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segunda-feira, 27 de agosto de 2018

História de Seu Olegário da Mercearia

Olegário Dorotea Dutra é natural de Brejo do Cruz, nasceu no Sítio Poço da Onça, sertão paraibano, aos 27 de maio de 1925. Olegário foi um senhor simples, mas, de mente privilegiada, porém sem ostentação. Filho de Manoel Dorotea Dutra e Izabel Santina Dutra, membro de uma família de 10 irmãos, escolhendo Patu para morar, no qual foi comerciante por quase 60 anos, como também, funcionário público estadual, sendo responsável pelo setor de emissão de carteira de identidade (RG) no município de Patu por mais de vinte anos.
Muito cedo, Olegário Dutra, saiu de casa tendo trabalhado como queijeiro na fazenda dos Saldanhas.  A primeira vez que veio a Patu foi em um carnaval, com um enorme chapéu na cabeça, com a frase: “SOU O BICHO DO MATO”. Ele veio morar em Patu no ano de 1949, em seguida teve um relacionamento com a jovem Lígia Carlos da Silva Dutra, Filha de João Carlos, como quem casou no mesmo ano. No ao de 1951, assumiu o cargo de Escrivão da Polícia (interinamente). No ano de 1952 sua esposa , Lígia Carlos, teve problemas de saúde onde veio a falecer.
No ano de 1955, foi nomeado para o cargo de Escrivão da Polícia, Padrão “A” do Estado - Delegacia de Patu, já que se encontrava exercendo interinamente há algum tempo. Por motivos políticos ele foi transferido, ex-ofício, do cargo de escrivão da Polícia para o cargo de carcereiro, padrão “B” da Cadeia Pública de Patu, empossado em 19 de janeiro de 1960, permanecendo no cargo  até a sua aposentadoria, ocorrida no ano de 1986.
Durante sua vida, gostava de ouvir o programa radiofônico, “A Voz do Brasil”, estava sempre com um rádio ouvindo as notícias deixando o mesmo muito atualizado, apesar dos afazeres. Todos os dias ele lia o jornal, Diário de Natal, que circulava na cidade. Qualquer assunto abordado ele discutia com maestria. 
Em 16 de setembro de 1953, casou-se com Margarida Aida de Moura Dutra, no qual tiveram dez filhos, sendo seis mulheres e quatro homens, são eles: Francisco Assis Dutra comerciante, viúvo de Gizélia Suassuna Barreto Dutra, Maria de Fátima Dutra - professora universitária, Maria Dalva Dutra Gomes Pinheiro - dentista , casada com o médico Ivan Gomes Pinheiro, com quem teve três filhos; Olegário Dorotea Dutra Filho, agente penitenciário, casado com Vera Lúcia Lima Dutra, funcionária pública, com quem teve três filhos; Maria Margarete Dutra Alves, casada com o empresário Boanerges Alves, com quem teve três filhos; Maria Ozanira Dutra Borges, nutricionista casada com o auditor fiscal, Carlos Mendonça Borges, com quem teve três filhos; Maria Jaqueline Dutra Ferreira da Silva, pedagoga, casada com o analista de sistema da Procuradoria da República, Amauri Ferreira da Silva, com quem teve duas filhas; Marcelino Dutra Neto, marceneiro, casado com Rita Maria Ferreira, com quem teve dois filhos;  Carlos Alberto Dutra ( in memoriam), casado com Lenilda Moura, com quem teve duas filhas; Márcia Cristina Dutra-  economista e bancária. Seus netos e netas: Carolina Dutra Gomes Pinheiro, fisioterapeuta e mestre em fisioterapia, Beatriz Dutra Gomes Pinheiro, médica, Mona Brena Dutra Alves, advogada, Ana Marina Dutra Ferreira da Silva, médica, Ana Marília Dutra Ferreira da Silva, advogada e Mestre em Direito Institucional, Carla Dutra Borges, engenheira de produção, Hercília Dutra Borges, advogada, Hortência Ferreira Dutra, engenheira florestal, Thiany Dutra Lima – assistente social, Carliana Moura Dutra – pedagoga, Carla Moura Dutra – pedagoga, Max Breno Alves Dutra, médico, Max Bruno Alves Dutra, advogado,  Rafael Dutra Borges, engenheiro de petróleo e Mestre em Administração, Marcelo Ferreira Dutra – universitário, Thiago Dutra, servidor área de saúde, Thiego Dutra, comerciante, Harrisaon Sena - promotor de eventos. Seus bisnetos e bisnetas:  João Pedro, Adílio, Murilo, Sara Dutra, Clara, Luana e Nicole.
