Maria
das Dores da Silva, conhecida popularmente como D. Maria de Artur
nasceu no sítio Patu de Fora no dia 15 de Setembro de 1922. Filha de
Artur João da Silva e Alexandrina de Souza. Maria de Artur, dos oito
aos dezoito anos, sempre trabalhou na agricultura ajudando aos seus
pais. Casou-se com Manoel Soares onde tiveram doze filhos. O seu
esposo veio a falecer no ano de 1997. No ano de 1.940, Maria de
Artur, veio residir na zona urbana de Patu, onde passou a trabalhar
em várias residências. Ela cita as residências localizadas próximo
ao Hospital da Apami, Beco da Lama e Avenida Lauro Maia, onde
atualmente reside e possuía o restaurante Santa Maria.
Aprendeu a
cozinhar aos 20 anos, ensinada por uma senhora de Capina Grande a
qual não lembra o nome. Lembra que as aulas de culinária eram em
troca da arrumação da casa da professora, já que não tinha condições
de pagar pelas aulas. Maria de Artur sempre trabalhou para ajudar a
criar seus filhos, fazia bolos, tapiocas, sequilhos, broas chouriço,
doces e vendia no mercado público e aos romeiros que frequentavam o
Santuário do Lima. O restaurante Santa Maria era o mais frequentado
da cidade onde o mesmo fornecia alimentação para policiais
militares, funcionários da Sucam, Banco do Brasil, Banco do Nordeste
e viajantes que passavam por Patu. Nas memoráveis campanhas
políticas ela fornecia alimentação para aproximadamente 500
eleitores que participavam do processo de votação. Maria de Artur
cita com muita emoção o carinho recebido, na época, do ex-prefeito
Epitácio de Andrade, que para ela foi uma excelente pessoa bem como
os seus familiares. Um momento importante em sua vida foi quando foi
homenageada, no dia 13 de julho de 2004, pelo comando da Polícia
Militar do Rio Grande do Norte, recebendo o diploma pelos relevantes
serviços prestados a Policia Militar. Na oportunidade ela recebeu o
diploma das mãos do Coronel Tavares, comandante da Cia de Policia de
Patu no ano de 1966. Um momento de recordação e alegria foi quando
Maria de Artur falou da realização do Forró da Gabriela que sempre
acontecia aos sábados. O nome Gabriela foi batizado por que o
sanfoneiro que era contratado toda a semana para tocar no forró,
conhecido como Chico Felinto, sempre tocava a música de Jackson do
Pandeiro, na base da chinela, (...fui um forró na casa da gabriela o
forró era tão bom, era na base da chinela). Maria de Artur ficou
assim conhecida como a Gabriela de Patu, fato esse que provocou a
produção de uma Boneca Carnavalesca denominada "Gabriela"
produzida pelo artista plástico Ricardo Veriano, atualmente essa
boneca faz parte do grupo folclórico "O Boi de João de Artur" seu irmão.
As memoráveis festas do forró da Gabriela também, por um bom
tempo, foi animada pelo sanfoneiro que ensinou o cantor Dorgival Dantas a
tocar, o afamado Sebastião de Glória, conhecido por “Bastião de
Gulora”. Quem também frequentava o seu restaurante era o grande cancioneiro e repentista Elizeu Ventania quando vinha a Patu participar de cantorias. Dona Maria de Artur repassou seus conhecimentos
culinários, principalmente para os netos. A empresária Shirley
Holanda, sua neta, foi sua aprendiz, aprendeu trabalhando com a avó
a fazer pratos hoje de sucesso no Point VIP. Dona Maria de Artur
neste ano de 2018 vai comemorará 96 anos de idade, em plena lucidez,
muita alegria e vontade de viver onde a mesma tem filhos, netos, bisnetos e trinetos. A Academia Patuense de Letras de
Arte - APLA no ano de 2017 prestou uma homenagem a essa cidadã
patuense que através da arte culinária aguçou muitos paladares,
fazendo parte da nossa história.
Reportagem
de Aluísio Dutra de Oliveira.
Colaboradores:
Shirley Holanda e Família.
Folha
Patuense On Line.
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