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segunda-feira, 4 de abril de 2016

O Ministério do Desenvolvimento agrário financiou 20 feiras da agricultura familiar para 300 agricultores/as familiares do Agreste Litoral Sul


As primeiras 7 feiras da agricultura familiar implantadas no território Agreste Litoral Sul significaram imediata abertura de mercado e acréscimo na renda dos agricultores e agricultores envolvidos. Os municípios que tiveram as feiras inauguradas foram Nova Cruz, Santo Antonio, Brejinho, São José do Mipibu, Vera Cruz, Senador Georgino Avelino e Serrinha. Ao todo serão 20 feiras implantadas nesta região com recursos do Ministério do Desenvolvimento Agrário/Governo Federal através de convênio firmado com a EMATER/Governo do RN.

O casal Gutemberg (29) e Aline (24) mora na zona rural de Serrinha e participou da abertura da feira vendendo a farinha de mandioca produzida artesanalmente na propriedade da família. “Nós dois fazemos faculdade, mas queremos nos formar e seguir a vida no campo. Por isso a feira é tão importante”, afirmou a agricultora Aline que está cursando ciências contábeis. No caso do município de Serrinha, a feira da agricultura familiar ganhou uma importância muito além da roça porque reativou a feira livre municipal que havia sido extinta.
De acordo com o Delegado Federal do MDA, engenheiro agrônomo Caramurú Paiva, o perfil dos/as feirantes mostra que entre os/as 300 agricultores/as beneficiados/as representam uma ampla diversidade com presenças marcantes de jovens, mulheres, artesãs/ãos, povos de comunidades tradicionais, quilombolas e assentados/as da reforma agrária. “O objetivo das feiras é fortalecer um ambiente de comercialização solidária e oportunizar a inclusão de segmentos que geralmente tem dificuldade de escoamento de suas produções”, afirmou Paiva.


As feiras como espaços ofertantes de alimentos saudáveis
As feiras implantadas e as que estão em processo de implantação vão muito além das infraestruturas. A definição deste projeto aconteceu bem antes, em 2013, através do Plano de Desenvolvimento Territorial Rural Sustentável e Solidário do Território Agreste Litoral Sul. O investimento saiu do PROINF, uma modalidade de recurso do MDA/Governo Federal que é aprovada pelas representações públicas e da sociedade civil que participam do Colegiado Territorial. “O colegiado têm representantes das cooperativas, associações, sindicatos, ONG, prefeituras, órgãos do Governo do Estado e Governo Federal. Lá foi onde debatemos e aprovamos as feiras”, explicou o sindicalista Aldo, coordenador do colegiado territorial.
Em seguida, o colegiado aprovou que o Governo Federal fizesse o repasse do recurso de R$ 305.000,00 através de convênio firmado com a EMATER. A última etapa foi também um dos mais importantes passos quando se realizou o planejamento da produção e uma série de intercâmbios e capacitações para preparar os agricultores e as agricultoras para a nova forma de venda direta ao consumidor excluindo as figuras dos atravessadores. Nesta etapa do trabalho foi importante a assessoria técnica oferecida pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte através do Núcleo de Extensão e Desenvolvimento Territorial que acompanha o território a partir de um convênio firmado junto ao MDA/Governo Federal. 
A agrônoma Geane Bezerra foi uma destas assessoras e explica que em sintonia com a EMATER foi realizado um intercâmbio para conhecimento da experiência paraibana com feiras da agricultura familiar e foi constituída uma comissão territorial composta por agricultores/as, sindicalistas, prefeituras, EMATER, NEDET e MDA. “Além do planejamento para garantir a diversidade de produtos nas feiras, a principal conclusão da comissão é que a produção que vai ser vendida em sua maioria já é orgânica e aquelas que ainda não são serão assessoradas para a conversão agroecológica”,  informou Geane Bezerra. De fato, a EMATER tem uma estratégia especial e assessoria às famílias que estão no projeto das feiras. 
Até o final de abril estarão implantadas todas as feiras da agricultura familiar do Território Agreste Litoral Sul e junto com elas vêm essa expectativa de elevação da renda rural, aquecimento das economias locais e aumento da oferta de alimentos saudáveis para as populações do interior do Rio Grande do Norte. O caminho está aberto e parece promissor. 

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