fugiram, entre eles Lucas Alves, irmão do Cangaceiro Jesuíno Brilhante. O acontecimento mexeu com acidade e com o povo de toda região, já que os presos, muitos deles perigosos, pertenciam aos municípios vizinhos e de outros estados. Com as investigações, veio à tona que o ofício entregue ao chefe da cadeia de Pombal, João Peixoto de Vasconcelos, tinha sido falsificada a assinatura do Coronel Antônio Aranha Chacon e que a situação formada tinha o dedo do Coronel João Dantas de Oliveira, que era amigo do conterrâneo e cangaceiro Jesuíno Brilhante, bem como o mesmo também tinha interesse na liberdade de um preso que estava na cadeia de Pombal. Os fatos vindo ao conhecimento do advogado e Jornalista Juvêncio Wulpis Alba, não deu outra coisa, senão, tornar público, através dos jornais, mais uma atitude comprometedora ou artimanha do Coronel João Dantas de Oliveira. Ao tomar conhecimento das denúncias do Jornalista Juvêncio Wulpis Alba, na imprensa, o Coronel João Dantas de Oliveira, encomendou a morte do mesmo ao Cangaceiro Jesuíno Brilhante, que por sua vez não aceitou a empreitada, já que o jornalista em tempos anteriores advogou em prol de seu pai, João Alves de Melo Calado, em uma causa. Os filhos do Coronel João Dantas de Oliveira, Alpiniano Dantas da Rocha, conhecido como Caboclo e José Dantas da Rocha combinaram com o pai a execução do jornalista. João Dantas de Oliveira mandou os dois filhos e mais dois jagunços que se dirigiram até a residência do jornalista e gritaram: “Pombal precisa ser respeitado. Não é assim que se desmoraliza os homens”. Deram três tiros e o jornalista Wulpis Alba mal se levanta da rede e cai morto. Estava consumada a vingança, relata o livro de Raimundo Nonato. Com o acontecimento do crime praticado contra o jornalista Juvêncio Wulpis Alba, o Coronel João Dantas de Oliveira, principal acusado de encomendar a morte do mesmo passou a ser procurado. Com a perseguição da justiça contra o Coronel João Dantas, o mesmo retornou ao município de Patu. É bastante provável que a chamada fortaleza do Coronel João Dantas de Oliveira localizada no Patu de Fora, zona Rural do município de Patu, tenha sido construída pelo padre Bernardino José da Rocha Formiga, cunhado do Coronel João Dantas de Oliveira. Os motivos que se fazem acreditar nesta hipótese são de que, o Coronel tinha seu cunhado como construtor e que o mesmo tinha construído a cadeia Pública de Pombal, seguindo a mesma arquitetura da época, se comparando as duas construções, possuindo os mesmos formatos e acabamentos. A morte do Jornalista Juvêncio Wulpis Alba aconteceu um mês após o ataque a cadeia publica de Pombal, no ano de 1874. Oito anos depois, em1882, o Coronel João Dantas de Oliveira, já fixando residência em Patu RN, comunidade Patu de Fora, veio a falecer no dia 22 de agosto de 1882. Texto do registro de óbito do Coronel João Dantas de Oliveira, transcrito do Livro de Óbitos 01 da Paróquia de Nossa Senhora das Dores, Patu-RN. “Aos vinte e dois de agosto de mil oitocentos e oitenta e dois, em catacumba, neste cemitério de Patu, em cuja regência paroquial me acho, sepultou-se o cadáver do Coronel João Dantas de Oliveira, casado com Dona Maria Severiana Dantas da Rocha, nesta mesma freguesia. Faleceu de mortes normais, tendo recebido os sacramentos, e contando sessenta e oito anos de idade, e seu corpo vestido com uniforme da Guarda Nacional do Império, foi por mim encomendado, do que para constar, faço esse termo e assigno: Vigário Pedro Soares de Freitas”. E assim, termina a saga de um importante personagem da história de Patu RN e de Pombal-PB.Texto: Professor: Aluísio Dutra de Oliveira.
Blog A Folha Patuense.
Fonte das Informações: Acervo de José Tavares de Araújo Neto.
O livro Jesuíno Brilhante – O Cangaceiro Romântico (1844 – 1879).
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