Luiz Nunes da Silva nasceu no sítio São Gonçalo, zona rural de Catolé
do Rocha-PB, em 8 de agosto de 1938. Filho de Francisco Custódio da
Silva e Amélia Maria da Conceição, tiveram dezoito filhos, dos
quais faleceram quatro. Naquela época as dificuldades eram imensas
para criar os filhos pois a família ficou composta de 16 pessoas, 14
filhos e os pais. Dona Amélia ficando viúva e não podendo
sustentar todos eles resolveu distribuir os filhos com a família.
Com relação ao garoto Luís, tinha uma senhora em Catolé do Rocha,
conhecida como Dona Mimosa, que gostava muito dele e pediu a sua mãe
para adotá-lo. Aos cinco anos de idade Luiz veio residir na zona
urbana de Catolé do Rocha com os novos pais, Francisco Nunes e dona
Francisca Nunes de Brito, a dona Mimosa, batizando o menino com o
nome Luís Nunes da Silva.
Luís
Nunes, quando ainda era garoto já ajudava a dona Mimosa, vendendo
nas ruas de Catolé do Rocha frutas em um balaio na cabeça como:
Pitomba, Cajá, Cajarana e Araçá. Dona Mimosa era uma senhora
trabalhadora, tinha a profissão de doceira onde fabricava doces,
bolos, cocadas e pirulitos, produtos que o menino Luíz também saía
vendendo pelas ruas da cidade. Para divulgar os seus produtos Luiz
cantava: “Olhe o pirulito, enfiado num papel e enrolado no
palito!”, e assim era a sua rotina. Mas nem tudo são flores porque
o menino Luíz era muito respondão e não gostava que as pessoas
dissessem que os produtos que vendia não prestava ou eram
estragados, só pra ver ele dizer dezenas de palavrões. Aos 12 anos
Luíz passou a ser pipoqueiro vendendo pipocas em ruas e praças de
Catolé do Rocha, depois passou ser motorista de carro de mão,
aqueles feitos de madeira e rodas de madeira rodeado com borracha,
fazendo fretes, trasportando mercadorias e móveis de um local para
outro da cidade. Luíz também tinha outra função que exercia muito
bem, onde rendia bons trocados, ou seja dinheiro, ele era mensageiro,
levava bilhetes de uma pessoa para outra, principalmente bilhetes e
correspondências de moças e rapazes .
Aos 17 anos Luíz foi
convidado por Tião do Foto para trabalhar com ele, onde aprendeu a
profissão de fotógrafo, prestando serviço como fotógrafo
ambulante nas cidades de Catolé do Rocha, Belém de Brejo do Cruz,
Messias Targino, Martins, Porta Alegre, Frutuoso Gomes, Almino Afonso
e outras, passando a ser conhecido como Luís do Foto. Em 1957 chega
a Patu para montar o seu estabelecimento, ou seja, o seu estúdio de
fotografias e vendas de produtos fotográficos como: filmes, porta
retrato, molduras, álbuns e vidros, período em que se casou com
Maria Tavares conhecida por Mariquinha, sobrinha do ex-prefeito de
Patu, Zequinha Tavares. O casal Luíz e Mariquinha teve uma filha mas
a mesma faleceu aos dois meses de idade com hidrocefalia. O seu estabelecimento
foi instalado no centro da cidade de Patu e aos poucos Luíz foi
acrescentando ao seu comércio peças de bicicletas para vender, em
seguida foi vendendo lubrificantes. Como o comércio de revenda de
peças de bicicletas e lubrificantes foi dando certo e aumentando as
vendas então ele começou a vender peças para autos, motocicletas e veículos, deixando assim a profissão de fotógrafo.
Hoje A Casa das
Peças, de sua propriedade, é uma das lojas de peças mais
procuradas aqui na Região Oeste Potiguar. Luís Nunes ou Luiz do
Foto como é mais conhecido foi convidado pela APLA – Academia
Patuense de Letras e Artes, pelo acadêmico e artista plástico
Ricardo Veriano para ser homenageado e nomeado com insignias da APLA,
pelo reconhecimento, referente ao seu valioso trabalho na área de
imagem, em que fotografou por 30 anos, os costumes, festas escolares
tradicionais, personagens de crianças, idosos, tipos de ruas,
debutantes, primeira comunhão, desfiles cívicos e socioculturais,
como também festas e velórios. Luíz é modesto, cômico e as vezes
mecenas, pois patrocina artistas e iniciantes em nossa cidade. Luiz
Nunes como cidadão, como artista da arte da fotografia que foi e
como um dos maiores comerciantes de Patu e da região já deixou
registrado a sua marca na história de Patu.
Reportagem: Aluísio Dutra de Oliveira.
Apoio: Luz do Foto, Academia Patuense de Letras de Artes.
Fotos: Luís do Foto e Aluísio Dutra de Oliveira.
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