Lídia
Gomes da Silva é natural de Timbaúba dos Batistas RN, nasceu aos 7
de abril de 1910. No início da década de trinta ela chegava a Patu
aos 20 anos de idade com o seu esposo João Gomes da Silva que veio
trabalhar na construção do Açude público de Lucrécia-RN e depois
na construção da linha de ferro Mossoró - Souza. Do enlace
matrimonial com João Gomes da Silva tiveram mais de 20 filhos, mas
se criaram 14. Naquela época o índice de mortalidade infantil no
Brasil e principalmente no Nordeste era altíssimo. Os filhos criados
foram: Francisco, Manoel, José Gomes, Valdenice, João Gomes Filho,
Jurandy Gomes, conhecido como Dubelo, Miguel, Antônio, Anita,
Elita, Deuza, Maria José, José Maria Gomes (conhecido como Zeca de
Lídia) e Luzia Neide. Dona Lídia parteira também adotou uma menina
chamada Rosa Maria Cardoso, onde a mesma tinha sido chamada para
fazer um parto e quando terminou a mãe não quis ficar com a filha
por falta de condições e entregou a dona Lídia para criar.
A filha
adotiva, Rosa Maria, cuidou dela até a sua morte. Dona Lídia Manguzá,
como também era conhecida, recebeu esse apelido em virtude do seu
pai que era conhecido como João Mangunzá. Como dona Lídia Gomes
dedicou sua a vida a fazer partos em Patu e em toda região, ela
ficou conhecida como Lídia Parteira. Mãe Lídia, como também era
chamada, era procurada todos os dias para fazer partos em Patu e em
outras cidades da região, ela ia a cavalo, de carro e a pé, como
teve de fazer várias vezes, saindo de sua casa indo a pé até as
comunidades rurais de Patu, mas não deixava de atender as pessoas
que a chamava. Dona Lídia parteira perdeu as contas de quantas
pessoas vieram ao mundo através de suas mãos. Naquela época os
serviços de saúde eram precários, a existência de médicos era
uma raridade, só se encontrava em Catolé do Rocha, Mossoró ou em outras cidades.
Ela mesmo não sendo alfabetizada gostava de recitar versos de
improviso. No momento de inspiração ela fazia belos poemas. Quando
a mesma teve que residir em Mossoró, contra gosto, ela na sala de
sua casa, antes do carro chegar, fez a seguinte poesia sobre Patu,
onde seu neto Shermam Suassuna gravou em sua memória: “Adeus minha
casa querida, Adeus as pedras e a flor, Adeus minha terra querida,
Adeus Patu de amor”. Dona Lídia residia na avenida Lauro Maia onde
hoje reside o seu filho Jurandy Gomes “Dubelo”, próximo a
agência dos Correios.
Dona Lídia também possuía um terreno na
avenida Lauro Maia onde a mesma vendeu uma pequena parte para a
construção do primeiro templo da Igreja Assembleia de Deus e depois
de certo tempo ela fez a doação de outra parte do terreno para a
Igreja ampliar o seu espaço. Dona Lídia Gomes faleceu aos 86 anos
de idade em Mossoró. Mãe Lídia, Lídia Mangunzá, Lídia Parteira,
mulher de fibra, trabalhou muito por essa terra prestando relevantes
serviços aos seu povo onde dezenas ou mesmo centenas de filhos
patuenses vieram ao mundo através de suas mãos. Pelo reconhecimento
dos importantes serviços prestado em Patu, uma rua leva o seu nome,
rua Lídia Gomes. Portanto essa seridoense que chegou a Patu, amou essa terra e fez muito por ela, registra a sua atuação e vida na história do nosso município. Nosso eterno agradecimento.
Reportagem de Aluísio Dutra de Oliveira.
Apoio: Shermam Suassuna.
Maria José Gomes,
Jurandy Gomes "Dubelo".
Fotos: Cedidas pela Família.
Dona Lídia e sua filha Adotiva Rosa Maria
Dona Lídia com membros da família
Residência onde dona Lídia morou na Avenida Lauro Maia
Filho Dubelo debaixo do Pé de Cajarana onde Dona Lídia conversava com a família.
Pé de Cajarana em sua residência na avenida Lauro Maia. Ainda hoje bota frutos.
Dona Lídia Parteira era uma mulher muito religiosa.
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