A segunda parte da história da Usina de Alfredo Fernandes em Patu tem a participação, através de relato do senhor Almir Fernandes de Queiroz, filho do senhor Moacir Fernandes de Queiroz que era o encarregado da Usina em Patu. Segundo o senhor Almir Fernandes, Alfredo Fernandes, o fundador da empresa era parente de seu pai, Moacir Fernandes de Queiroz que foi sub-gerente de Alfredo Fernandes em Patu de 1947 até o encerramento das atividades da empresa que tinha como Gerente em Patu o Senhor Ivo Lopes de Oliveira. Almir relata que nasceu na casa que fica na esquina do complexo, em frente à estação ferroviária (ver foto), onde também durante um certo tempo funcionou o escritório da empresa. A usina de Patu, que se chamava Usina Odin, não tinha prensa para extração do óleo do caroço de algodão. Ela apenas descaroçava o algodão e o caroço era remetido para Mossoró pela Ferrovia, enquanto os fardos da pluma do Algodão seguiam nos caminhões de Mário Andrade e Chico Solano e, quando não bastavam os dois caminhões, também eram chamados Chico Piunga e Joaquim Bisquara.
Foto Ilustrativa. O algodão era transportado para Mossoró em caminhões de : Mário Andrade, Chico Solano, Chico Piunga e Joaquim Bisquara.
O motivo dos fardos de algodão não irem pela ferrovia é que as locomotivas eram movidas a lenha e as brasas que elas jogavam fora era um constante perigo de incêndio, motivo pelo qual foi escolhida a via rodoviária.
O nome Usina Odin já veio com a compra da Usina de Patu. Alfredo Fernandes adquiriu a usina de um grupo alemão que foi o responsável pela construção e instalação da mesma. O gerente do grupo era conhecido como senhor Edson. A casa onde funcionava o escritório é igualzinha à casa paroquial de Patu que também é um projeto alemão (veja foto), uma vez que os nossos vigários até por volta de 1969 eram alemães. A usina de Patu parou de funcionar por volta do ano de 1973.
Com a peste do bicudo no algodão, não era economicamente viável a continuação do funcionamento da usina, onde ocasionou uma situação muito difícil para Patu e região pois a empresa tinha cerca de 27 funcionários contratados, todos com carteira assinada e direitos trabalhistas previstos, que terminaram perdendo seus empregos. Daí para frente o pouco algodão produzido era enviado para Mossoró. Além de seu Moacir Fernandes, trabalhavam na usina três tios de Almir Fernandes, Aldo Fernandes que era responsável pela sub-agência de Umarizal e Agnelo Fernandes, responsável pela sub agência de Mumbaça (hoje Frutuoso Gomes), ambas subordinadas à agência de Patu e o senhor Ademar Fernandes que trabalhava na fábrica de óleo em Mossoró. A agência de Patu era gerenciada por Ivo Lopes de Oliveira e tinha sob sua jurisdição Umarizal, Olho D'água do Borges, Junco (Messias Targino), Várzea da Caatinga (Rafael Godeiro), Almino Afonso, Mumbaça (Frutuoso Gomes), Lucrécia e Demétrio Lemos (Antônio Martins) . Nos dias de feira o escritório se deslocava para esses municípios. No sábado funcionava no centro de Patu, vizinho à residência de Ivo Lopes. No domingo dia das feiras de Almino Afonso, Mumbaça e Demétrio Lemos, havia também o deslocamento da equipe gerencial para estes municípios e na segunda feira era dia do deslocamento para Umarizal. O senhor Almir Fernandes sempre estava presente nos deslocamentos que eram feitos no veículo de Ivo Lopes. Estas viagens eram feitas antes do início da colheita, para adiantar dinheiro aos produtores. O algodão era comprado "na folha", isto é, o produtor já recebia o dinheiro a partir da plantação.
A casa onde era o escritório da Usina construída no messo estila alemã da casa paroquial de Patu
A redação do Blog A Folha Patuense agradece ao amigo Almir Fernandes que contribui imensamente relatando a história da Usina de Alfredo Fernandes que marcou muito a vida das pessoas, do nosso município e de nossa região. Uma época promissora e de fartura, a chamada época áurea da produção de Algodão o nosso "Ouro Branco".
Almir Fernandes de Queiroz, filho do sub gerente da Usina, senhor Moacir Fernandes de Queiroz
Ruínas da Usina Ondim "Alfredo Fernandes " em Patu RN
Transporte de Algodão em caminhões
Transporte dos caroços de algodão no trem para Mossoró-RN
Foto ilustrativa. Época de Fartura da produção do "Ouro Branco".
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