Uma comissão do Ministério da Educação (MEC) esteve no Rio Grande do Norte esta semana para iniciar a avaliação do Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Cooperativas, promovido pelo Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), para fins de reconhecimento definitivo da graduação. O curso, que tem três anos de duração, é promovido em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e beneficia 46 alunos do Rio Grande do Norte. O investimento do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) é de aproximadamente R$ 900 mil. As aulas devem ser concluídas no final de 2015.
As aulas do curso de Tecnologia em Gestão de Cooperativas foram iniciadas em 2013 e acontecem no Centro de Treinamento da Emater/RN (Centern), no município de São José de Mipibu, Região Metropolitana de Natal, e ainda no Campus da UFRN em Natal. A metodologia do curso é baseada na pedagogia da alternância, com a carga horária dividida em tempo escola, com aulas presenciais durante uma semana por mês, e tempo comunidade, com aulas práticas nas comunidades às quais os alunos pertencem.
Compromisso com a reforma agrária
O aumento do comprometimento com a reforma agrária é uma das maiores conquistas dos alunos do Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Cooperativas promovido pelo Pronera e pela UFRN, na opinião do coordenador do curso, o professor Washington Souza, graduado e mestre em Administração e doutor em Educação.
“A opinião da comissão do MEC é a mesma. Houve uma grande mudança de postura dos alunos em relação à reforma agrária desde o início do curso. Eles passaram a participar mais da vida de seus assentamentos e a se engajar em movimentos sociais e em espaços onde se discutem as políticas públicas”, afirmou Souza. “Mesmo os alunos que, antes de ingressarem no curso, já eram lideranças, inclusive atuando na política, elogiam o curso e nos falam sobre a importância do curso na sua formação”.
O interesse dos alunos se reflete na baixa evasão do curso, na avaliação do coordenador. “Começamos o curso com 49 alunos e terminaremos com 46. E todos desistiram devido a problemas pessoais”, afirmou Souza, acrescentando que, em alguns cursos da UFRN a evasão chega a 50%.
Processo de avaliação
De acordo com o professor Washington Souza, a comissão designada pelo MEC para avaliar a graduação é formada pelos professores Paulo Cézar Moreira, da Universidade Federal de Goiás (UFG), e Marcos Benac, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ).
Souza explicou que a avaliação leva em conta a parte legal/formal do curso (projeto pedagógico, atas de reuniões), a infraestrutura oferecida aos alunos (sala de aula, laboratórios, biblioteca, restaurante) e o corpo docente (titulação, formação acadêmica e produção intelectual). A comissão do MEC também ouviu os alunos.
A previsão é de que a comissão interna do MEC que vai analisar os dados coletados pela comissão que esteve no Rio Grande do Norte divulgue a nota do Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Cooperativas do Pronera até o próximo dia 15. As notas dadas pelo MEC aos cursos superiores vão de 1 a 5, onde 1 e 2 são considerados desempenho insatisfatório; 3, razoável; e 4 e 5, bom.
O Pronera no RN
O Pronera beneficiou, no estado, 1.116 pessoas com os cursos: Saberes da Terra (EJA), Ensino Normal Médio, Técnico Agropecuário, Técnico em Controle Ambiental, Técnico em Enfermagem e curso Superior em Pedagogia da Terra.
Outros cursos, iniciados em 2014, estão em andamento, como o curso de Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Alfabetização, que está sendo realizado em convênio com o Movimento de Educação de Base (MEB), ligado à Igreja Católica. São 60 turmas que funcionam em assentamentos da reforma agrária e acampamentos, beneficiando 1,2 mil alunos de 18 a 80 anos. As aulas da primeira etapa do curso foram concluídas no início deste ano. A segunda etapa, equivalente aos anos iniciais do Ensino Fundamental (1º ao 5º ano), deve ser iniciada nos próximos meses com os mesmos alunos, e tem duração de um ano. O curso tem investimento de aproximadamente R$ 2,9 milhões.
Também foram iniciados no ano passado os cursos de Licenciatura em Ciências Sociais e de Especialização em Economia Solidária e Desenvolvimento Territorial.
O curso de Licenciatura em Ciências Sociais, promovido por meio de um Termo de Execução Descentralizada com a UFRN, no valor aproximado de R$ 1,3 milhão, possui 60 alunos de vários estados nordestinos e tem quatro anos de duração.
O curso de Especialização em Economia Solidária e Desenvolvimento Territorial, promovido através de parceria entre o Incra, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a UFRN, tem 50 alunos norte-rio-grandenses. A especialização deve ser concluída no primeiro semestre de 2016 e tem investimento de cerca de R$ 982 mil.
Os cursos do Pronera no Rio Grande do Norte são promovidos em conjunto com a UFRN, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN), a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) e o MEB.
O Pronera atende jovens e adultos de assentamentos criados pelo Incra e através do Crédito Fundiário, acampados, quilombolas e professores e educadores com atuação em áreas da reforma agrária com cursos de educação básica (alfabetização, ensinos fundamental e médio), técnicos profissionalizantes de nível médio e diferentes cursos superiores e de especialização.
Fonte: Kalyandra Vaz (DRT 1679/PB)
Assessoria de Comunicação Social do Incra/PB e do Incra/RN.
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