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segunda-feira, 30 de abril de 2018

História do Campo de Pouso Oliveira Rocha

Nos anos 70 Patu era considerada uma cidade polo, em bom desenvolvimento agro-pecuário. Grande produtor de algodão e em consequência um comércio bastante sortido. Na vida social a boate Pântano era conhecida em toda a região por suas festas bem organizadas, como podemos citar as festas organizadas por Miguel Câmara Rocha. O acesso mais natural a Patu acontecia por trem uma vez por dia de Souza a Mossoró e vice- versa. As estradas todas sendo de terra, alimentava nas pessoas o sonho de asfaltamento tanto prometido por políticos. Oportuno por isso foi a construção de um campo de pouso para aviões de pequeno porte.
O major aviador Osvaldo Guimarães Neto, após realizar estudos técnicos, considerou a Fazenda Lajes de Joaquim de Oliveira Rocha, o local ideal para a construção de um campo de pouso. A prefeitura municipal sob a gestão do prefeito Lourival Rocha, encaminhou o projeto ao Governo do Estado. Foi assim que em 1971 foi realizada a terraplanagem numa pista de mil e duzentos metros, toda compactada em terra e arisco, tudo tão bem feito que até hoje não consta nenhum buraco ou valeta. O local foi todo cercado para impedir a entrada de animais.
Na festa da inauguração que aconteceu no dia 11 de março de 1972 vieram vários aviões trazendo o governador do Estado do Rio Grande do Norte, José Cortez Pereira, brigadeiro Everaldo Breves, da Força Aérea Brasileira e representante da Marinha de Guerra do Brasil. Após o corte da fita simbólica houve vários discursos pronunciados no saguão da sede de embarque e desembarque de passageiros. No local havia mesas e cadeiras e filtros com água e telefone fixo em bom funcionamento, para conceder o mínimo de conforto aos passageiros e ou familiares. Logo em frente à sede, atualmente ainda se encontra o monumento comemorativo do evento de inauguração.
Imagine-se a alegria do coronel Oliveira Rocha, por poder prestar mais este serviço para o engrandecimento de Patu. Na realidade, ele mesmo foi um dos primeiros que pôde usufruir das vantagens do campo. Tendo adoecido, ficava muito difícil sua remoção de carro a Natal. Conduzido em avião de Patu a Recife em breve se restabeleceu. Em outro momento, quando Dr. Lavoisier Maia e dona Vilma visitaram Almino Afonso, um dos filhos, em acidente, quebrou o braço, muito rápido um avião desceu no campo de pouso em Patu e o levou a Natal. Quando Joaquim de Oliveira Rocha faleceu, os filhos em sua maioria conseguiram participar do sepultamento graças à possibilidade de chegar de avião até a própria Fazenda Lajes onde está situado o campo de pouso.
Uma história que ficou marcada foi a cura de um grande empresário cearense que tinha problema de visão, dono da Fábrica de Bolachas Fortaleza, conhecido por "Ocivan". O empresário veio de avião que baixou no campo de pouso da Fazenda Lajes do Coronel Oliveira Rocha e a menina curou o problema dele que ofereceu de presente a mesma uma televisão, objeto de consumo muito escasso naquela época onde poucos tinham acesso a este bem.
Por isso seria de suma importância a reforma do campo de pouso já existente ou então a construção de um novo no município, dentro de padrões atualmente exigidos que pudesse favorecer o uso para os habitantes de Patu e pelos turistas que vem de outros países e aqui chegariam de táxi aéreo, dispostos a praticar esportes radicais nesta bela terra tão privilegiada pela natureza, surgindo assim uma nova era para Patu e região. Para qualquer emergência agora seria fácil chegar a Natal, Fortaleza ou Recife.

Texto: Prof. Silvano Schoenberger.
Fotos: Aluísio Dutra de Oliveira e Silvano Schoenberger
Colaborador: Jackson Alves.

 Aluísio Dutra de Oliveira junto a placa comemorativa de inauguração
Jackson Alves colaborou no acesso ao Campo de Pouso

 O prédio atual do Campo de Pouso se encontra ocioso e abandonado 


Placa Comemorativa de Inauguração

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