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sexta-feira, 29 de junho de 2018

Uma Imagem vale mais por mil palavras


 O Ministro do STF, Alexandre de Moraes, com o Tucano na  Mão. 

Dr. Bernardo Amorim Lança sua Pré-candidatura a Deputado Estadual neste Sábado em Caraúbas-RN

O Pré-candidato a Deputado Estadual pelo partido Avante lançará a sua Pré-candidatura neste sábado (30/06) na cidade de Caraúbas. O evento será realizado a partir das 17 horas  no Centro de Treinamento do Marcão e contará a presença de lideranças estaduais, regionais e população em geral que apoia a pré- candidatura de Bernardo a Assembleia Legislativa nas eleições deste ano.

Neste Sábado em Caraúbas-RN

Neste sábado (30/06) será realizada em Caraúbas Plenária dos Agricultores Familiares e Trabalhadores Urbanos do Oeste com a presença do Pré-candidato a Deputado Federal pelo PT, Caramuru Paiva. O evento acontecerá  a partir das 8 horas da manhã na sede do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Caraúbas. 

quinta-feira, 28 de junho de 2018

História de Aureliano Barbeiro, Aureliano Marcador de Quadrilhas Juninas

Aureliano Antônio da Silva, é natural de Brejo do Cruz-PB, nasceu em 15 de junho de 1918. Filho de Antônio Irineu da Silva e Maria Ana de Jesus. Aureliano se vivo estivesse, estaria comemorando neste mês de Junho 100 de idade.  Aureliano se casou pela primeira vez com dona Severina Dutra onde tiveram sete filhos: José Dutra, Aureliano Filho, Rita Dutra, Neta Dutra, Tereza Dutra, Pepeta e Maria Dutra (In-memorian). Ele ficou viúvo do primeiro casamento e resolveu casar pela segunda vez, sendo com a senhora Maria Félix Cavalcante onde tiveram cinco filhos: Dagmar Aureliano (In-memorian), Cleidemar, conhecida como Cleide de "Miguel de Cidin", Nilson, Carlinhos e Maria Dalva (In-memorian).
Aureliano chegou em Patu no ano de 1942 onde exercia a profissão de Barbeiro bem como fazia serviços de consertos de tarrafas e redes de pescar. Durante muitas décadas ele trabalhou para sustentar a sua família como barbeiro no Mercado Público de Patu, no centro da cidade, ocupando espaço com outros barbeiros como: Cícero Barbeiro, Almino Bento, Nelson Barbeiro e Zezito Barbeiro irmão de Deuzuete do Jatobá. Seu Aureliano Barbeiro nasceu no mês de Junho, no mês de São João, das festas juninas que tanto gostava de participar e foi criando gosto em marcar quadrilhas juninas, por isso durante muitos anos ele também exerceu esse ofício em ser marcador de quadrilhas juninas, sendo convidado para marcar quadrilhas nas escolas, Boate Pântano, comunidades rurais ou até em outros municípios da região. A fama de excelente marcador de quadrilha se espalhou e ele ficou conhecido como Aureliano marcador de quadrilhas juninas. No ano de 1990 ele já idoso e com problemas de saúde veio a falecer deixando filhos, 33 netos e 23 bisnetos para seguir nas próximas gerações. Ele também dar nome a uma rua na cidade de Patu. Nesse ano de 2018, onde o mesmo faria 100 anos de idade, a organização do Arraiá Patu Dançar vai homenageá-lo dando nome ao 10º Festival de Quadrilhas, homenagem mais do que justa a esse Paraibano que deixou sementes plantadas nas terras do Patu e merece fazer parte da sua história.

Reportagem: Aluísio Dutra de Oliveira.
Apoio: Carlinhos de Aureliano.
Fotos cedidas pela família. 

 Aureliano Barbeiro
Maria Félix Cavalcante - segunda esposa

 Aureliano e Família
Aureliano e Família





quarta-feira, 27 de junho de 2018

Caramuru Paiva foi entrevistado no Programa de Rádio do Professor Aluísio Dutra, pela FM Educativa de Almino Afonso.

No último sábado (23/06) o professor e radiocomunicador, Aluísio Dutra de Oliveira, entrevistou em seu programa de rádio, Nordeste da Gente, pela Educativa FM de Almino Afonso-RN, o engenheiro agrônomo e pré-candidato a deputado federal pelo Partido dos Trabalhadores, Caramuru Paiva. Inicialmente Caramuru Paiva falou sobre como anda o projeto de transposição das águas do Rio São Francisco, principalmente o Eixo Norte que representa uma luta constante do mandato da senadora Fátima Bezerra, onde o mesmo é assessor. Em seguida Caramuru Paiva falou sobre a sua trajetória de vida, como estudante pobre que foi, residindo na região Oeste bem como o seu  esforço de chegar a faculdade se graduando como Engenheiro Agrônomo pela UFERSA, antiga ESAM. Ele também falou sobre a sua trajetória de lutas nos movimentos sociais do Rio Grande do Norte onde teve atuação no projeto Dom Hélder Câmara bem como delegado federal do Ministério do Desenvolvimento Agrário no Governo Dilma. Toda essa experiência Caramuru está colocando a disposição da população do Rio Grande do Norte como pré-candidato a deputado federal nas eleições deste ano. Segundo as últimas pesquisas divulgadas, Caramuru está entre os deputados que serão eleitos no dia 07 de outubro, com isso seu nome desponta muito forte no Alto Oeste Potiguar, Médio Oeste e Seridó. Caramuru é aquele pré-candidato que tem a cara do interior, sabe dos problemas que as pessoas mais simples sofre, como por exemplo, os agricultores familiares, assentados de reforma agrária, agroecologia, entre outros e desta forma vai lutar na Câmara dos Deputados por uma cadeira que realmente esteja a disposição dos municípios e comunidades o RN, principalmente do interior.

