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segunda-feira, 3 de abril de 2023

Especial.

 Das muitas linhas e cores de Maria Emília.




A primeira exposição individual da Sra. Maria Emília (1947) nos conclama a perguntar, com que idade a arte emana de uma subjetividade. A reposta recobre uma grande planície chamada “ quem havera de saber? ”. Apenas há que contemplar as fortes cores com suas linhas lançando fronteiras aos contornos que figuram desenhos do humano, de flores, de uma paisagem, enfim, de um forte apelo que proclama a realidade (o chamado real concreto) como algo a ser contemplado com prazer e graça.

Essa parece ser a metáfora que tais telas escondem por meio de uma leveza, conformada através do predomínio de cores primárias e secundárias, outorgando uma alegria que abraça os objetos que nos convidam, sem pejo ou excessos de reflexões, e que conduzem o espírito às regiões habitadas pelas sombras do passado ou o sofrimento por antecipação do futuro.

Eis, ao que parece, o chamado dessas telas de cores justapostas em um êxito logrado sem o medo de errar. Haja vista o desejo de enquadrar determinado conteúdo em formas plácidas que remetem a satisfação de um estar no mundo. Isso mesmo, um sorriso de contentamento e resignação diante das vicissitudes a que o destino nos obriga.

A arte de compreender, por seu turno, acertar como uma Paideia do existir. E que ninguém passa impune, independente de classe social ou qualquer coisa que o valha.

Maria Emília, discípula do renomado pintor Careca, insere-se hoje, com sua arte naïf, nos que compõem o que chamamos livremente de Sistema das Artes Visuais de Mossoró, a saber, um conjunto de artistas que tem como vetor principal e célula máter a pintora Marieta Lima. Com efeito, círculos concêntricos emanam do aprofundamento por meio de estilos múltiplos e singulares de uma nascente que teima em jorrar a água do talento e da necessidade de, por meio da mímese, permanecer como testemunho (mártir?) de um provisório estar no mundo. Ah, ia esquecendo, toda a renda obtida com a venda das telas foi para o Abrigo Amantino Câmara.

Márcio de Lima Dantas.






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