Nos anos
70 Patu era considerada uma cidade polo, em bom desenvolvimento
agro-pecuário. Grande produtor de algodão e em consequência um
comércio bastante sortido. Na vida social a boate Pântano era
conhecida em toda a região por suas festas bem organizadas, como
podemos citar as festas organizadas por Miguel Câmara Rocha. O acesso
mais natural a Patu acontecia por trem uma vez por dia de Souza a
Mossoró e vice- versa. As estradas todas sendo de terra, alimentava
nas pessoas o sonho de asfaltamento tanto prometido por políticos.
Oportuno por isso foi a construção de um campo de pouso para aviões
de pequeno porte.
O major aviador Osvaldo Guimarães Neto, após
realizar estudos técnicos, considerou a Fazenda Lajes de Joaquim de
Oliveira Rocha, o local ideal para a construção de um campo de
pouso. A prefeitura municipal sob a gestão do prefeito Lourival
Rocha, encaminhou o projeto ao Governo do Estado. Foi assim que em
1971 foi realizada a terraplanagem numa pista de mil e duzentos
metros, toda compactada em terra e arisco, tudo tão bem feito que
até hoje não consta nenhum buraco ou valeta. O local foi todo
cercado para impedir a entrada de animais.
Na festa
da inauguração que aconteceu no dia 11 de março de 1972 vieram
vários aviões trazendo o governador do Estado do Rio Grande do
Norte, José Cortez Pereira, brigadeiro Everaldo Breves, da Força
Aérea Brasileira e representante da Marinha de Guerra do Brasil.
Após o corte da fita simbólica houve vários discursos pronunciados
no saguão da sede de embarque e desembarque de passageiros. No local
havia mesas e cadeiras e filtros com água e telefone fixo em bom
funcionamento, para conceder o mínimo de conforto aos passageiros e
ou familiares. Logo em frente à sede, atualmente ainda se encontra o
monumento comemorativo do evento de inauguração.
Imagine-se
a alegria do coronel Oliveira Rocha, por poder prestar mais este
serviço para o engrandecimento de Patu. Na realidade, ele mesmo foi
um dos primeiros que pôde usufruir das vantagens do campo. Tendo
adoecido, ficava muito difícil sua remoção de carro a Natal.
Conduzido em avião de Patu a Recife em breve se restabeleceu. Em
outro momento, quando Dr. Lavoisier Maia e dona Vilma visitaram
Almino Afonso, um dos filhos, em acidente, quebrou o braço, muito
rápido um avião desceu no campo de pouso em Patu e o levou a Natal.
Quando Joaquim de Oliveira Rocha faleceu, os filhos em sua maioria
conseguiram participar do sepultamento graças à possibilidade de
chegar de avião até a própria Fazenda Lajes onde está situado o
campo de pouso.
Uma
história que ficou marcada foi a cura de um grande empresário
cearense que tinha problema de visão, dono da Fábrica de Bolachas
Fortaleza, conhecido por "Ocivan". O empresário veio de
avião que baixou no campo de pouso da Fazenda Lajes do Coronel
Oliveira Rocha e a menina curou o problema dele que ofereceu de
presente a mesma uma televisão, objeto de consumo muito escasso
naquela época onde poucos tinham acesso a este bem.
Por isso
seria de suma importância a reforma do campo de pouso já existente
ou então a construção de um novo no município, dentro de padrões
atualmente exigidos que pudesse favorecer o uso para os habitantes de
Patu e pelos turistas que vem de outros países e aqui chegariam de
táxi aéreo, dispostos a praticar esportes radicais nesta bela terra
tão privilegiada pela natureza, surgindo assim uma nova era para Patu e região. Para qualquer emergência
agora seria fácil chegar a Natal, Fortaleza ou Recife.
Texto:
Prof. Silvano Schoenberger.
Fotos:
Aluísio Dutra de Oliveira e Silvano Schoenberger
Colaborador: Jackson Alves.
Aluísio Dutra de Oliveira junto a placa comemorativa de inauguração
Jackson Alves colaborou no acesso ao Campo de Pouso
O prédio atual do Campo de Pouso se encontra ocioso e abandonado
Placa Comemorativa de Inauguração
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