POLÍTICA: "Caramurú Paiva foi o entrevistado do Programa 60 minutos da 98,3 FM de Apodi"

O Programa 60 minutos que vai ao ar pela 98,3 FM da cidade de Apodi, recebeu o pré-candidato a deputado Federal Caramurú Paiva.
Segundo as últimas pesquisas divulgadas, Caramurú está entres os deputados que serão eleitos no dia 07 de outubro, com isso seu nome desponta muito forte no Alto Oeste Potiguar.
No Seridó, Caramuru contará com o apoio do ex-prefeito Francisco Medeiros, com quem fará  dobradinha, com o prefeito de Currais Novos Odon Júnior e com várias lideranças políticas que conhecem seu trabalho e sua luta pelo homem e a mulher do campo.
Francisco Caramuru Paiva é pré-candidato a deputado federal pelo PT!

Especial: RAYRON MONTIELLY: talento & potencialidades

                                                                           Por Márcio de Lima Dantas
                                                                                   Professor do Departamento de Letras da UFRN

Rayron Montielly de Lima Costa nasceu em Mossoró em 30 de dezembro de 1990. Suas primeiras imagens pictóricas remontam ao fato da mãe ser costureira para si e para as irmãs. Tal atividade lhe despertava atenção. O corte do tecido em partes e depois costurar as peças num todo, criando uma peça do vestuário, com suas combinações e adornos.
Ainda bastante jovem, e experimentando as técnicas e a justaposição de cores, na sua obra produzida até agora, divisa-se um talento que, com a disciplina e o domínio técnico, virá a ser um dos principais expoentes das artes plásticas produzidas em Mossoró. Visto haver no seu trabalho e na sua fala uma consciência assumidamente experimental. Ou seja: a dynameis aristotélica busca o seu número, o seu âmbito e sua inquieta vontade do vir-a-ser. O futuro insculpirá o pintor em alguma tradição das artes plásticas em Mossoró.
O conhecimento da geometria vem do ensino médio, no qual se sentiu fortemente atraído pelo Teorema de Pitágoras. Não só entendeu com bastante propriedade, mas viu como utilizá-lo nas artes plásticas. Sobretudo que efeito causaria o seu manuseio, gerando infinitas possibilidades de apreensão e composição.
Tenho para mim, que em sua curiosidade, passou a inquirir acerca das formas geométricas que nem sempre se manifestam nos objetos, contudo estão ocultas, subentendidas, possibilitando conferir uma outra ordem que não a do chamado real concreto, implicando numa harmonia, assim como um vestido depois de pronto.
Esboçarei uma classificação provisória e creio não abarcar tudo o que produziu, na medida em que tive acesso apenas a uns poucos trabalhos. A saber: o retrato de pessoas desenhados em lápis grafite, as telas, o grafite mural, em portões e muros e a pintura acrílica sobre tela, com forte caráter de representação naturalista.
Em algumas telas e no grafite mural, apropria-se de maneira livre da imagem das dobras de papel do Origami japonês para compor panos-de-fundo no qual insere imagens figurativas, muitas vezes de caráter regional, com fortes traços emanados da xilogravura. Procede desse modo, a uma ousada síntese entre culturas tão distintas, no qual a aproximação de duas tradições logrou êxito no seu intento.
Os polígonos de três lados, com predominância do triângulo retângulo, quase sempre em cor pastel, refratando a cor mais ardente, engendra um efeito elegante de ocupação do espaço ou do suporte no qual se encontra impresso. Os triângulos tanto são sobrepostos como formam ângulos entre si, numa cadeia causadora de um efeito bastante agradável de se contemplar, sobretudo quando o suporte não é uma tela ou uma parede, obtendo forte poder decorativo, como no caso do trailer amarelo, no qual funciona uma tabacaria. Sendo que aqui, durante a noite, é iluminada interiormente por uma luz infravermelha ou superazul, causando no expectador a ilusão de relevo e profundidade. O efeito estético é precioso, na medida em que um objeto que foi edificado para um deter valor utilitário passa a adquirir estatuto de obra de arte. É uma apropriação bastante interessante enquanto intervenção urbana, pois sucede uma reinterpretação de um suporte que integra a paisagem, interagindo ao transformar algo prosaico em objeto de arte.
Nesse primeiro momento da sua produção artística, o triângulo parece se inscrever como seu mito obsessional, haja vista que também se manifesta nas telas e nos grafites, agora não mais como o elemento que define o núcleo ideativo da obra, mas como espécie de horizonte em segundo plano nos quais o figurativo promete gerar o signo pictórico, ou seja, o “assunto” da tela. Basta ver os quadros nos quais estão presentes Lampião e Maria bonita. Há uma deliberada e livre vontade, uma consciência do efeito causado quando do uso do polígono de três lados como elemento da composição, gerando inusitado conjunto pictórico. Mormente quando  emprega técnica do stencil e da tinta spray.
Com relação ao grafite, é de somenos importância dizer o consabido. Está ligado ao movimento Hip Hop (EUA, 1970), configurando-se como uma das três vertentes desse movimento de crítica ao status quo da sociedade americana, oriundo que é da comunidade negra e latina, Brooklin e Bronx. O grafite é uma das três vertentes no qual se plasmou: o rap (música), o break (dança) e o grafite (pictórico).
Rayron expressa-se de múltiplas formas, estendendo-se num arco de envergadura tensa que vai do figurativismo ao abstrato, deixando entrever tradições de culturas várias: arte negra, japonesa, nordestina. Ancorando-se consciente ou inconscientemente no espírito que engendrou o movimento inicial do grafite, que se manifestou como forma de questionar o isolamento e o preconceito contra determinadas populações ou etnias.
Enfim, tratarei do desenho e da pintura de cunho naturalista, no qual demonstra sua habilidade com as formas clássicas de representação do real. Aqui estão presentes os trabalhos com lápis grafite de pessoas, num jogo de luz e sombra, representando com bastante propriedade o ethos das pessoas, por meio de uma habilidade em capturar pelos lábios e pela expressão dos olhos o que eventualmente dá contorno à alma.

