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quarta-feira, 7 de junho de 2023

Especial: Assalto do Bando de Sinhô Pereira a Fazenda Dois Riachos-PB




Um  dos episódios marcantes e definitivos para os destinos do Cangaço; notadamente tendo como principais protagonistas: Sinhô Pereira, Luís Padre,Virgulino Ferreira da Silva - Lampião e Zé Inácio; foi sem dúvidas o emblemático assalto de celerados, sob as bênçãos do mandatário maior do Barro, no Ceará, Major Zé Inácio "do Barro", à Fazenda Dois Riachos, em Catolé do Rocha, na Paraíba; propriedade do coronel da Guarda Nacional, Valdivino Lobo. 

O ousado acontecimento teve a frente Sinhô Pereira e Ulisses Liberato de Alencar, que comandaram o ataque à fazenda Dois Riachos de Valdivino Lobo; à frente de  cerca de vinte cabras e que tinha ainda o objetivo de invadir as  fazendas vizinhas, pertencentes a Adolfo Maia e a Rochael Maia. A primeira, fazenda de Adolfo Maia foi depredada por Sinhô Pereira e a segunda, a fazenda de Rochael Maia não chegou a ser invadida. O assalto ao alto sertão paraibano por Sinho Pereira e Ulisses Liberato teve imediata repercussão, provocando uma feroz perseguição por parte do Estado ao bando celerado e com forte repercussões para história do cangaço a partir dali. Ao ser preso o cangaceiro-jagunço Ulisses Liberato disse em depoimento à polícia, que todo o saque da empreitada, dinheiro e jóias haviam sido entregues ao Major Zé Inácio do Barro. 

Da Fazenda Dois Riachos foram subtraídos dois contos e oitocentos mil réis, além de 120 libras esterlinas. Valores integralmente entregues ao major Zé Inácio do Barro, que recompensou Ulisses com 200 mil réis pelo serviço. Depois do assalto, Ulisses ficou refugiado em Juazeiro por dois meses. No mesmo ano da invasão a sua fazenda, o coronel Valdivino viajou ao Rio de janeiro, capital federal do Brasil, para um encontro com o presidente Epitácio pessoa que fora seu contemporâneo no ciclo ginasial. Era o tempo da ¨Política das Salvações¨, que pretendia instituir uma nova ordem e defendia um combate ao coronelismo. A invasão à  Fazenda do coronel Valdivino teve grande repercussão na imprensa. O presidente depois de ouvir o relato do ex-colega articulou a integração de autoridades das províncias do nordeste para unir forças numa perseguição implacável ao major-coiteiro Zé Inácio do Barro e um combate sem tréguas ao cangaceirismo. No dia 11 de setembro de 1922, Ulisses Liberato, sem o bando, foi preso na comunidade de Alagoinha, em Lavras da Mangabeira, no Ceará e, em seguida, recambiado para a cadeia do Crato sendo minuciosamente interrogado no dia 24 de janeiro de 1923 pelo delegado major Raimundo de Mores Brito e recolhido à prisão, onde já se encontrava Chá Preto e Polvinha. Chá Preto teve a mão direita decepada à machadada. A pretexto de ser feita a sua barba foi chamado um barbeiro, que realizou um trabalho de um ofício medieval, o barbeiro-cirurgião. O major Zé Inácio não resistindo a implacável perseguição, resolveu emigrar para Goiás, aonde veio a ser assassinado, em São José do Duro (uma corruptela de São José do Ouro, hoje no estado de Tocantins).Em setembro de 1923, Ulisses Liberato, com 29 anos foi sumariamente fuzilado. Polvinha o acompanhou na linha de fuzilamento.

Fonte: Cariri Cangaço.

Blog Cosmogonia - Epitácio Andrade Filho.

Blog A Folha Patuense - Prof. Aluisio Dutra de Oliveira.







Epitácio Pessoa 









Major Zé Inacio, do Barro



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