SOBRE A HISTÓRIA DO AÇUDE PAULISTA EM PATU.
Autora: Mirian Rocha.
"Para fins de esclarecimento ao povo de Patu a
respeito do açude Paulista situado no município de Patu quero
ressaltar que o açude é, em sua totalidade, PARTICULAR e
propriedade dos herdeiros do Sr. Joaquim de Oliveira Rocha, sendo em
95% dono das terras e o restante é da família do Sr. Vicente
Felipe. O Sr. Oliveira Rocha comprou aquelas terras dos
herdeiros do Sr. Etelvino Leite, pelos anos 47 a 50. A data precisa,
poderia ser conferida nos documentos, o que não vem ao caso agora. Ali havia um cultivo constante de algodão, em
benefício inclusive de várias famílias moradoras da Fazenda Laje
que ali trabalhavam. A estrada que ligava Patu a Olho d´Àgua
do Borges passava em frente à casa grande da Fazenda, pelos idos anos 80, foi quando o governo do Estado achou por bem
fazer estrada asfaltada, vindo de Patu e passando pelas terras do Sr.
Oliveira em direção ao alto da pedra do Jati. Mas por atravessar o
Riacho Paulista, os engenheiros, calculando acúmulo de águas no
período chuvoso, em conversa com meu pai explicaram que uma ponte
com a necessária terraplanagem, alagaria terras férteis, mas em
compensação favoreceria o plantio de culturas diversas dentro do
açude. De início papai não achou muito interessante a ideia pois
perderia uns 200 hectares de plantio de algodão. Mas sendo para o
progresso da região, optou pelo bom senso. O açude sangrou pela primeira vez no dia dezenove
de março, dia da morte de Dr. Edino Jales. As pessoas acharam bonito
a sangria do açude, iam e voltavam admirando a beleza da água. Um
ou outro arriscava um banho. Devido falta de água em Patu, meu pai permitiu
que a CAERN colocasse tubulação que por vários anos abasteceu a
cidade. Mas a cidade foi crescendo e com a construção do açude
Tourão, a tubulação foi estendida para aquele novo reservatório. Pelo fato de Patu por muito tempo ter sido
abastecido com a água do Paulista e porque pessoas lá tomavam banho
e ou pescavam, surgiu a lenda de que ele é público. O açude do Paulista não é público, a família
Rocha tem as escrituras e por isso é particular, como também é
particular o açude do Sr. Vicentinho. Ambos portanto protegidos pela
lei. Público é o Tourão, que já antes de ser
construído foi desapropriado e seus proprietários devidamente
indenizados".
Mirian Rocha.
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