Tenho para mim, que a tela do caju amarelo, dos pares de jambos fúccia e da pitaia, fruta do cacto, são uma espécie de prova dos nove, se resta a alguém alguma dúvida sobre o talento e as potencialidades vindouras desse jovem artista das terras quentes de Mossoró.

segunda-feira, 18 de junho de 2018

História de Lídia Parteira, Lídia Mangunzá.


Lídia Gomes da Silva é natural de Timbaúba dos Batistas RN, nasceu aos 7 de abril de 1910. No início da década de trinta ela chegava a Patu aos 20 anos de idade com o seu esposo João Gomes da Silva que veio trabalhar na construção do Açude público de Lucrécia-RN e depois na construção da linha de ferro Mossoró - Souza. Do enlace matrimonial com João Gomes da Silva tiveram mais de 20 filhos, mas se criaram 14. Naquela época o índice de mortalidade infantil no Brasil e principalmente no Nordeste era altíssimo. Os filhos criados foram: Francisco, Manoel, José Gomes, Valdenice, João Gomes Filho, Jurandy Gomes, conhecido como Dubelo, Miguel, Antônio, Anita, Elita, Deuza, Maria José, José Maria Gomes (conhecido como Zeca de Lídia) e Luzia Neide. Dona Lídia parteira também adotou uma menina chamada Rosa Maria Cardoso, onde a mesma tinha sido chamada para fazer um parto e quando terminou a mãe não quis ficar com a filha por falta de condições e entregou a dona Lídia para criar. 
A filha adotiva, Rosa Maria, cuidou dela até a sua morte. Dona Lídia Manguzá, como também era conhecida, recebeu esse apelido em virtude do seu pai que era conhecido como João Mangunzá. Como dona Lídia Gomes dedicou sua a vida a fazer partos em Patu e em toda região, ela ficou conhecida como Lídia Parteira. Mãe Lídia, como também era chamada, era procurada todos os dias para fazer partos em Patu e em outras cidades da região, ela ia a cavalo, de carro e a pé, como teve de fazer várias vezes, saindo de sua casa indo a pé até as comunidades rurais de Patu, mas não deixava de atender as pessoas que a chamava. Dona Lídia parteira perdeu as contas de quantas pessoas vieram ao mundo através de suas mãos. Naquela época os serviços de saúde eram precários, a existência de médicos era uma raridade, só se encontrava em Catolé do Rocha, Mossoró ou em outras cidades. Ela mesmo não sendo alfabetizada gostava de recitar versos de improviso. No momento de inspiração ela fazia belos poemas. Quando a mesma teve que residir em Mossoró, contra gosto, ela na sala de sua casa, antes do carro chegar, fez a seguinte poesia sobre Patu, onde seu neto Shermam Suassuna gravou em sua memória: “Adeus minha casa querida, Adeus as pedras e a flor, Adeus minha terra querida, Adeus Patu de amor”. Dona Lídia residia na avenida Lauro Maia onde hoje reside o seu filho Jurandy Gomes “Dubelo”, próximo a agência dos Correios. 
Dona Lídia também possuía um terreno na avenida Lauro Maia onde a mesma vendeu uma pequena parte para a construção do primeiro templo da Igreja Assembleia de Deus e depois de certo tempo ela fez a doação de outra parte do terreno para a Igreja ampliar o seu espaço. Dona Lídia Gomes faleceu aos 86 anos de idade em Mossoró. Mãe Lídia, Lídia Mangunzá, Lídia Parteira, mulher de fibra, trabalhou muito por essa terra prestando relevantes serviços aos seu povo onde dezenas ou mesmo centenas de filhos patuenses vieram ao mundo através de suas mãos. Pelo reconhecimento dos importantes serviços prestado em Patu, uma rua leva o seu nome, rua Lídia Gomes. Portanto essa seridoense que chegou a Patu, amou essa terra e fez muito por ela, registra a sua atuação e vida na história do nosso município. Nosso eterno agradecimento. 

Reportagem de Aluísio Dutra de Oliveira.
Apoio: Shermam Suassuna.
Maria José Gomes, 
Jurandy Gomes "Dubelo".
Fotos: Cedidas pela Família.
Dona Lídia e sua filha Adotiva Rosa Maria

Dona Lídia com membros da família

Residência onde dona Lídia morou na Avenida Lauro Maia

Filho Dubelo debaixo do Pé de Cajarana onde Dona Lídia conversava com a família.

Pé de Cajarana em sua residência na avenida Lauro Maia. Ainda hoje bota frutos.

Dona Lídia Parteira era uma mulher muito religiosa.

quinta-feira, 14 de junho de 2018

No RN, Senado discute o Forró de Raiz Patrimônio Imaterial Cultural Nacional


A Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) do Senado realizou nesta quinta-feira (14), na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, em Natal, mais uma etapa das audiências públicas que estão percorrendo o Brasil no intuito de debater o reconhecimento do Forró de Raiz como Patrimônio Imaterial Cultural Nacional. A CDR já discutiu o assunto em João Pessoa (PB), no Rio de Janeiro e em Brasília. O município de Parnamirim, também no RN, será o próximo a mobilizar os forrozeiros da região, mas ainda estão previstas audiências na Bahia e no Ceará.
“É importante preservarmos a cultura brasileira no ponto de vista da memória para as gerações presentes e futuras. O forró pé de raiz não é uma expressão cultural popular qualquer, mas uma das expressões mais genuínas e identitárias do povo nordestino”, disse a senadora Fátima Bezerra, presidente da CDR, so iniciar os trabalhos. Ela lembrou que a iniciativa atendeu a uma reivindicação do movimento Fórum Forró Pé de Raiz, que chegou à CDR no ano passado através de sua presidente, a professora Joana Alves, que falou da preocupação dos artistas com a falta de reconhecimento e valorização da cultura do forró.
Joana parabenizou a senadora por ter “abraçado o movimento”. Ela rememorou o histórico da luta e de mobilização do Fórum pela inclusão do forró como Patrimônio Imaterial da Cultura Brasileira. Ao explicar as condições de atendimento do pleito, o coordenador de projetos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, Deyvesson Israel Alves, ressaltou que, para isso, o órgão precisa de recursos financeiros para fazer estudos e análises. “Infelizmente não dispomos desses valores”.