Olegário Dutra era muito compenetrado com o que fazia, vivia exclusivamente para o trabalho, saía de casa todos os dias às cinco horas da manhã para a mercearia e voltava à noite. Educou os dez filhos dando exemplo de honestidade, responsabilidade e trabalho. Avesso a devaneios, tinha muitos amigos, principalmente na zona rural no qual detinha muitos clientes onde  travava longos diálogos, mas, não gostava de fofocas. Era um homem sério, seu padrão de vida era a simplicidade, vivia como achava que devia viver, sendo um homem de bem. Não deixou inimigos, era da paz. A educação dos filhos sempre foi  prioridade para ele. 
Exerceu a profissão de comerciante na cidade de Patu por quase 60 anos, tendo possuído hotel, casa de jogo, mercearia, conhecida como a “Bodega de seu Olegário. Apesar dos altos e baixos, permaneceu no comércio até a sua morte que ocorreu no ano de 2006, com mais de 80 anos de idade.
Conhecido por suas respostas irreverentes, um dia, seu Olegário, estava jogando baralho, e de repente, alguém o chama para ir a mercearia (a casa de jogo era no sótão do prédio e na parte térrea funcionava a mercearia),  ele desceu e quando voltou, o baralho já estava distribuído, ele pegou olhou, e os demais perguntaram: vai Olegário? Ele respondeu, sou doido não, eu que não estava aqui, estou armado imaginem vocês! Certo dia uma cliente chegou e perguntou o preço do ovo, ele respondeu é tanto. Ela perguntou faça por tanto e ficou insistindo, seu Olegário faça o ovo por tanto, faça seu Olegário, o senhor faz? ele respondeu, quem faz o ovo é a galinha, não eu! Outro dia uma mulher perguntou se melancia com catarro (gripe) fazia mal, ele respondeu, mal eu não sei, mas que é muito seboso isso é! Chegou um homem e falou R$ 200,00 emprestados, dizendo que ia ali e quando voltasse pagava. Seu Olegário disse, vai ali que quando vier você traz? Então vá e traga, não precisa tomar emprestado! Certa vez chegou uma mulher e perguntou o preço de uma barra de sabão, ele respondeu, é tanto, ela falou, mas lá em fulano é mais barato, ele respondeu, então vá comprar lá! Em certa ocasião ele estava no Hospital do Coração, quando passou uma mulher com a região glútea bastante desenvolvida, ele olhou e falou: “é muita banha para dois ovos!. Certa vez chegou um cliente em sua bodega e perguntou, seu Olegário quanto é o quilo de açúcar? Ele respondeu é tanto, a pessoa não ouviu direito e disse, quanto? Ele respondeu, a pessoa não ouvi de novo e tornou a perguntar, é quanto? depois de perguntar várias vezes seu Olegário respondeu, sente-se aí e fique esperando outra pessoa entrar e perguntar o preço do açúcar, é quando vou responder. Em outra ocasião um jogador chegou na casa de jogo pela manhã, era período da semana santa, passou o dia jogando, a noite também, ao amanhecer ele estando já liso disse: seu Olegário, me dê um jejum. Ele respondeu, quer um jejum maior do que esse? um dia e uma noite sem comer! Um dia ao abrir o portão da casa para sair, uma pessoa que ia passando perguntou: vai para a rua seu Olegário? ele respondeu, na rua já estou. 
Durante a sua vida Olegário Doroteia Dutra recebeu muitas homenagens, como por exemplo, dando nome de uma rua no Bairro Padre José Kruza em Patu, e outra dando nome a um condomínio residencial na cidade de João Pessoa – PB, “Residencial Olegário Dutra” localizado à rua, Edilson Paiva  de Araújo – Jardim Cidade Universitária., homenagem prestada pelo sobrinho, Carlito Dutra. 
Portanto essa é um pouco da história de Olegário Doroteia Dutra, o “Seu Olegário da Mercearia”, paraibano que erradicou-se em Patu, edificou e educou a sua família como muito esmero, amor e dedicação, deixando a sua marca na história de nosso município.

Reportagem: Aluísio Dutra de Oliveira.
Fonte das informações: Maria de Fátima Dutra.
Fotos: Cedidas pela família. 

Galeria de Fotos de Olegário Dutra com a sua família.















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