Cavaleiros seguem a rota do trem com saída de Mossoró e chegada em Patu

São 136 quilômetros percorridos no lombo do cavalo em três dias, fazendo o caminho do transporte que movimentou a economia da Região Oeste do Estado por muitos anos até a década de 90, em uma rota que ia de Mossoró a Souza, na Paraíba. A segunda edição da Cavalgada Rota do Trem partiu na manhã desta quinta-feira, 14, da Capela do Bom Jesus, em Mossoró, até o município de Patú, passando por Governador Dix-sept Rosado, Caraúbas, Itaú e Almino Afonso.
A cavalgada deste ano faz o percurso contrário da edição do ano passado, que veio de Patú para Mossoró. “Hoje vamos pernoitar no Sítio Horizonte, em Governador, amanhã no Sítio Jordão, em Caraúbas e chegaremos a Patú no sábado”, explicou Naelson Nunes, um dos organizadores da cavalgada.
Galego de Evilázio faz parte do Grupo de Cavalgada Nossa Senhora dos Impossíveis, de Patú. “É a prática de um esporte em que todos são vencedores. Todo mundo ganha a vivência dessa viagem. Além disso, resgatamos a tradição e passamos isso para nossos filhos”, disse.
A Cavalgada Rota do Trem está dentro da Programação do Mossoró Cidade Junina e em Patú, os cavaleiros serão recebidos também pela festa junina da cidade, Patú Dançar, que acontece na antiga estação do trem.
Fonte: Blog do Robson Pires.

quarta-feira, 13 de junho de 2018

Deputados aprovam antecipação de royalties para pagamento da folha do Estado

O plenário da Assembleia Legislativa do estado aprovou, em sessão ordinária realizada nesta quarta-feira (13), o projeto que autoriza o Governo do Rio Grande do Norte a ceder às instituições financeiras oficiais créditos decorrentes de royalties e participações especiais relacionadas à exploração de petróleo e gás natural. Os recursos estimados são de R$ 162 milhões e serão aplicados no pagamento da folha de pessoal.

De acordo com o projeto votado pelos deputados, o montante referente à antecipação das receitas cobrirá o déficit previdenciário local. Com a medida, o estado poderá usufruir da liberação de recursos oriundos do Tesouro Estadual e normalizar o pagamento da folha de servidores, em atraso desde meados de 2016.
A emenda foi apresentada pelo deputado Fernando Mineiro (PT). Antes de ser votada no plenário, o processo passou pela Comissão de Finanças e Fiscalização (CFF) e foi aprovada por unanimidade na reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Jogos do Brasil na Copa da Rússia - Primeira Fase.

JOGOS DO BRASIL

​17/06 – Domingo, às 15h
Copa do Mundo
Brasil x Suíça – Rostov-do-Don, Rússia
Na TV: Globo, SporTV e Fox Sports
22/06 – Sexta-feira, às 9h
Copa do Mundo
Brasil x Costa Rica – São Petersburgo, Rússia
Na TV: Globo, SporTV e Fox Sports​
27/06 – Quarta-feira, às 15h
Copa do Mundo
Sérvia x Brasil – Moscou, Rússia
Na TV: Globo, SporTV e Fox Sports
Folha de São Paulo

segunda-feira, 11 de junho de 2018

Memorial sobre Wilma de Faria Ficará Três dias em Patu

O Memorial Itinerante sobre Wilma de Faria ficará exposto na cidade de Patu durante três dias. A abertura acontecerá hoje (11/06), a partir das 18:30 horas nas dependências do Campus Avançado de Patu - Avenida Lauro Maia. O memorial apresentará a história da Guerreira Wilma de Faria e ficará exposto a visitação pública até quarta feira.
Venha, participe.

Juventude conversa com Caramuru Paiva em Campo Grande/RN


Na manhã do último sábado (09/06), Caramuru Paiva conversou e anotou propostas da juventude, do Oeste Potiguar, para serem analisadas e incorporadas na construção das bandeiras da sua pré-candidatura de deputado federal.
Caramuru Paiva é homem de luta em defesa do povo do RN, que sente o que o outro sente, que vive o que nós vivemos e almeja uma vida melhor para todos. 




domingo, 10 de junho de 2018

Especial: Escola de Xilogravura de Mossoró

Texto de Márcio Dantas.
João da Escóssia e sua Oficina de Xilografia não ficaram chantados a um tempo e a um espaço. Detentor de excepcional domínio da gravura sobre madeira, difundiu seu trabalho como ilustrador de escritos do jornal O Mossoroense, além de aceitar trabalhos outros como marcas de firmas ou rótulos de produtos comerciais.
Essas gravuras não detinham pura e simplesmente um valor funcional, mas, devido ao esmero e a notável capacidade do autor no conhecimento da técnica, também se revestiam de um cuidado que as lançam para as fronteiras do estético, buscando o traço perfeito, harmonioso e belo que as obras de arte proporcionam aos que buscam fruir num impresso mais do que um enfeite para determinado escrito ou produto.
Muito bem, por isso podemos falar de uma Escola de Xilogravura de Mossoró, na medida em que alguns pósteros deram excelentes soluções de continuidade, evitando que uma antiga forma de gravura estancasse em um artista.
Vamos começar pelo Sr. Henrique Mendes (Mossoró, 15/07/2025), propietário da firma: Carimbos Mossoró. Henrique Mendes e Filhos: Fátima Mendes e Michel de Montaigne Mendes, situada à rua Dr. Antônio de Souza, 55. Há um álbum deixado pelo proprietário que demonstra a qualidade gráfica e estética das gravuras como marcas de firmas ou produtos comercializados na cidade. O álbum é dividido em duas partes. Uma concerne ao Sr. Henrique Mendes, outra ao grande artífice Menelau.
Nas gravuras da primeira, que não se encontram assinadas, fica patente o domínio da gravura elaborada na madeira, que, como todos sabem, requer a compreensão de como imprimir somente duas cores: o preto e o branco. Mesmo assim quem as fez soube dar estaticidade e movimento aos animais, às assinaturas, aos nomes de firmas, consoante ao que o desenho exigia. Há uma espécie de carta de ABC muito graciosa e eivada de didatismo. O desenho da letra em caixa-alta à esquerda, à direita apôs algo do nosso entorno que se inicia por aquela letra.
Com Francisco Menelau, participante da Revolta Comunista de 1935, a xilogravura e a arte tipográfica, tanto analógica quando digital, atingem seu fastígio. Dotado de um talento como até então não havia aparecido em Mossoró, consegue dominar com exatitude as relações de proporções entre volumes contidos em espaços determinados, assim como configurar simetrias bilaterais causadoras de harmonia e agradável senso geométrico, de maneira ousada para a época elabora rótulos de produtos comerciais através de contrastes inusitados, ou seja, combina cores que, via de regra, não são tidas como compatíveis, tais como: vermelho/amarelo, vermelho/verde-escuro, vermelho/azul-marinho, produzindo aos olhos do expectador/consumidor um efeito de estranhamento que o impulsiona para o objeto exposto.
Menelau também demonstrou suas capacidades através dos retratos de pessoas, sobretudo limitando-se à cor e à linha sinuosa que imprimia ao rosto semblantes bem diferenciados e não caricaturais, captando por uma economia de meios uma eventual personalidade. 
Em síntese, esses três artistas, involuntariamente, fundaram e alimentaram uma tradição que se encontra no Nordeste mais vinculada às capas dos livretos de literatura de cordel. Ele usaram a xilogravura em outros meios que careciam de ilustrações, tais como o jornal ou demandas do comércio em busca de comercializar seus produtos.

Lula tem 30%, Bolsonaro, 17%, Marina, 10%, aponta pesquisa Datafolha para 2018



Uma pesquisa do Instituto Datafolha foi divulgada neste domingo (10) pelo jornal “Folha de S.Paulo” com índices de intenção de voto para a eleição presidencial de 2018. Foram feitas 2.824 entrevistas entre 6 e 7 de junho, em 174 municípios. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.

quinta-feira, 7 de junho de 2018

Mossoró no diário de Getúlio Vargas

Por José Romero Araújo Cardoso*

A era Vargas foi a mais longeva experiência político-administrativa do Brasil republicano, cuja gênese encontramos na vitória da revolução em outubro de 1930. O processo foi interrompido em 1945 e reiniciado em 1950, tendo seu epílogo em agosto de 1954, quando do suicídio do chefe do executivo.

A centralização enfatizada por Vargas pôs fim à fragmentação do poder entre os representantes do mandonismo local, a qual se constituiu em símbolo das estruturas montadas na república velha, conforme enfatiza MELLO (1992).

A partir de 3 de outubro de 1930, quando triunfou o movimento revolucionário encabeçado pelo Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Paraíba, Vargas deu início à escrita de um diário cujo encerramento se deu em setembro de 1942, quando o Brasil já havia declarado guerra aos países do Eixo.

Este importante documento para a História do Brasil, compilado e publicado em dois volumes no ano de 1995 pelo Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil da Fundação Getúlio Vargas e pela Editora Siciliano, apresentado por Celina Vargas do Amaral Peixoto, neta do estadista que marcou profundamente os novos rumos do modelo capitalista brasileiro a partir de sua posse no governo provisório em 1930, descortinam-se o dia-a-dia do governante, as relações políticas e os episódios marcantes de uma época.

A pressão exercida por São Paulo, principal centro econômico do País, resultando em tentativa revolucionária quer ficou conhecida pela pretensa defesa de uma constituinte, obrigando o governo federal a reprimir fortemente o movimento, caracterizou os rumos políticos entre os anos de 1932 e 1933.

Conforme BASBAUM (1991, p. 63), a convocação de uma constituinte e a elaboração de uma nova constituição perfaziam o panorama geral do ano de 1933. Neste ensejo, Vargas organiza visita aos Estados das regiões Nordeste e Norte, acompanhado de uma grande comitiva de políticos e jornalistas. O raid político-eleitoral do chefe do governo provisório e sua equipe dura cerca de um mês, sendo concluída em Belém (PA).

Ainda segundo BASBAUM (ibidem);

“O entusiasmo com que é recebido pelas populações do Norte e Nordeste,
Que o vêem pela primeira vez, mostra apenas o quanto as massas ainda
esperam dele, pois nada ainda haviam obtido. Mas Getúlio acredita que
aquilo significa – apoio incondicional. Assim acreditam também os futu-
ros deputados que mais tarde o elegerão Presidente da República.
E esse apoio dar-lhe-á a margem necessária para planejar a continua-
ção no poder.”

Obras importantes para o Nordeste seco, paralisadas após a conclusão do triênio Epitácio Pessoa na presidência da república (1919 – 1921), foram fiscalizadas e muitas inauguradas quando da visita presidencial. A açudagem se constituía em um dos carros-chefe da campanha presidencial encetada pela comitiva comandada por Getúlio Vargas.

Neste ensejo, Vargas faria sua primeira visita a Mossoró. Entre os circunstantes presentes que compunham a comitiva presidencial, encontrava-se assessor do Ministério de Viação e Obras Públicas de nome Orris Barbosa.

Posteriormente, o jornalista Orris Barbosa lançou em 1935, pela Adersen-Editores, do Rio de Janeiro, interessante opúsculo por título “Secca de 32 – Impressões sobre a crise nordestina”, no qual analisa desde as tentativas frustradas de implementação dos reservatórios hídricos no governo Epitácio pessoa, além de outras políticas públicas de suma importância, aos efeitos catastróficos da grande seca que teve início em 1926 com breve intervalo em 1929 e recrudescimento total em 1932, enfatizando ainda a visita presidencial aos estados do Nordeste e do Norte do Brasil.

BARBOSA (p. 112), no capítulo intitulado “No alto sertão”, destaca a marcha batida em direção a Mossoró, frisando que a rodagem que interliga Assú à capital do oeste potiguar era regular. Destaca ainda que só à noite puderam alcançar o maior centro comercial do Rio Grande do Norte, na época, visitando, ainda o porto de Areia Branca, escoadouro natural dos produtos sertanejos.

Antes, em fevereiro de 1930, Mossoró havia sido palco de pregações revolucionárias capitaneadas pela caravana gaúcha liderada por Batista Luzardo. Até então, esta tinha sido a única oportunidade que os aliancistas haviam pregado em território mossoroense os ideais de renovação (ROSADO, 1996).

Na oportunidade, ainda não haviam galgado o poder, cujo feito foi proporcionado pelos desdobramentos trágicos da revolta de Princesa, quando do assassinato do presidente paraibano João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque, vice-presidente da chapa encabeçada por Vargas no ensejo da disputa presidencial em 1930 (INOJOSA, 1980; RODRIGUES, 1978).

Conforme o Diário de Getúlio Vargas (1995, p. 238), no dia 13 de setembro de 1933 houve a partida da comitiva para Mossoró. A viagem foi feita pela Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte. Antes, houve almoço em São Romão, num mato de oiticicas do sr. F.[Fernando] Pedrosa – vaquejada, visita à usina de algodão e à fábrica de óleo etc.

Corroborando o que Orris BARBOSA (ibidem) escreveu em seu clássico livro, Vargas destaca que até Mossoró prosseguiram de automóvel, onde houve recepção festiva, banquete e discursos.

Em edição do dia 31 de agosto de 1933, o jornal mossoroense O Nordeste, de propriedade de J. Martins de Vasconcelos, noticiou em primeira página a excursão presidencial do chefe do governo provisório pelo norte do País.

Destacava este veículo de comunicação que partia da capital federal, no dia 22 de agosto, no “Almirante Jaceguay”, a comitiva de Vargas, da qual faziam parte os ministros José Américo de Almeida e Juarez Távora, General Góes Monteiro, Comandante Américo Pimentel, sub-chefe da Casa Militar, Dr. Valder Sarmanho, da Casa Civil, bem como diversos repórteres representantes de diversos jornais cariocas.

O jornal “O Nordeste” enfatizou ainda que a convite do Interventor potiguar Mário Câmara, Getúlio Vargas visitaria Mossoró, seguindo viagem via Caraúbas, indo, antes, até Porto Franco. Finalizava a matéria jornalística fazendo louvações à campanha da Aliança Liberal e reverenciando a memória de João Pessoa.

Em 18 de setembro “O Nordeste” voltava a destacar com estardalhaço matéria sobre a visita da comitiva de Vargas, desta vez com mais ênfase devido a permanência do chefe do governo provisório a Mossoró.

Às 18 horas do dia 13 de setembro, Getúlio Vargas, acompanhado de vários membros do seu gabinete, integrando também a comitiva o Interventor Mário Câmara, o Dr. Potyguar Fernandes, chefe de Polícia da Capital, além do Dr. Gratuliano de Britto, interventor Federal do Estado da Paraíba, dirigia-se ao palacete da Praça Bento Praxedes, o qual ficou conhecido por Catetinho.

Na oportunidade, grande multidão se concentrou intuindo conhecer de perto o chefe máximo do executivo brasileiro. Conforme ainda “O Nordeste”, duas alas de alunos das escolas da cidade, estendiam-se, com o povo, do Jardim Público, até o lugar do destino, feericamente iluminado, e onde a banda de música “Santa Luzia”, em coreto adrede preparado, executou o hino nacional para o chefe de governo e sua comitiva.

Todas as repartições públicas içaram a Bandeira Nacional, em sinal de extremo respeito à ilustre visita. À noite houve cinema campal na Praça João Pessoa.

O discurso, pronunciado antes do banquete no Palacete da Praça Bento Praxedes, foi realizado pelo Dr. Adalberto Amorim, juiz de Direito da comarca. O magistrado falou em nome das classes conservadoras do município, bem como do comércio local

Em agradecimento, Getúlio Vargas respondeu ao oferecimento do banquete com palavras lisonjeiras a Mossoró, prometendo atender necessidades urgentes, a exemplo da continuação do prolongamento ferroviário, baixa nos transportes do sal e seu aperfeiçoamento e abertura de porto. Concluiu destacando a importância industrial e comercial do município potiguar.

No dia 14 de setembro houve visita de parte da comitiva à salina Jurema, localizada às margens do rio Mossoró. Às 8 horas encerrou-se a visita do chefe do governo provisório. A comitiva partiu em trem especial da Estrada de ferro, até Caraúbas, seguindo para Lucrecia e depois com destino a Sousa (PB), onde inspecionaram as obras do açude de São Gonçalo.

Quando da campanha presidencial em 1950, Vargas retornou a Mossoró. Relembrou fatos da primeira estadia demonstrando impressionante lucidez, como bem nos comprovou Raimundo Soares de Brito, presente ao encontro. Deixou o historiador estupefato ao perguntar por Jonas Gurgel, prefeito de Caraúbas quando da visita como chefe do governo provisório. Era o testemunho impecável da memória excepcional de um homem que marcou significativamente e de forma indelével a História do Brasil.

*José Romero Araújo Cardoso é Professor Adjunto do departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Escritor. Especialista em Geografia e em Gestão Territorial e em Organização de Arquivos. Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente. Contato: romero.cardoso@gmail.com.



FONTE: http://blogdobarreto.com.br/mossoro-no-diario-de-getulio-vargas/

Especial

Manuelito: para além de um mestre da fotografia
Por Márcio de Lima Dantas
Professor do Departamento de Letras de UFRN

Oriundo do Ceará,Manuelitoveio residir em Mossoró, aqui permanecendo e trabalhando até o final de sua vida. Suas fotografias deixavam entrever um indivíduo ancho nos limites estabelecidos pela vida. A maneira como gostaria que fosse representado pela posteridade o conduziu a se fazer fotografar com seus atributos: o material fotográfico parecia relacionar o sentido que deu à vida, ou seja, o predomínio da visão sobre os demais sentidos, plasmando-se no ato de produzir retratos do seu entorno. Eis o sal que neutraliza o insosso dos dias. Não trabalhava por obrigação, mas por uma necessidade interior de registrar deu derredor, opondo-se ao movimento de Cronos, que faz e desfaz.
Ao carbonizar tempo e espaço, fez transcender os habitantes da polis e sua paisagem, bem como detalhes e objetos prosaicos que passam impunes ao expectador pouco atento ao que o circunda. Manuelito estancava o tempo, o que não parece inconsciente, na medida em que mudou de assinatura, nas fotos, ao longo da sua atividade de fotógrafo. Também fazia registrar, em lápis grafite, o nome da pessoa ou o lugar, no verso da foto, esmero que registrava o que o sopro inexorável e violento do tempo, em seu despotismo, outorga sobre os seres e a paisagem.
 De estatura baixa, elegantemente vestido em linho, como era feitio no seu tempo, representava-se como indivíduo que lançava à posteridade sua vasta produção, nada aguardando de resposta, como sucede com todo grande artista que se sente grávido de futuro. O presente é onde os olhos contemplam e registram a labuta na qual espanta o passar dos dias e sopra para longe o ócio não criativo. Com efeito, há uma sobriedade com laivos de indiferença em tudo o que registrou no papel.
Vamos às assinaturas:após a instalação do Ateliê O Manuelito, assinava as fotos, em baixo-relevo, como espécie de carimbo, em maiúsculas, como propriedade de um estabelecimento comercial: O MANUELITO, caracterizando ausência de uma personalidade. Em seguida, vem Munuelito, em letra cursiva, já definindo-se uma autoria. Finalmente, Manuelito, em letra cursiva e visivelmente dotado de uma grafia que provavelmente estava relacionada com sua letra. Eis o fotógrafo, com sua dignidade. Caminho sem volta. Entrou na vera vereda do que sempre quis ser: autoral, dizendo-se de si um artista, um mestre da fotografia.
Conquanto envelhecido, fez-se fotografar com suas companheiras de uma vida toda: o material fotográfico que trespassava seu corpo inteiro, sugerindo que imprimira à sua existência um sentido, uma justificativa, e se a existência precede a essência (Sartre), escolheu por meio do talento, que ninguém ousa duvidar, contemplar o mundo dos humanos, com sua diversidade, imprimindo uma mundividência desprovida de caricaturas ou preconceitos de classes. Havia uma ordem interior que o mandava registrar o que se encontrava estático ou dinâmico no seu entorno de 360 graus. Ousara romper com a etiqueta das classes dominantes e com as aparências e hipocrisia da classe média.
Há uma coisa peculiar à fotografia, é o registro de uma contingência, algo que não se repetirá na realidade, registro de um instante, algo que só aconteceu uma vez. O fotógrafo, num gesto amoroso, triunfa sobre o tempo, imprime nos álbuns uma data, coleciona as diversas fases de um indivíduo. Sabe da opulenta alegria quando se apropriou de um momento feliz, de um instante oportuno, o que os gregos chamavam de Kairós.  E depois de muito tempo, lá onde o longe folga seu orgulho e sua submissão paciente de habitar o âmbito passageiro do presente, aqueles que cultuam a deusa Mnemósine, os retratos permitirão o assomo do que fora, num ato assemelhado a uma prática religiosa, preso ao silêncio plácido da contingência lapidificada.
Tudo interessou a Manuelito. Retratos de crianças na primeira comunhão, de formatura, concentrações políticas, inaugurações, enchentes do rio Mossoró, prédios, escolas, ruas, mas também o cotidiano dos excluídos, vivendo à margem do rio que banha a cidade. Conferindo à sua representação, um caráter etnográfico, histórico, sociológico, semiótico, sem nunca perder de vista o inquirir do temperamento quando dos retratos individualizados em estúdio. Tenho uma vaga impressão de que levava tempo para captar o momento no qual alguém num lapso de segundos retirava a máscara demandada pelo rito do cotidiano.
Isso mesmo. Conseguia, num secreto prazer, a apreensão do instante no qual uma psicologia estampa seu contorno, por meio do olhar e da curva dos lábios, arrefecendo a pose, dando a conhecer um lampejo de verdade interna que talvez em poucos segundos tornará à mascara exigida pela vida em sociedade. Sem se dar conta de que a objetiva, e quem estava por trás, já captara o desenho de uma autenticidade.
Interior e exterior. Nada ficou imune (impune?). Cumpriu uma ordem que assomava das entranhas. Se havia os retratos como meio de vida, também houve as belas fotos, com seu claro-escuro exato, dos carnaubais ao redor da cidade, das salinas.  Desse modo, inventariou e documentou a cidade a qual veio habitar, sabendo da impermanência das coisas. Havia uma espécie de pressa em registrar (mas não havia quando de esperar o bom momento) a soberania do instante que se esvai. Manuelito parecia ter muito medo da morte. Manuelito quis insculpir seu nome na eternidade. Manuelito logrou êxito: deu sentido à sua vida, desafiando a morte, através de retratos detentores de uma sensibilidade universal.
Um certo retrato colorido, já envelhecido, com seus objetos, proporciona uma leitura de alguém que sente que cumpriu uma forma de vida que estava associada a seu temperamento. Parece contente, com um semblante estóico. Embora não sorrisse, como, via de regra, sucede com os retratos de idosos. Contudo, o brilho opaco dos olhos e a curva da boca desenham uma fisionomia de quem nada mais espera, pois cumprira o dever a que se autonomeou com mestria, curiosidade, e involuntariamente registrou com propriedade plena (posse, uso, gozo e disposição) uma cidade, seu cotidiano e seus habitantes.



História de Joaquim de Oliveira Rocha - O Úlltimo dos Coronéis do Nordeste

Texto: Miriam Tereza Rocha Souza

Joaquim de Oliveira Rocha, nascido aos 25 de julho de 1893 na Fazenda Junco, município de Patu, filho de Maria Dantas da Rocha e de João de Oliveira Rocha, professor mestre-escola, homeopata, juiz distrital, rábula ou advogado sem formação acadêmica e agropecuarista. Oliveira, como era conhecido, teve oito irmãos. Foi uma criança muito inteligente e criativa. Gostava de ocupação agropecuária, de gado, cabras e ovelhas. Desde cedo dedicou-se ao comércio. Morando em Patu, começou a comprar algodão para a usina de beneficiamento de Alfredo Fernandes, tempo em que foi organizando sua loja de tecidos. 
Em 1916 casou- se com dona Helena Fernandes, com quem teve onze filhos, dos quais sobreviveram apenas quatro: Hildo, Antônio, Francisco (Chico Rocha) e José (conhecido por Deusdeth). 
Tendo ficado viúvo em 1935, casou-se em 1936 com dona Maria Carmelita Morais com a qual teve novamente onze filhos: Joaquim, Olimar, Otoni, Oliveth, Maria Lúcia, Maria de Salette, Maria Helena, João Bosco, Zilah, Pedro e Miriam Tereza.
Oliveira, enquanto morava parede de meia com a casa paroquial, residência mais tarde doada por ele à Paróquia Nossa Senhora das Dores, começou a comprar terras e a estabelecer-se  na Fazenda Lajes e nestas terras tão férteis tornou-se o maior produtor de algodão fibra longa e por intermédio da fazenda Oliveira de Caraúbas foi considerado o maior produtor de gado e bode como foi demonstrado num programa do Fantástico da TV Globo.
Gostava de trocar ideias com Lourival Rocha, Júlio Fernandes e Pe. Henrique Spitz em quem admirava a coragem, a persistência e a criatividade. Pe. Henrique procurava valorizar pessoas de Patu que quisessem trabalhar no Santuário do Lima, pagando a cada um o que merecia e incentivando a pouparem para com o tempo comprar ou melhorar sua própria casa. Oliveira tanto valorizou pessoas de Patu como de outras regiões que tivessem responsabilidade e vontade de trabalhar. Em suas terras chegaram a morar sessenta famílias, que na sua maioria através da participação dos lucros na colheita do algodão conseguiram comprar casa na cidade de Patu, de preferência na rua das Cajaranas, onde iam residir após merecida aposentadoria. No contexto da sociedade atual muitos considerariam o sistema de trabalho da época como sendo de escravos, no entanto tendo Oliveira como patrão tal não acontecia, pois mesmo em tempo de seca e dificuldades financeiras nunca deixou faltar dinheiro nem alimentos e o direito de criar vaca e galinhas, garantindo assim leite e ovos para a família.  Todos os que o conheciam o admiravam pelo seu senso de justiça e profundo sentimento humanitário. Ficou conhecido e comentado que pessoas sentindo-se oprimidas e humilhadas por donos de algumas propriedades da região vieram pedir socorro na Fazenda Lajes onde prontamente foram acolhidas. Em 1928 foi delegado e juiz de paz em Patu, cargos que exerceu com muita diplomacia numa época em que nesta pequena cidade tudo era mais simples e precário.
Foi nesta época que devido liderança política, seu poder econômico e serviços relevantes prestados à comunidade e à região do  médio oeste, recebeu a patente de coronel. Como pai, Oliveira tinha uma grande preocupação em preparar um futuro digno para seus filhos. Por isso após completarem os estudos na escola primária de Patu, enviava os rapazes ao Colégio Diocesano e as meninas ao Colégio Imaculado Coração de Maria,  em Mossoró.
Em 1982 o rei do baião, Luís Gonzaga e Dominguinhos vieram cantar para o coronel na Fazenda Lajes. Luís Gonzaga fez questão que poucas pessoas além da família estivessem presentes, depois de cantar um bocado, ainda foi ao Lima pedir a bênção a Nossa Senhora  dos Impossíveis. Jantando na fazenda comeu com gosto carne de sol com rapadura e coalhada. E ao despedir- se disse: “Aqui é um céu”! Em julho de 1982 na data de seu aniversário, a TV Globo veio fazer uma reportagem a respeito do último dos coronéis do Nordeste, matéria muito bem elaborada e que fez Patu ser conhecida pelo Brasil por suas belezas e potencialidades. Infelizmente quando a reportagem foi ao ar, Oliveira havia falecido a poucos dias, aos nove de agosto. A rede Globo tornou a publicar segunda vez a reportagem acrescentando a notícia da morte deste grande empreendedor e herói do sertão potiguar. Sua morte foi noticiada pelos jornais do Rio Grande do Norte, a família recebeu dezenas de telegramas em solidariedade. Lauro da Escócia escreveu em sua crônica: “Morre em Patu o último dos moicanos”.
Na realidade Oliveira foi uma pessoa muito organizada e de interesse pelo desenvolvimento da sociedade patuense. Orientado por princípios cristãos de justiça, suas convicções e fé num ser superior foram por ele vivenciadas de diversas formas na vida real de cada dia. Ao acordar dirigia- se ao alpendre e olhando na direção do Lima pedia a proteção da Mãe de Jesus Cristo para si e sua família. Muito antes de sua morte, mandou erigir seu túmulo com a imagem de Nossa Senhora dos Impossíveis. Nos momentos de maior dificuldade costumava dizer: “Quando Deus tarda já vem no caminho”. Na época, o prefeito de Patu, Dr. Epitácio Andrade tendo construído a maior praça da cidade fez questão que em cuja parte central ficasse em evidência o monumento em homenagem ao coronel Joaquim de Oliveira Rocha. O busto em bronze já tinha sido feito em São Paulo e dado a Oliveira pelos filhos quando ele completara oitenta anos de idade.
A inauguração solene aconteceu no dia 25 de julho de 1986 com a presença da grande família, de autoridades, de amigos vindos de diversos estados e de políticos. Pe. Antônio Schulte-Wrede procedeu à benção da praça, em seguida discursos foram pronunciados enaltecendo os feitos de Joaquim de Oliveira Rocha e nada mais justo que lembrar sua vida através do monumento  e da praça em sua homenagem.

Reportagem: Aluísio Dutra de Oliveira.
Colaborador: Silvano Schoemberger.
Fotos cedidas.